Retorno do Carioca, realização de jogos no Maracanã, condicionamento físico do elenco e muito mais: leia a entrevista coletiva de Hudson




Foto: Lucas Merçon / Fluminense FC



Hudson concedeu entrevista coletiva antes do treino desta quarta-feira

Na manhã desta quarta-feira (24), o Fluminense realizou a sua primeira coletiva de imprensa desde o retorno aos treinos, na última sexta-feira (19). Através de uma videoconferência, Hudson foi o entrevistado. O volante falou sobre o retorno do Campeonato Carioca, manifesto dos jogadores, realização de jogos no Maracanã, trabalho de Mário Bittencourt, condicionamento físico do elenco e muito mais. Leia abaixo a íntegra da entrevista:

Retorno do Campeonato Carioca

“É uma questão de lógica, bom senso, saber que os outros estaduais vão começar em meados de julho e vão terminar começo de agosto e o Carioca podendo terminar muito antes, com duas, três semanas de antecedência. Podemos ficar esse mesmo período sem jogos, o que traz dificuldade em ritmo de jogo, sequência, padrão tático/técnico da equipe. O time com ritmo de jogo e sequência tem tendência em desempenhar melhor. Ficamos meio sem entender essa pressa com essa volta tão precoce, no momento em que se atinge o segundo maior número de mortes no Brasil. Mas estamos aqui para cumprir nossas obrigações. Estou louco para voltar a jogar, mas é um momento que poderíamos esperar um pouco mais.”

Realização de jogos no Maracanã

“Estamos tendo que nos readaptar e tentar encaixar isso tudo de uma maneira que possamos nos treinamentos e no primeiro jogo desempenhar bem e atuar em alto nível, como um grande clube precisa. É lógico que é muito difícil jogarmos futebol, que é o esporte do país, que comove o país inteiro, que é a paixão de milhares de torcedores que vivem por isso e parecer que não está acontecendo nada lá fora. O maior exemplo disso é o Maracanã, que tem um hospital de campanha dentro do complexo e a gente fazer um gol e ter uma pessoa morrendo do lado. Isso é, no mínimo, estranho, sem humanidade. É não pensar no próximo. A gente tem noção das coisas quando acontece perto da gente, com um familiar, com um parente próximo, e talvez as pessoas responsáveis por toda a programação, pelo calendário, não estejam agindo com a maior humanidade possível, estejam agindo por interesses externos e internos. Infelizmente, como jogadores de futebol, teremos que superar tudo isso para poder estar em campo e performar em alto rendimento.”

Manifesto dos jogadores tricolores

“Partiu da gente esse manifesto. Claro que nossa maior preocupação possível é com as pessoas que estão morrendo, nos hospitais, mas também com nossa capacidade física, com a probabilidade muito maior de se lesionar em uma partida. Em um jogo não tem como se poupar, tem que dar o máximo sempre e isso exige muito fisicamente, principalmente no futebol de hoje em dia, que é muito mais físico que antigamente. Estamos há mais de três meses parados. Imagina voltar a jogar com menos de dez dias de treinos. Com o corpo se adaptando ainda à bola, ao gramado, a todas as situações que somente um treino presencial podem preparar o corpo do atleta. Na nossa pré-temporada, que ficamos 30 dias de férias, na primeira semana tivemos várias lesões musculares. Então imagina ficar mais de 90 dias e ter que voltar em dez? Isso agora, porque ainda queriam que voltássemos antes. É um desgaste completamente desnecessário, para que o bom senso prevaleça em tudo que é o melhor para todo mundo. Dez dias ainda é pouco, não há como negar, mas teremos que superar, mais uma vez.”

Trabalho de Mário Bittencourt

“Eu tenho 32 anos e, na minha carreira, já joguei por vários clubes. Não tinha conhecido um presidente tão transparente e tão preocupado com o que os atletas pensam, com a instituição, com os torcedores… Ele é um cara que trabalha exclusivamente para o Fluminense, não pensa em fatores externos, em qualquer tipo de favorecimento a terceiros. Ele pensa o que é melhor para o Fluminense e para o futebol brasileiro. E eu compactuo muito da visão dele, do posicionamento dele.”

Protesto na partida contra o Volta Redonda

“O protesto em si, o que fazer, ainda não nos programamos. Claro que nossa indignação é visível. Ninguém esconde que é muito cedo para voltar a jogar perante a tudo que está acontecendo. Nosso manifesto foi muito claro, para todo mundo entender o que se passava na cabeça dos jogadores, exclusivamente. Foi a decisão mais importante dos jogadores, de se posicionar, de saber o que um atleta pensa. Importante também lembrar que é um momento em que estamos muito preocupados em nos preparar fisicamente, ter contato com a bola, tático, técnico… O Odair tem muita coisa para passar para relembrarmos. Estamos focados nisso esses dias nesse tempo tão curto, para estarmos o melhor possível no dia do jogo.”

Motivação para voltar a jogar

“Quando a gente entra no campo para treinar, procuramos esquecer qualquer fator externo. No jogo isso acontece também. Mas a preparação é um pouco prejudicada com essas indecisões de datas, de retorno, de horário, de locais… Isso tudo atrapalha a programação da diretoria, da comissão técnica. Por exemplo, se há um jogo daqui a dois dias, deve-se baixar a carga de treino, para que o atleta esteja 100%, mas se for daqui a cinco dias, pode pegar mais pesado. São coisas que variam e que, claro, prejudicam a preparação. Sabemos que é uma readaptação. Não tem como ser tudo perfeito, tudo normal como poderia ser.”

Condicionamento físico do elenco

“Tivemos um período de treinos em casa, mas eram muito aleatórias as condições de treino de cada atleta. Tinha atleta que só podia treinar em uma varanda, outro que podia em um espaço um pouco maior, outro que conseguia ter um gramado society na residência… Então cada um está em uma forma diferente fisicamente. É uma incógnita como o Fluminense performará em questões físicas, quem aguentará mais, quem aguentará menos. Em dez dias não dá para ter uma base física que iguale todos os jogadores de maneira homogênea. É uma boa pergunta, mas que só terá resposta após o jogo.”

CONFIRA TAMBÉM:



Por Explosão Tricolor

E-mail para contato: explosao.tricolor@gmail.com