O ex-gerente de futebol do Fluminense, Alexandre Torres, que teve a sua demissão anunciada no início da tarde de ontem, parece não ter digerido muito bem a decisão da diretoria tricolor.
Em entrevista concedida, Torres abriu o jogo e comentou alguns detalhes da gestão. O ex-executivo do Fluminense ainda criticou sobre a meta baixa estipulada pela diretoria:
– Hoje tenho a convicção de que, ao se traçar uma meta baixa, fica difícil melhorar – disse Torres.
Confira abaixo a íntegra da entrevista.
Qual foi o motivo da demissão?
Alexandre Torres: Para saber o motivo, tem de falar com a direção, com o presidente, com o Marcelo Teixeira e com o Marcos Vinícius. Acredito que eles acharam que o meu trabalho não foi bem feito. Eles não me falaram isso, me deram uma explicação. Só que eu prefiro não comentar.
Ficou surpreso?
Alexandre Torres: Fiquei um pouco. Sei que o futebol é assim e que o resultado, realmente, não foi o esperado. Quando o time não tem o resultado, a lógica é de ter mudanças. Procurei fazer o melhor, havia um planejamento traçado em janeiro. E fiz ao pé da letra. Cometi os meus erros pois não sou perfeito. Me mantive fiel, fiz com honestidade, cumpri com a minha obrigação, com os meus horários… Segui o que o clube traçou, mas o resultado não aconteceu. E houve o entendimento de fazer mudança.
Qual era o planejamento?
Alexandre Torres: Falarei de forma rápida e resumida o que foi traçado. Não iríamos investir muito pelas dificuldades financeiras, precisaríamos vender um ou dois. Dentro dessa realidade, a ideia era fazer um bom Carioca, uma boa Primeira Liga, manter o time na Série A. Ou seja, disputar da melhor maneira possível todas as competições. Com um detalhe: enxugar a folha de pagamento do clube. Eu acho que isso foi alcançado.
Ficou magoado?
Alexandre Torres: De maneira nenhuma. Tenho 37 anos no futebol. É a primeira vez que sou dispensado. Nunca fui dispensado como jogador, como auxiliar, como olheiro. É um sentimento estranho. Nem quero falar muito para não dar impressão errada. Futebol é assim. Tenho a minha responsabilidade. A mudança é normal.
O que não deu certo?
Alexandre Torres: Na verdade, as metas traçadas foram cumpridas. Hoje tenho a convicção de que, ao se traçar uma meta baixa, fica difícil melhorar. Não foi dito explicitamente que a meta era não cair. Mas sempre se disse em fazer um campeonato sem sustos. Se a meta fosse ser campeão, as pessoas passariam a acreditar. Se dá um gás a mais quando se está longe da meta. Isso influencia, isso contagia todo mundo.
Relação com Abel Braga
Alexandre Torres: Ele foi contratado antes da minha chegada. Não foi o treinador que ajudei a escolher. Sem dúvida, porém, foi o melhor que o Fluminense poderia ter escolhido. É experiente, vitorioso e aguenta a pressão. Ele dispensa comentários. Ele foi meu treinador, eu tinha um bom relacionamento na época, mas sem frequentar a casa. A gente estreitou a amizade e ele sabe o trabalho que eu fiz. Eu comuniquei que tinha sido desligado, falamos rapidamente. O trabalho vai continuar. Apesar de tudo, plantei uma sementinha. Tenho certeza que o ano que vem vai ser melhor. Jogadores terão aumento de rendimento e o Abel saberá conduzir as coisas.
Dificuldades
Alexandre Torres: Isso faz parte do trabalho. Sabia que ia ser assim. Desde o começo do ano, se apontou a dificuldade financeira. Os jogadores sabiam. A gente falava disso, o meu trabalho era dar satisfação a eles sobre isso. Isso foi feito, assim como tudo o que foi traçado no começo. Não vou reclamar disso. Pelo contrário, sempre busquei atacar o problema. Tenho certeza de que eu fiz.
Futuro
Alexandre Torres: Não estava preparado para isso. Não quero fazer nada com pressa. Vou esfriar a cabeça, falar com a família e amigos. Com certeza, fico no futebol. Só queria agradecer à torcida pelo apoio. Ela é fundamental para o clube melhorar.
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Por Explosão Tricolor / Foto: Divulgação / Fluminense FC
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