Só existe raça dentro de campo




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Só existe raça dentro de campo

Eu estou aproveitando essas partidas de segunda-feira pra falar um pouco de futebol dentro de campo. Como escrevo nas terças, sobra muito pouco das partidas para comentar e muito raiva do que se passa fora das quatro linhas.
A demonstração de vontade do time é o que mais tem me agradado. Não tem bola perdida, os jogadores se entregam no gramado e a sensação que se tem do lado de fora é que o atleta, quando é substituído, sai exausto em razão da entrega durante o jogo. É assim que tem que ser!
Como encaixou bem esse esquema de Marcelo Oliveira com dois atacantes mais livres na frente. Sem posição definida, Everaldo e Luciano se revezam no ataque e conseguem dar opções ao meio de campo. Além disso, eles contam com o apoio dos laterais cuja principal finalidade é partir pro ataque.
E por incrível que pareça os volantes tricolores estão se destacando cada vez mais. Os criticados Richard e Jadson apresentam boa qualidade no passe e maior entrosamento a cada partida. E a elevação do nível tem a ver, diretamente, com manutenção do esquema de três zagueiros que desde o início do ano se mostra o mais acertado para o atual plantel tricolor.
O mais interessante dessa pequena arrancada do time é que ela está ocorrendo mesmo com os salários atrasados, funcionários passando dificuldades financeiras porque a diretoria não lhes paga, risco de não jogar no Maracanã por inadimplência, dentre outros graves problemas que a diretoria trouxe para o clube.
Imagine você torcedor, saindo de casa todo dia para trabalhar com atrasos salariais que chegam a três meses! Trabalhando de graça, suando a camisa e o seu patrão não te paga. É exatamente isso que os jogadores estão sofrendo e ainda assim buscam força para deixar o sangue nos jogos. A situação ainda é agravada porque eles mesmos estão fazendo “vaquinha” para ajudar os funcionários do clube que sequer conseguem o dinheiro do coletivo. Lamentável!  
Voltando ao campo, abro um parêntese para falar do retorno de Marquinhos Calazans. O moleque tem potencial e acredito que ainda nos dará muitas alegrias. Foi importante a postura de Marcelo Oliveira de colocá-lo no time após mais de um ano parado. Isso dá moral e ânimo para que o atleta ganhe confiança e é ótimo para o elenco.
Ainda sobre Calazans, não podemos esquecer que ele foi vítima de covardes torcedores do Flamengo que, em maior número, reconheceram a joia de Xerém em um restaurante e arrumaram confusão. Moral da história: Calazans sofreu uma agressão no joelho que havia operado dias atrás e estava em franca recuperação, o que lhe obrigou a fazer nova intervenção cirúrgica no local, dessa vez com gravidade ainda maior, retirando-o dos gramados por quase um ano mais; a agressão ocorreu no dia 6 de dezembro do ano passado, no mesmo dia da final da Sul-Americana no Maracanã.
Retomando a análise do time, fico imaginando: o que esperar desse Fluminense ainda neste ano? Confesso que até bem pouco tempo atrás eu já ficaria satisfeito se o time escapasse do rebaixamento. Mas com essa entrega dos jogadores, fica sempre a sensação de podemos sonhar com algo melhor.
E esse algo melhor só pode acontecer no único campeonato que o Fluminense ainda tem chance de título é a Sulamericana. Por mais que a razão me diga que é impossível ser campeão, o coração fala o contrário. E quem disse que futebol é feito de reflexão? É paixão pura! E se assim é, vou com tudo para a torcida pelo título da Sula. Afinal, na atualidade somos os únicos representantes cariocas nas competições internacionais.
Repito o que já disse antes: não acho que temos time para almejar nenhum título. Não é pessimismo; é a verdade. Mas com as últimas exibições, estou me permitindo sonhar com algo melhor que apenas se contentar em escapar da série B. E acho que nós devemos abraçar os caras, porque estão dando o sangue em campo.
Combinamos assim: continuemos criticando a diretoria que é ineficaz e incompetente, mas vamos apoiar o time em campo. Lotar o Maracanã em cada partida daqui pra frente é nossa obrigação, assim como cobrar de Pedro Abad e sua trupe o dever de botar o clube nos trilhos, coisa que a Flusócio nunca conseguiu em sete anos de administração.
E é neste paradoxo entre “time com raça e diretoria sem” que continuaremos a democracia tricolor na torcida pela manutenção da vontade em campo e por dias melhores fora dele.
Ser Fluminense acima de tudo!
Evandro Ventura