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Felipe Melo (Foto: Lucas Merçon / Fluminense F.C.)



Tricolores de Toda a Terra, está tudo “NORMAL” no Rio de Janeiro. Mais um Fla x Flu, e mais uma vitória do Fluminense. Não lembro em todos esses 38 anos que sou tricolor, de ver uma supremacia tão grande no confronto, em que obtivemos 5 vitórias nos últimos 6 jogos. Mesmo nos difíceis tempos dos anos 90, o Fluminense vencia o seu rival nos confrontos estaduais, não havia supremacia. A verdade é que historicamente somos um obstáculo para a tal “hegemonia” que eles tanto pregam.

Antes de entrar na análise do jogo, gostaria de expor aqui um breve testemunho do clima pós-jogo de ontem. Este que vos escreve havia saído do estádio, a caminho de casa, em companhia do amigo Donaldo Júnior quando fomos parados por um Flamenguista que nos olhando disse: “eu odeio o Fluminense”, logo em seguida olhando para o rapaz, e parafraseando o grande Raul Seixas eu cantarolei: “eu sou a Mosca que pousou na sua sopa, eu sou a mosca que veio para lhe abusar.” O rapaz não entendeu bem, e depois nos cumprimentamos fidalgamente.

Falando de campo e bola, o jogo de ontem foi marcado por muitos conflitos, sobretudo os conflitos físicos e verbais. Além disso, os tempos da partida tiveram momentos bem distintos. No primeiro tempo iniciamos no 3-4-3, pelo menos no papel, mas o que se viu do alto da Oeste Superior do Engenhão foi um 5-4-1, uma vez que o Cris Silva e o Samuel Xavier jogavam atrás da linha de meio campo, e ao lado dos zagueiros que atuavam pelas “quinas” do campo de defesa formando claramente uma linha de cinco.

Nas poucas vezes em que o time contra-atacou, os alas se revezaram no apoio ao sistema defensivo, sempre ficando um jogador para que no mínimo uma linha de quatro defensores fosse mantida.

Ainda assim, o Fluminense cedeu espaços entre seus defensores, o que resultou em duas chances perigosas no primeiro tempo em que os jogadores do Flamengo saíram na cara do Marcos Felipe.

Além disso, a terceira linha do Fluminense, formada pelos atacantes estava muito baixa, o que fazia com que o Flamengo jogasse todo no nosso campo, nos obrigando a sair com chutões, tendo em vista que ficamos sem escape pelos lados.

Na volta para o segundo tempo, o Abel fez uma mudança de peça e uma mudança tática, entrando com Calegari na lateral direita em substituição ao fraquíssimo Samuel Xavier, bem como adiantando o Felipe Mello para o meio campo, este passando a atuar como segundo volante. Com isso o Flu passou a jogar com a tradicional linha de quatro defensores, no esquema 4-3-3. Foi possível perceber que com esse esquema o Flamengo passou a ter mais dificuldade de se impor no campo do Fluminense, sempre bem ocupado pelos jogadores do Flu, além disso, os nossos homens de frente passaram a marcar alto e não recuar tanto quando estávamos sem a bola.

Logo depois com a entrada do Cano no lugar do Fred, o Fluminense passou a ter mais mobilidade na frente, bem como maior poder de marcação na saída de bola do Flamengo. Diante disso, o jogo ficou morno e bem administrado pelo Fluminense, foi quando surgiu o gol aos 43 minutos do segundo tempo em uma cabeçada de Jhon Arias. Daí em diante o Flamengo passou a jogar no abafa e teve duas grandes chances, a primeira com o Gabriel Barbosa parando no Marcos Felipe,e a segunda em uma cabeçada para o chão do Lázaro em que o nosso goleiro fez uma defesa de puro reflexo a queima roupa garantindo o resultado.

Embora tenha havido mudanças táticas determinantes, bem como a competência técnica do time do Fluminense, a vitória de ontem passou muito pela nossa imposição física e psicológica. Imagino que o árbitro do jogo tenha tido pesadelos com o Felipe Mello, Fred e David Braz nesta noite.

Falando mais especificamente de Felipe Mello, este teve uma participação fundamental no jogo de ontem, tanto tecnicamente, quanto psicologicamente. Felipe Mello claramente desestabiliza os adversários e a arbitragem, e infelizmente isso faz-se necessário aqui nas bandas da América do Sul, onde a catimba ganha jogo.

Outro ponto importante amigos, é que diante de um adversário como o Flamengo, conhecidamente tão beneficiado pelos “erros” de arbitragem e pela benevolência da FERJ, ter lideranças impositivas dentro de campo, faz toda a diferença, e o que se viu ontem foi um Felipe Mello que se impõe, que desconcentra adversários e arbitragem, e que inflama as arquibancadas. Há quanto tempo não temos um cara assim no nosso time?

A torcida em polvorosa a cada lance de imposição do Felipe Mello soltava um RUF RUF, em uma simbiose perfeita entre campo e arquibancada. Tudo isso, ingredientes perfeitos para a épica vitória de ontem. A cada dia desde que chegou ao Fluminense, Felipe Mello vem provando que foi a melhor contratação do Fluminense pelo conjunto da obra.

E outro ponto importante ontem, é que ele e André juntos se entenderam muito bem, sobretudo no segundo tempo, quando Felipe Mello jogou como segundo volante, dando um alento aos que não acreditavam ser possível que ele executasse esta função.

Sobre o nosso “Abelão”, para ele este Fla x Flu trouxe um respiro, serviu como espécie de “tranquilizante”. E aos torcedores, serve como um indicativo de que precisamos dar tempo ao tempo, de que ainda é muito cedo para buscarmos soluções radicais como demissão de técnico ou mesmo a crucificação de jogadores.

E quanto a jogador, faço aqui minha justa referência ao Cris Silva, que completou o seu segundo bom jogo, e ao Marcos Felipe que foi heroico ontem.

Por fim, quero aqui também mencionar meu amigo Vinícius Toledo, o cara que fez isso tudo aqui ser possível. Amigo, o Fla x Flu ficou pequeno perto da sua vitória. Você foi gigante nessa luta, e esperamos você ansiosamente para tocar esta labuta.
Saudações Tricolores!

Leandro Quintella

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Por Explosão Tricolor

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