Somente o que sentimos justifica o que fazemos




É possível medir a emoção? No caso do Fluminense, não.

A minha geração sofreu, mas sofreu muito mesmo.

Pegamos a parte final do time do tricampeonato estadual e campeão brasileiro de 1984, fomos agraciados com o gol de barriga do Renato Gaúcho e depois…

Pois é, esse “depois” foi simplesmente o pior período da história do Fluminense, mas…

O Fluminense ressurgiu das cinzas, como em 2009, quando muitos idiotas da objetividade já haviam decretado a nossa morte.

Lutamos até o fim e conseguimos fazer uma história épica construída com grandes batalhas e que contou com grandes guerreiros no campo e na arquibancada.

Definitivamente, a reta final de 2009 foi uma verdadeira explosão tricolor de fortes emoções que ecoarão eternamente nos nossos corações e que jamais serão apagados das nossas memórias.

Mas como a vida é repleta de surpresas, o ano de 2010 acabou sendo uma continuação de todas as emoções sentidas no ano anterior…

O time de guerreiros ganhou alguns importantes ajustes com a chegada de craques e o Fluminense ficou com pinta de que brigaria pelo caneco.

Muricy Ramalho, conhecido como “rei dos pontos corridos”, entrou no lugar do criador do time de guerreiros de 2009, o Cuca.

Não faltaram dificuldades, como por exemplo, o elevadíssimo número de lesões de jogadores extremamente importantes.

Mas o elenco aguentou a pressão. Quando não dava na técnica, o time comia grama e conseguia a vitória

E por falar em comer grama, como não reverenciar o Dario Leonardo Conca?

Craque do campeonato, rei das assistências, gols decisivos e presente nos 38 jogos da histórica campanha. Fez a diferença!

Outra coisa marcante: a dupla de zaga. Além de ter sido a menos vazada, Gum e Leandro Euzébio foram muito decisivos lá na frente.

O elenco todo batalhou e lutou até o fim. Por falar em lutar até o fim… 

Arrumar um ingresso para o duelo final foi algo que só o amor pelo Fluminense pode explicar.

Passar a noite inteira na porta do São Cristóvão com o meu amigo Marcos Roberto, ficar em pé no meio de uma galera pesada sem poder mexer os braços (e com o caras enfiando a mão no bolso do meu short), permanecer com a mão fechada durante cinco horas seguidas para proteger o dinheiro dos ingressos, arrebentar o chinelo, aguentar um calor do cacete, receber e dar umas cotoveladas foi algo que jamais esquecerei… Conseguir aqueles ingressos foi uma das maiores emoções da minha vida e, principalmente, a certeza do que somos capazes de fazer para estar ao lado do Fluminense.

Estádio lotado, mosaico sensacional, cantos de arrepiar e um “gol chorado” do Emerson Sheik com passe de “raspada de cabeça” do Washington Coração Valente numa jogada em que o Carlinhos lutou até o fim aos trancos e barrancos para chegar na linha de fundo e cruzar a santa bola do tricampeonato brasileiro.

O grito de campeão brasileiro entalado na garganta desde 1984 explodiu com muita emoção pelo país inteiro!

Rios de lágrimas na arquibancada e uma certeza: “SOMENTE O QUE SENTIMOS JUSTIFICA O QUE FAZEMOS”.

Salve o eterno 5 de dezembro de 2010, dia em que o Fluminense emocionou o Brasil inteiro no campo e na arquibancada!

Saudações Tricolores!

Vinicius Toledo / Explosão Tricolor