Reforços para a Libertadores, parceria com o BTG, voto online, balancetes e muito mais: leia a íntegra da entrevista de Mário Bittencourt




Mário Bittencourt (FOTO: LUCAS MERÇON/FLUMINENSE F.C.)



Presidente do Fluminense concedeu entrevista coletiva no Salão Nobre das Laranjeiras 

Após o evento de lançamento de sua candidatura à reeleição, na noite desta terça-feira, o presidente do Fluminense, Mário Bittencourt, conversou com a imprensa no Salão Nobre das Laranjeiras. O mandatário tricolor falou sobre a possível venda de Matheus Martins, renovação com Fernando Diniz, parceria com o BTG, implementação do voto online e muito mais. Confira a íntegra abaixo:

Objetivo de conquistar a Libertadores em 2023

“Não é uma promessa de campanha, é um desejo de um presidente, de uma torcida, de buscar essa competição. Eu costumo dizer que os clubes que mais conquistaram foram os que mais disputaram a competição, com raras e honrosas exceções. Os países da América do Sul que não o Brasil, a quantidade de disputa desses clubes foi sempre muito maior, o Brasil tem de 12 a 13 grandes forças.

Nós temos oito participações na Libertadores, duas nos últimos dois anos, pretendemos ir para a nona e a terceira nos últimos três anos. E indo várias vezes eu tenho certeza que vamos conquistar. Acho que ano que vem, se disputar a fase de grupos, a gente vai chegar mais maduro. Temos um time que esse ano já disputou um campeonato mata-mata, que foi a Copa do Brasil, e fomos até a semifinal. E acho que com os reforços que vamos buscar teremos um time mais parrudo para buscar o título.”

Reforços para a disputa da Libertadores

“Primeiramente temos que nos classificar para a Libertadores, estamos bastante determinados a isso. Faltam cinco jogos, precisamos performar neles, não só para ir à fase de grupos, mas também para melhorar nossa colocação. Objetivo é chegar entre os quatro primeiros, o que aumenta nossa premiação. Somos um clube que precisa de recursos ainda. Acho que a gente tem uma boa base, um bom time, que ficou esse ano nas primeiras posições do Brasileiro por um longo período e fomos até às semifinais da Copa do Brasil. Vamos reforçar, sim, o time se classificarmos para a Libertadores. Eu creio que a gente vai trazer de três a quatro reforços pontuais, de posições que a gente entende que precisa melhorar, que está carente.

Já é um time que a gente entende com bastante capacidade de ter uma boa performance, e crê que com quatro jogadores de alto nível teremos um time ainda mais forte para buscar a Libertadores.”

Motivação para reeleição

“A gente mostrou aqui, com muito esforço e sacrifício, que conseguiu realizar um bom trabalho da nossa equipe nos primeiros três anos. E como diz o próprio slogan da campanha, “o trabalho tem que continuar”. A gente entende que precisa continuar esse trabalho que começou, e possa continuar colocando o Fluminense na prateleira de cima do futebol brasileiro. E nesses próximos três anos, aí sim, avançar, expandir, voltar a ganhar títulos importantes, enfim… Corrigir o rumo de algumas coisas. A gente planejou muita coisa, executou muita coisa, agora fazemos uma avaliação disso e, se vencermos a eleição, corrigir o rumo de algumas coisas que precisamos corrigir. E manter as coisas boas que fizemos nos primeiros três anos.”

Possível venda de Matheus Martins

“Não está vendido ainda, há uma negociação em curso. Desde junho esse grupo que controla a Udinese e o Watford vem tentando fazer propostas pelo jogador. Chegou uma muito baixa realmente no meio do ano, a gente entendeu que era um valor muito abaixo do mercado e veio negociando esse tempo todo. Sobre valores, o valor de venda é o valor de mercado. A prova é que esse clube tenta buscar o jogador desde o meio do ano, e nenhuma outra proposta chegou a não ser a desse próprio clube. E veio aumentando em razão da nossa desistência. Convido a fazer um estudo das 26 vendas de atacantes brasileiros desde o início da pandemia. As vendas do Fluminense estão entre as 10 primeiras, pegando a parte fixa e bônus.

O Flamengo também vende jovens jogadores: Lázaro, Lincoln, Rodrigo Muniz, todos por preços abaixo do que o Fluminense vende. As pessoas dizem: “O Fluminense vende porque está em dificuldade financeira”. Sim, precisa pagar suas contas, se reestruturar, mas vende também porque as propostas chegam, os atletas sabem que vão ganhar valores muito acima do que ganham. E clubes como o Flamengo que fatura mais ou menos de quatro a cinco vezes mais que nós também vende seus jovens. Como o Atlético-MG vendeu sua maior joia da base (Savinho) por valores menores que os nossos, e é um clube também com bastante poderio financeiro. Como o Palmeiras vendeu o Verón por 10 milhões de euros, jogador da base do clube com duas finais de Libertadores.



Quando você recusa uma venda, você corre o risco de no futuro o jogador valorizar. Mas se você não precisa fazer a venda naquele momento, corre o risco de… O futebol é um esporte de alto risco, um atleta em um final de semana as pessoas acham que ele não vale nada, no outro acham que vale muito. O que a gente está trabalhando aqui é que o Fluminense possa recusar essas vendas com mais frequência. E isso significa manter esse jovem aqui, aumentar o salário dele de maneira muito significativa, para que não fique tentado a sair do país, porque nenhum clube brasileiro tem como cobrir as ofertas salariais que são feitas aos atletas.”

Renovação com Fernando Diniz 

“Apresentamos uma proposta de renovação de contrato, ele está avaliando junto com o seu representante. Enfim, estamos em final de temporada, final do ano tem eleição no clube, ainda não houve por parte deles uma resposta, mas creio que até pelo nosso dia a dia, com jogos quarta e domingo, ele está muito focado para que a gente consiga a nossa vaga para a fase de grupos. Que possamos disputar pelo terceiro ano a Libertadores, que é a competição que a gente busca ganhar, em 2021 fomos até às quartas de final. Precisamos reforçar o time e corrigir algumas coisas de 2022, e aí sim buscar esse título. Com relação ao Diniz, seguimos em compasso de espera, mas creio que essa resposta fique para depois do campeonato.”

Vasco na briga pela concessão do Maracanã

“A gente vai participar como já tinha determinado entre os dois clubes (Flamengo e Fluminense). Seria uma sociedade, e a gente não tem nenhuma preocupação.”

Parceria com o BTG

“Pessoas andam dizendo que é para pegar dinheiro emprestado, não é nada disso. O banco é o nosso advisor, é quem faz para nós o desenho da busca desse investidor. Tivemos três fases de estudo: o banco veio aqui primeiro olhar os números do clube de maneira global, depois olhou de maneira mais específica em todos os departamentos, esmiuçando bem a questão financeira, e depois fez um estudo sobre os nossos ativos e nossas perspectivas futuras para se chegar a um valuation.

A gente tem Xerém, a marca, o futebol profissional, e estamos com um desenho praticamente pronto para ir ao mercado buscar um modelo de investimento exclusivo para o clube. Tem três, quatro possibilidades. Quando chegar o momento, tenho que levar ao Conselho Deliberativo, mas tudo isso as coisas ainda vão evoluir agora no final da gestão. Se a gente vencer a eleição, vai seguir. Senão, o projeto é do clube, não é nosso.”

Voto online

“Era um desejo nosso a implementação. A gente montou uma comissão interna para estudar o Estatuto do clube, contratamos um parecer de um grande nome que foi do Ministério Público, inclusive implementou as eleições on-line no MP, e esse parecer deixou muito claro aquilo que já imaginávamos: para fazer, há necessidade de mudança do Estatuto e das regras eleitorais. A prova é que um dos pré-candidatos entrou com uma ação na Justiça contra o Conselho Deliberativo do clube, e a decisão de mérito desse processo foi dizendo o mesmo do nosso parecer. Então, para implementar isso, vamos precisar mudar o Estatuto como um todo.

Para isso, é necessário fazer uma constituinte, inclusive para mudar outras coisas caso a gente ganhe a eleição: mudar as regras de governança, responsabilização de dirigentes etc. E aí o voto on-line poderia entrar nessa mudança estatutária para o futuro. A gente respeitou as ações judiciais que foram movidas, e as decisões foram todas que a implementação neste momento infringiria o Estatuto. O que temos de proposta agora? No próximo triênio, caso vençamos a eleição, modificar o Estatuto e fazer a implementação, mas com regras próprias para uma instituição privada associativa, que é um clube de futebol.”

União da oposição

“É uma coisa da eleição, não há nenhum problema com relação a isso. (Fica mais acirrada?) Não sei, as urnas é que vão dizer.”

Balancetes não divulgados

“A gente publica anualmente o balanço do clube previsto na Lei Pelé, sempre em abril. Os balancetes são ferramentas de gestão, e criamos o portal da transparência para a publicação dos balancetes. Mas tínhamos muita dificuldade de identificar os números porque o clube tinha um processo muito arcaico, antigo, os dados eram inseridos em tabelas de Excel etc. Quando realmente terminou a pandemia, ou seja, do início desse ano, a gente comprou um sistema de atualização desses dados que é super moderno, usado nas grandes empresas de coleta de dados.

Obviamente, como todo empresa que não tem um sistema desses e passa a ter, houve uma grande dificuldade de implementação com relação a treinamentos de funcionários. Queríamos ter mais fidedignidade na publicação dos números, e ao longo desses meses conseguimos inserir. Isso está ficando pronto, e acreditamos que até dia 10 de novembro vamos publicar os balancetes dos dois primeiros trimestres de 2022.”

Data da eleição

“Ainda não, (TRE) deve responder até sexta-feira. A partir do dia 1º é que começa o registro das chapas. Aí tem que ter os 200 nomes, isso é passado por um crivo ect. A gente precisa divulgar o edital da eleição, e ele deve sair no final dessa semana com mais ou menos um mês de antecedência, como é feito todo ano.”

Clique aqui e veja a lista com as últimas notícias do Fluzão!



Por Explosão Tricolor

E-mail para contato: explosao.tricolor@gmail.com