
Sem mudanças, o rebaixamento do Fluminense será inevitável (por Lindinor Larangeira)
Faltam 40 pontos. Difícil e acreditar que um time que disputou, em casa, 9 pontos contra equipes egressas da série B e fez apenas um, poderá chegar ao número mágico para escapar do rebaixamento.
O maior responsável por essa vexatória situação, uma lanterna e a pior campanha do clube nos pontos corridos, tem nome e sobrenome: Mário Bittencourt. Afinal, o regime é presidencialista e a omissão do mandatário é algo inacreditável.
Não somente Diniz deveria ser demitido. O pacote deveria incluir a incompetência e a inépcia de Angioni e Fred. Nomes que trazem a minha eterna pergunta de volta: o que fazem esses nobres cavalheiros na direção do Fluminense?
Questionamentos assim não foram feitos na caudalosa coletiva, de mais de duas horas, em que o presidente dava respostas no melhor estilo “Rolando Lero”, sem o talento do inesquecível Rogério Cardoso.
Na entrevista, deu um nó tático nos jornalistas, e conseguiu fugir da própria responsabilidade e do âmago da questão: o planejamento para essa temporada, que foi um brutal equívoco. Portanto, a “culpa” não é somente do Diniz.
O ex-treinador disse em sua coletiva de despedida, que pediu um zagueiro. Posição que deveria ser a prioridade do planejamento. Estranhamente, o maior investimento foi no meia Terans, que até agora nada agregou ao elenco.
É repetitivo, mas sempre cabe lembrar que oito contratações foram feitas. No jogo de quinta, vimos algumas em campo, com atuações absolutamente constrangedoras, o que tem sido uma constante em relação a esses jogadores.
Terans é um fenômeno: o único jogador uruguaio sem garra. Indolente e sem qualquer compromisso com o time. O incrível foi Marcão deixar esse verdadeiro vampiro em campo por toda a partida.
Gabriel Pires, Renato Augusto e Douglas Costa são ex-jogadores em atividade.
Antônio Carlos, mesmo não sendo o zagueiro pedido pelo ex-treinador, vinha fazendo uma partida segura. Mas como todo o sistema defensivo, somado a irresponsabilidade da firula desnecessária de JK, proporcionou o gol do triunfo do Vitória.
Sobre a partida, além dos erros iniciais da escalação de Marcão, a falta de leitura de jogo e de ousadia, sinalizam que um treinador mais cascudo tem que ser contratado.
Marcão é boa gente demais e talvez esse seja o seu grande problema. Na hora de barrar os medalhões, a amizade e o companheirismo podem atrapalhar. Como já atrapalharam, nos fazendo perder um jogo de seis pontos.
Ainda sobre o jogo, quando o time tinha alternativas de velocidade e juventude no banco, por que insistir com jogadores lentos e de pouca intensidade?
“A base vai resolver todos os nossos problemas?” A resposta para pergunta dos passadores de pano: não todos, mas boa parte.
Temos uma das melhores bases do Brasil e um clube com minguados recursos e alto endividamento tem que usar recursos próprios, a prata da casa.
A bola está com a diretoria, que é responsável por mudar a rota, ou será a grande culpada por uma humilhação.
Um treinador com urgência, bem como reforços. É urgente trazer um centroavante de características diferentes de Cano e JK. Alguém que faça o pivô e seja bom no jogo aéreo. Um volante e mais um zagueiro.
A postura do elenco também tem que mudar. O gol tomado contra o Vitória é inaceitável. Um jogador, marcado por três defensores, não pode ter a facilidade que teve. Alguém deveria parar a jogada. Ou a falta não é um recurso, além de uma infração do jogo?
Está faltando futebol, mas também atitude e malandragem nesse time.
Está faltando atitude e coragem na diretoria.
E quando isso tudo se soma, o resultado é o desastre.
Acorda, Mário!
PS1: Sete jogos de mata-mata até o final do primeiro turno.
PS2: Tem que ter um cinco, e esse volante não é Martinelli. Enquanto André não volta, por que não testar Felipe Andrade?
PS3: Cano, JK e Keno não são nem sombras dos atacantes do ano passado.
PS4: Confiem um pouco mais na base.