Segue a inoperância fora de casa




Fonte: Nelson Perez - FFC
Fonte: Nelson Perez – FFC

Impressiona como o Fluminense é inofensivo fora de casa, neste campeonato. E o cenário se repete todo jogo, seja com o time completo ou desfalcado.

A equipe entra bastante recuada, sem incomodar o adversário, e quando o time da casa está disposto a jogar no abafa, o cenário se assemelha a um filme de terror.

As chances passam a se acumular para o adversário. Uma, duas, três, até que uma hora a bola entra.

E o que faz o Fluminense para responder a estes ataques? Nada. É um show de desperdícios de bolas no meio de campo. Um show de contra-ataques lentos, sem nenhuma profundidade.

E no final das contas, sempre acabamos perdendo o jogo com poucas finalizações contra o adversário, e sem oferecer qualquer tipo de ameaça.

Esta postura fora de casa ajuda a explicar a posição do Fluminense neste campeonato. O Cruzeiro, que regula com a gente na tabela, dominou nossa equipe de uma forma, que parecia que estávamos jogando contra o líder do campeonato.

E este domínio que sofremos, geralmente vem acompanhado de uma aceitação irritante desta superioridade em campo do adversário.

Nessas horas, é que a fragilidade do nosso elenco fica ainda mais evidente. O Fluminense tem uma forma de jogar, e ponto. Que, obviamente, não serve para jogar fora de casa. Mas não parece que possuímos peças disponíveis para variar este estilo de jogo.

Nosso elenco é muito limitado, e isto se reflete principalmente nos jogos fora de casa, que historicamente são sempre mais complicados.

Vejam que dificilmente oferecemos alguma resistência às derrotas nestes casos. Somos presas fáceis, inofensivas, o que obviamente, não condiz em absoluto com nossa história.

No jogo de hoje, me recordo de apenas duas chances razoáveis durante os 90 minutos, que tivemos para marcar nosso gol. Uma cobrança de falta do Jean, que passou perto. E um lance do Cícero, que ele estava bem posicionado para bater ao gol, mas preferiu um passe errado para o Fred, que estava bem marcado no meio da área.

E mesmo com toda esta inoperância no ataque, o Cruzeiro encontrou muitos espaços para fazer o resultado.

No primeiro gol, uma das muitas bolas perdidas pelo Gérson no meio de campo, gerou um contra ataque rápido, em que o zagueiro Manoel soube aproveitar sua liberdade, e colocar a bola no pé do Willian, dentro da área.

Nesta, vou discordar da maioria dos tricolores que acham que o Gum falhou no lance. O Wiliian dominou a bola muito bem, para trás, o que impossibilitou que nosso zagueiro desse o bote. Girou rápido, com um chute muito bem colocado, no canto do Cavalieri.

No segundo gol, mais uma bola perdida no meio de campo, desta vez pelo Vinícius. A bola chegou no Willian, com bastante espaço. Higor Leite, que não acho um bom marcador para jogar na lateral, acompanhou o lance com bastante distância, o que é fatal quando se está de frente para um jogador com boa finalização. Willian só precisou cortar para a direita e bater colocado mais uma vez, sem chance para o Cavalieri.

Nossa situação ainda não está definida no campeonato. Precisamos de 7 pontos em 21. Não é difícil, mas essa nossa inoperância nos jogos fora de casa acendem, sim, o sinal de alerta. Porque nos obrigam a ser extremamente eficientes nos últimos jogos em casa, para não corrermos risco de sufoco no final do ano.

Uma vitória neste jogo poderia nos deixar focados apenas na Copa do Brasil. Mas a inoperância, e a postura inofensiva desta equipe fora de casa, não nos permite ignorar o campeonato brasileiro.

Abs,

Alan Petersen