SAF do Fluminense: veja a proposta, valores e os nomes dos investidores




Fluminense Football Club
Foto: Marina Garcia / Fluminense F.C.

SAF do Fluminense

SAF do Fluminense: veja a proposta, valores e os nomes dos investidores

Confira a proposta apresentada para a SAF (Sociedade Anônima de Futebol) do Fluminense Football Club em reunião realizada no Conselho Deliberativo na noite desta segunda-feira, 8 de setembro:

Neste momento, a empresa propõe adquirir 65% da SAF do Fluminense. Entre os principais números, o aporte inicial será de R$ 500 milhões, além da assunção total da dívida de R$ 871 milhões.

Veja os detalhes da proposta da SAF do Fluminense — Foto: Reprodução YouTube

Está prevista no contrato a obrigatoriedade de investimento de R$ 6,4 bilhões dentro de um período de 10 anos.

Como será o modelo da SAF do Fluminense?

O modelo terá 40 investidores milionários, torcedores do Fluminense, adquirindo cotas da empresa que comandará o futebol. Os cotistas foram reunidos pela Lazuli Partners, uma gestora de investimentos, cuja subsidiária LZ Sports é a responsável pela proposta.

Em caso de aprovação por conselheiros e sócios, a empresa será acionista majoritária da “Fluminense SAF”, com a associação permanecendo com a parte menor. A divisão será pelo tamanho da dívida no momento da aquisição. Com a atual de R$ 871 milhões, o fundo teria 65%, e o associativo, 35%.

A SAF assumirá o futebol masculino, o feminino, as categorias de base e o futsal. Nesta divisão, Xerém ficaria com a empresa. A sede de Laranjeiras e outros imóveis continuam com a associação. Neste caso, está previsto um acordo de uso das locações.

A dívida total do Fluminense seria assumida pela empresa, e a associação receberia royalties do investimento — que começa na casa de R$ 12 milhões por ano. O modelo se diferencia de outras SAFs brasileiras, como a do Cruzeiro e a do Botafogo, por exemplo, nas quais um empresário assumiu e ficou responsável pelo comando do clube.

Quem são os compradores e como será a gestão?

Nomes já noticiados na mídia fazem parte da lista de 40 empresários, como o controlador do BTG Pactual, André Esteves; o diretor-geral da Frescatto, Thiago De Luca; o co-fundador do Absoluto Partners, José Zitelmann; entre outros. Mas não há um investidor majoritário e definidor para votação. Alguns dos nomes mais conhecidos são:

  • Família Almeida Braga — ligada a seguradoras (Atlântica, Bradesco Seguros)
  • Família Klabin — ligada a empresas de papel e celulose
  • Família De Luca — ligada a Frescatto, ramo de frutos do mar
  • Família Zitelmann — membro do comitê executivo da BTG Pactual
  • Família Esteves — membro do comitê executivo da BTG Pactual
  • Família Dantas — ligado a gestão de fundos
  • Família Paes — membro do comitê executivo da BTG Pactual
  • Família Tadeu — ligado a Ambev, empresa do ramo de bebidas
  • Família Monteiro de Carvalho — ligados ao grupo Monteiro Aranha
  • Grupo Apex — empresa de investimento do Espírito Santo
  • Heráclito de Brito Gomes Junior — ligado a Rede D’Or, do ramo hospitalar
  • Família Halac — ligado a empreiteira Camargo Correia

Todos os investidores deste fundo concordarão com regras de votação, que impedem que o clube seja travado em caso de discordância. Esse fundo será liderado pela LZ Sports na figura do sócio Carlos de Barros.

A SAF terá uma gestão com oito cadeiras em um Conselho. Serão dois nomes a para associação e seis para os investidores.

Qual é o valor do Fluminense e como será o investimento no futebol?

A previsão do valor global do investimento é de R$ 6,9 bilhões dentro de um prazo de até 10 anos. Sobre os aportes obrigatórios, estão divididos da seguinte forma: R$ 250 milhões, no momento da assinatura da SAF e outros R$ 250 milhões até 24 meses após o fechamento.

O plano do fundo é aumentar a folha salarial do futebol tricolor em 30% já em 2026, saltando dos R$ 19 milhões atuais para cerca de R$ 25 milhões mensais. A gestora estudou modelo de clubes da Premier League como inspiração para criação do desenho adaptado ao futebol brasileiro.

Segundo Carlos de Barros, a ideia é ter o Fluminense no top 3 do país com cinco pilares de base: investimento em Xerém, em folha, em contratação de atletas, melhorias em análise de dados e sustentabilidade financeira de longo prazo. A composição do investimento inclui:

  • Receitas geradas (da associação) para a SAF
  • Aportes diretos da investidora
  • Captação de subvenções
  • Investimentos em ativos (ex: CT, Xerém)
  • Melhorias de análises de dados
  • Pagamentos de dívidas
  • Pagamentos a terceiros

Os investidores condicionam a aquisição a uma renegociação com os credores. Dessa forma, a gestão começaria com as dívidas equacionadas, sabendo quanto será destinado mensalmente para quitação.

O passivo que envolve a dívida total passou de R$ 822 milhões para R$ 865 milhões. Ainda que o valor absoluto tenha crescido, a questão não causa grandes temores ao Fluminense — que entende o crescimento da dívida muito baixo se considerados os juros sobre ela. Apenas com a correção da taxa Selic, a dívida teria ultrapassado R$ 1 bilhão, o que não ocorreu devido a medidas de contenção de gastos do Tricolor.

Mário Bittencourt será CEO?

O nome do CEO da SAF não está definido no contrato. Carlos de Barros, sócio da LZ Sports, afirma ver com bons olhos a figura de Mário Bittencourt, mas não há cláusula ou acordo para que ele ocupe o cargo. Apesar disso, a ideia do fundo de investimento é ter o atual presidente do Fluminense dentro de empresa por avaliar que o trabalho feito da reconstrução do clube de 2019 a 2025 foi positivo.

Proteção contra revenda

O grupo de empresários reunido pela LZ Sports trata a aquisição do Fluminense SAF como um projeto de longo prazo e sem foco no lucro imediato. Até por isso, nenhum dividendo será distribuído aos acionistas até que a obrigatoriedade de R$ 6,4 bilhões de investimento seja cumprida.

Além disso, o contrato prevê uma cláusula de lockup de cinco anos, que proíbe revenda de ações nesse período. Esse prazo é consideravelmente maior do praticado no mercado, que em geral vai até três.

Quando será feita a votação?

Os investidores argumentam não ter pressa para a conclusão do processo. A votação entre os sócios ocorrerá somente depois da eleição presidencial no clube, que acontece entre a segunda quinzena de novembro e a primeira de dezembro deste ano.

A SAF, no entanto, só vai virar realidade se o quadro de sócios do clube aprová-lo. A previsão é que a conclusão de todo o processo, em caso de aprovação, ocorra entre dezembro e fevereiro.

Fonte: Globo Esporte e Fluminense FC

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