Um ato de fé




Foto: Vinicius Toledo / Explosão Tricolor



Não está nada fácil. Na segunda, tivemos mais uma prova de que a falta de criatividade e dificuldade na construção de jogadas são os maiores rivais do Fluminense neste Campeonato Brasileiro. Contra o Red Bull Bragantino, não conseguimos construir sequer uma boa jogada, não me recordo de um só chute de dentro da área. 

Como pensar que será diferente diante do Athletico Paranaense no sábado? Sinceramente, não consigo ver o Fluminense jogando um futebol mais agressivo ofensivamente; o que é uma tristeza para quem torce para um time grande. Somos agressivos no meio de campo, um time de transpiração, mas o nosso jogo para por ali. Inclusive, entre o meio de campo e o ataque, não temos tido ninguém.

Por ali já jogaram Nenê, Ganso e, em poucas ocasiões, Marcos Paulo. O primeiro nunca foi um jogador com essa responsabilidade; e quando jogou assim, não rendeu. Já o Ganso… não vem bem há alguns jogos. O seu melhor momento com a camisa tricolor foi jogando entre o primeiro volante e o meia-armador no ano passado. Marcos Paulo, o único capaz de fazer essa função na minha opinião, é visto como um ponta — pouco efetivo por sinal. Após a saída do Nenê no intervalo do último jogo, ele teve a chance de ser o principal articulador, mas também não conseguiu dar vida aquele setor do campo. Até nos fez sentir falta do camisa 77, que ao menos aparecia e errava alguma coisa de vez em quando.

Do time profissional, só falta o Miguel receber oportunidades como meia-armador. O garoto tem apenas 28 minutos em campo neste Brasileirão. Sim, nem o alto número de casos de Covid no elenco fez o jogador voltar a pisar no gramado. Seus últimos minutos foram na derrota por 1 a 0 para o Sport, fora de casa, pela 11ª rodada do Brasileirão. Desde então, sua função tem sido, única e exclusivamente, completar o banco de reservas. Daqui a pouco completa um turno sem jogar pelo profissional, sub-23, sub-20, sub-17…

Seja como for, precisamos ir além do “pontinho importantíssimo” dentro da nossa própria casa. Até acho que esse discurso funciona uma vez ou outra, contra adversários muito qualificados e que estão alçando voos maiores que os nossos. O que certamente não é o caso de RB Bragantino, o que sobrou do Athletico do ano passado e cia. Quem está na briga lá em cima somos nós.

Precisamos jogar bola urgentemente. “Estrear” neste segundo turno. Agora, acreditar em uma boa partida do Fluminense neste Brasileirão, contra quem for, é sempre um ato de fé bastante considerável.

Curtinhas:

– Meu palpite para o próximo jogo é 1 a 0 com gol de Fred em belo passe de Marcos Paulo. Espero que não seja uma ilusão.

Michel Araújo não estava bem antes de testar positivo para a Covid. Vamos torcer para voltar melhor nos próximos jogos.

– Coloca qualquer um na lateral esquerda, Odair. Mantém o Julião. Teste o Caio Paulista. Só não volte com o Egídio.

Carlos Vinícius Magalhães