Trabalho de Odair Hellmann, briga pela titularidade, duelo contra o Grêmio e muito mais: leia a entrevista coletiva de Igor Julião




Igor Julião (Foto: Lucas Merçon / Fluminense F.C.)



Lateral-direito concedeu entrevista coletiva após o treino da manhã desta sexta-feira

No início da tarde desta sexta-feira (06), o lateral-direito Igor Julião concedeu entrevista coletiva no CT Carlos José Castilho. O defensor falou sobre o seu bom momento no Fluminense, briga pela titularidade, trabalho de Odair Hellmann, duelo contra o Grêmio e muito mais. Confira abaixo todas as respostas do jogador:

Trabalho de Odair Hellmann

“Quando o Fluminense anunciou a contratação dele, nós, jogadores, ficamos muito felizes. Quando ele comandava o Inter, sabíamos a dificuldade que era jogar contra ele. Só constatamos isso trabalhando com ele. É um cara muito inteligente, que consegue deixar todos os jogadores muito motivados, treinados – isso é muito importante. Nas variações, quando entra um jogador no lugar do outro, todos sabem o que tem que fazer. Estão todos muito aplicados taticamente. O Odair tem muito mérito em todo este momento que estamos passando. Ele sabe gerir muito bem o grupo, taticamente… É um especialista nisso.”

Bom momento no Fluminense

“Futebol é momento. Vivemos fases distintas e precisamos saber lidar com isso. E passamos por momentos muito difíceis. Nos primeiros jogos do campeonato eu tive uma lesão que não foi divulgada em que eu não conseguia me movimentar, dormir bem, nem rir. Só de rir ou tossir eu sentia uma dor muito grande. Mas eu conseguia jogar porque temos profissionais muito competentes aqui. Temos uma fisioterapia e um departamento médico que consegue fazer isso com a gente.

Eu conseguia jogar, mas saía do jogo e não conseguia fazer mais nada. Hoje chego em um momento que estou bem, com ajuda de fisiologia, da nutrição… Eu consegui melhorar meu rendimento físico e técnico por uma conversa com o fisiologista. Ele me passou dados de jogo e falou “tenta melhorar nisso, naquilo”. E melhorei meu rendimento físico e isso puxou para o técnico. Temos também uma nutricionista super dedicada que nos ajuda. Contamos com esses profissionais competentes para não ficarmos na escuridão.”

Briga pela titularidade 

Eu não carrego essa pressão. Ainda mais esse ano. Os jogadores não são titulares, ele estão como titulares. Quando um jogador sai por lesão, é difícil ele recuperar a vaga. Eu tenho que fazer meu trabalho, porque se eu sair da equipe será difícil eu voltar. Está todo mundo em boa fase. O Calegari, antes de sair com Covid, ele estava em ótima fase. Temos quatro zagueiros em ótima fase. Essa disputa que criamos entre nós foi que alavancou o time. Estamos na quarta posição por isso. Ninguém quer sair do time, precisamos jogar muito para permanecer no time. Eu não quero falar sobre ser titular. Estou fazendo meu jogo, meu dia a dia, para manter essa sequência que é muito boa. Para nos mantermos lá em cima, precisamos pensar em cada jogo.

Resposta ao comentário do apresentador André Rizek

“Respeito muito o Rizek. É um excelente profissional. Mas isso não nos abala. Assim como comentários da torcida também não. Somos profissionais. No futebol hoje em dia, recebemos pelo quanto de pressão aguentamos. Então a cobrança de torcida, o externo, isso não pode nos abalar, porque senão, acabou. Agimos com naturalidade. Vemos que os torcedores ficam irritados com algumas declarações de jornalistas, recebemos algumas marcações em redes sociais. Mas isso não pode nos influenciar.

O Rizek está lá fazendo o trabalho dele. Aquilo é o que ele acha. Esperamos estar no fim do campeonato curtindo a festa. Não dá para curtir agora. Mas respeito o Rizek, respeito todos os jornalistas. Eles têm o direito de dar opinião. Mas somos muito blindados aqui. Eu mesmo vejo pouco programa esportivo e isso não nos abala. Tanto crítica, quanto elogio. O Odair fala para botarmos o pézinho no chão e vamos ver se no fim do campeonato conseguimos curtir essa festa.”

Disputa pelo título brasileiro

“Quem diz quem é favorito ou não são vocês da imprensa. Por mim, gostaria de continuar sendo considerado o clube “patinho feio”. Ninguém dava nada pela gente. Nos comentários, nunca éramos os favoritos nos jogos… Prefiro que continue assim. Deixar o favoritismo para Flamengo, Atlético-MG e Internacional, clubes que tem investimento financeiro muito maior que o nosso, e deixar o Fluminense… Não falaram tanto da gente, fizemos uma boa campanha. Mantivemos nossos pés no chão, de pouquinho em pouquinho…”

Blindagem do elenco

“Nós criamos um ambiente aqui em que nos blindamos das coisas do lado externo, tanto de imprensa, tanto de torcida. Acompanhamos pouco. Sabíamos que no início havia uma irritação da torcida. E agora há uma certa empolgação. Posso falar pelo que estamos desempenhando. Estamos melhorando a cada jogo. Estamos taticamente bem sólidos, está cada vez mais difícil fazer gol na gente. E cada jogador está entendendo o que Odair está pedindo, entra um e sai outro e o time mantém o jeito de jogar.

Espero que a torcida, sim, esteja se identificando com nosso jeito. Acho que estamos fazendo jus ao “Time de Guerreiros”. O que corremos dentro de campo… Estamos dando a vida. Sabemos das nossas limitações técnicas, que tem times mais técnicos que o nosso, mas ganhamos jogos na vontade. E por uma união. Um corre pelo outro. Quando um não consegue voltar, outro corre para a marcação. Espero que estejamos apresentando um futebol que esteja deixando a torcida feliz. Vamos fazer o nosso a cada dia, para que no fim do campeonato, possamos colocar o Fluminense no lugar que ele merece estar há muito tempo.”

Duelo contra o Grêmio

“Vai ser um jogo muito difícil. ontem fizemos o dever de casa, assistimos o jogo deles contra o Juventude, para ver a forma como eles jogam. Estamos treinando muito forte. Nosso trabalho de casa está sendo bem feito.”

Tentar marca de três vitórias seguidas

“É muito difícil. Tivemos bastantes vitórias, mas todas são sofridas, até contra as equipes que estão lá embaixo. É sempre difícil ter uma sequência de vitórias. Estamos brigando lá em cima, mas pegamos times que estão brigando lá em cima também ou estão brigando para não cair. Todo mundo quer ganhar. Ainda mais no 2º turno, onde as equipes de baixo jogam a vida. Mas se mantivermos essa mentalidade, de pensar a cada jogo… Estamos cada vez mais nos entendendo dentro de campo e fazendo que como cada partida fosse a última. Estamos deixando nossa vida dentro de campo. E ganhamos muitos jogos por essa vontade, por correr mais que a outra equipe. O caminho é esse. Pensar jogo a jogo e jogar cada jogo como se fosse o último.”

Acha que suas opiniões políticas podem interferir no julgamento de alguns torcedores sobre seu desempenho?

“Sobre questões política, sobre o que acredito, tenho uma voz ativa e nunca vou me calar. Pode sim haver uma polarização por esse motivo. Mas o torcedor é paixão. Tem o direito de criticar e elogiar. Já fui torcedor de arquibancada e sei que torcedor é pura paixão. E nós, jogadores profissionais, não podemos nos deixar influenciar por essa paixão, nem como elogio, nem como crítica. Hoje sou comandado pelo Odair e somente a crítica dele me importa. No pós-jogo, quando eu vou mal ou bem, eu me preocupo com a opinião do Odair.”

Jogadores se posicionando politicamente

“Esse movimento dos jogadores falarem cada vez mais é importante. Falaram do caso da Mari Ferrer, o Yuri (Atlético-GO) fez o protesto dele dentro de campo… Já vemos bastante isso nos EUA, os jogadores de basquete, o movimento Black Lives Matters, também na eleição de agora. É importante seguirmos esses bons exemplos de atletas. Temos uma voz e precisamos usá-la. E o espaço é plural, para todos. Eu me posiciono do modo como vejo a política, o social. Tem outros jogadores que se posicionam de modo completamente diferente de mim, mas a democracia é isso. O espaço está aberto para todos e temos que usar nossa voz para cada vez mais se posicionar.”

Possibilidade de atuar como meia

“Cheguei no Fluminense como meia, muito novo. Em Xerém, cheguei a jogar como meia, como lateral-esquerdo, como atacante… O Fluminense faz um bom trabalho com os jogadores, para que quando chegarmos no profissional, consigamos fazer várias funções. Foi uma ótima experiência na Eslováquia. Consegui fazer meus gols na equipe, ajudar… Sou um jogador que o treinador pedir o que for, eu vou fazer. Sou muito aplicado taticamente. Só quero ajudar a equipe, colocar o Fluminense lá em cima, que é o lugar que ele merece.”



Por Explosão Tricolor

E-mail para contato: explosao.tricolor@gmail.com