Terra sem lei




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Primeiramente, não há como não deixar de comentar sobre a péssima cultura do “foda-se a lei” venerada por grande parte do nosso povo. Impressiona a forma como o brasileiro trata a Justiça. Achincalha mesmo e não está nem aí. É como se tivesse a certeza de que nenhum ato que desafie a lei será penalizado.

Lei? Não se respeita. Contrato? Não vale de nada. E segue o jogo no país cuja sociedade é totalmente alienada, hipócrita e que possui um elevadíssimo nível de analfabetismo político. Talvez isso explique o triste cenário moral do Brasil, em especial, no Rio de Janeiro, que virou uma espécie de terra sem lei.

Por falar em alienação, o que dizer da imprensa brasileira de um modo geral? Mais uma vez, vimos um show de horrores. Como de costume, a culpa é do Fluminense. Impressiona também que alguns tricolores tenham criticado a luta institucional do clube em fazer valer seu direito legalmente amparado pela lei. Que país é esse? Qual será a atitude do Ministério Público diante de tantas atrocidades cometidas?

Sobre o jogo, o Fluminense teve amplo domínio, mas não teve competência para decidir. Para piorar, Rodolfo falhou no lance do gol vascaíno. Caça às bruxas? Claro que não. Considerando as limitações do elenco, Fernando Diniz iniciou o seu trabalho de forma muito positiva. É óbvio que a filosofia de jogo ainda carece de ajustes, como, por exemplo, um poder maior de infiltração ofensiva. Ou seja, algo normal para uma equipe que ainda está em construção e que ganhará importantes reforços para o restante da temporada. Gilberto, Paulo Henrique Ganso e Pedro elevarão bastante o nível da qualidade técnica do time. Isso para não falar do Mascarenhas, que vinha muito bem antes de ser diagnosticado com caxumba.

Bola pra frente e vida que segue. O Fluminense tem sérios problemas internos que foram acobertados nas últimas semanas pelas boas apresentações da equipe, chegada de Paulo Henrique Ganso e um cenário vendido de que, num estalar de dedos, Laranjeiras havia virado uma espécie de “País das Maravilhas”. De qualquer forma, uma coisa está muito clara: o Fluminense precisa de uma verdadeira união para encarar essa “cultura do foda-se” recheada de perversidade, hipocrisia, covardia e canalhice. Que sirva de reflexão para todos os quadros que almejam o poder no clube. O Brasil não é para amadores.

Saudações Tricolores!

Vinicius Toledo