Saindo da zona de conforto

Olá, amigos! A cada dia me apaixono mais um pouco pelo futebol e muito mais pelo Fluminense. Se o futebol é uma caixinha de surpresas, o Fluminense é um contêiner. Depois de dois meses em que não houve muita evolução no time, o Fluminense sobrevivi em todas as competições. Com todo o departamento de futebol do clube renovado. Com um treinador de peso.

O que muda com um treinador renomado? Não tem mais desculpa. Os jogadores têm que jogar. Dou o exemplo do São Paulo: até a saída do Osório, o baixo rendimento do time era sempre atribuído aos jogadores. Agora, já com o técnico Bauza, já se fala em reformulação no meio do ano. E com Levir Culpi o time não tem panela. Jogam os melhores. Ponto.

A princípio, parece que alguns jogadores entenderam a mensagem. Treino desta terça-feira foi disputado. Magno Alves sentiu a coxa, ainda tentou continuar no treino, mas teve que sair. Gerson tomou dois “tostões” e saiu também. Levir dividiu os atletas em dois times. No que muitos viram um time misto, eu vi um recado implícito. Vão jogar os melhores. Fisicamente e depois tecnicamente.

E, além disso, o Levir ainda consegue nos fazer rir. Senso de humor e sinceridade contagiantes. Foge do politicamente correto e dos jargões repetitivos dos outros “professores”. Separei alguns pontos interessantes das suas declarações:

“Fluminense tem uma escola de toque de bola, de cadenciar”. Não mudará a essência do clube. Vai tentar juntar a tradição com conceitos do futebol moderno.

“Fiquei sabendo que (Fred) gosta de ir direto para o jogo”. Vai ter que estar preparado fisicamente, até porque Levir vai exigir movimentação do Fred. Vide Lucas Pratto, do Galo.

“Temos um problema na escalação. Terei de consultar médicos e fisiologistas para ver. Mudou a comissão, vai mudar a forma de trabalhar”. Nem preciso dizer nada sobre essa.

“Não sei exatamente onde podemos chegar. Mas com a qualidade do elenco podemos chegar ao primeiro lugar”. Tradução para o “futebolês”: só depende de vocês. “Se eu chegar aqui e sentir que um menino de 18 anos tem qualidade, vai jogar. Não tem essa de que se é do júnior… Futebol não tem idade, tem produtividade”. Se os veteranos do “alto clero das Laranjeiras” não renderem, Levir Culpi não terá dúvidas ao sacá-los do time. Recado mais direto seria impossível.

“O que eu mais gostei ontem (domingo) foi o Marcão, que não jogou”. Me lembro que no primeiro treino Marcão cobrou agressividade do time sem a bola. Colocou Edson e Marlon como titulares. Até o desenho tático do time estava parecido com o Atlético do Levir, jogando com um volante e dois meias de ligação (cada vez que ouço o pessoal da Globo falar em “volantes-meias” eu passo mal), com dois meias abertos e um centroavante. Certamente é um esboço do que Levir tentará implantar.

Todos nós tricolores estamos mais calmos. Sensação de quem achou que tinha perdido a carteira e se dá conta que só a esqueceu em casa.

Tabelinha:

1- Cavalieri estava mesmo muito descansado. Bastou uma pressão e o “paredão da 12” acordou para a vida e arriscou até saídas do gol.

2- Muito maneiro o evento de apresentação dos novos uniformes do clube. A Dryworld mostra um cuidado muito grande com o clube e seus torcedores. Já deu certo a parceria!

3- Estava vendo que, mesmo com a crise econômica, os bancos lucram muito. Poderia procurar algum deles pra conversar sobre patrocínio master. E de repente até pintava financiamento para construir um estádio. 500 milhões compra um terreno e constrói um estádio para 30 mil pessoas. Faz uma força aí, diretoria. Mudo até de banco se for preciso.

4- Fluminense venceu dois jogos encardidos. Friburguense na casa deles e América em Los Larios. Dois estádios com grama alta. Levir deve poupar alguns atletas mesmo.

5- Magnata no maior estilo “CR7” no domingo. Achei que estava vendo o próprio Cristiano Ronaldo no Real Madrid. Só me toquei quando Magnata abraçou o Edson.

Ruan Veiga / Explosão Tricolor

Foto: Nelson Perez / Fluminense Football Club

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