Um início que empolga




Amigos tricolores, depois de tantas previsões pessimistas da torcida para a temporada de 2017, o Fluminense surpreendeu e começou o ano muito bem. Enquanto a imprensa em sua maioria preferiu destacar as contratações de Palmeiras e Flamengo, nós conseguimos formar um excelente time silenciosamente, sem reforços badalados e se movimentando pouco no mercado (quando digo time, me refiro ao 11 inicial, pois o elenco no geral ainda é fraco). Por mais que ainda seja cedo para antecipar alguma coisa, acho que o nosso Fluzão pode sim fazer um grande ano e quem sabe até beliscar algum título.

Com Abel no comando, a equipe melhorou em diversos aspectos. Não se vê mais o Fluminense abusando de ligações diretas (chutões) para fazer a bola chegar ao ataque, e quando essa bola chega, os jogadores buscam o gol por meio do toque de bola, jogadas de linha de fundo e dribles velozes. Os “balõezinhos” na área, antes nosso único recurso e que tanto irritavam a torcida, ficaram para trás.

A tendência é ver um Fluminense com mais atitude e mais vontade dentro de campo, muito pela característica do nosso treinador. Analisando nosso time, percebe-se que temos um meio-campo muito qualificado e que eu classificaria como um dos melhores do Brasil. Orejuela tem um poder de marcação impressionante, um excelente passe e melhorou infinitamente nossa saída de bola, que era um dos pontos fracos no ano passado. Douglas também marca com precisão e sabe chegar como um elemento surpresa no ataque, além de possuir um bom chute de média e longa distância. Sornoza se adaptou rapidamente e se mostrou um jogador com um bom drible, arrancada e lançamentos de encher os olhos. Gustavo Scarpa, cada vez mais eficiente, é nosso melhor atleta e dispensa apresentações.

Dificilmente faremos no Campeonato Brasileiro uma campanha muito empolgante, pois é necessário regularidade e boas peças de reposição, o que claramente não temos em demasia no nosso elenco atual. Porém com esse plantel, podemos chegar longe em algumas competições importantes como a Copa Sul-Americana e Copa do Brasil, especialmente se a torcida comprar o barulho do time. Pedro Abad disse que daria prioridade total à competição continental, e isso satisfez, e muito, a galera tricolor.

Por falar em Pedro Abad, a postura do nosso presidente tem me agradado muito nos últimos dias. Primeiro por ter chamado alguns blogueiros tricolores e jornalistas para debater sobre o clube, o que mostra o quanto o Fluminense está disposto a jogar aberto e ouvir opiniões. Segundo, por ter recusado sem titubear as propostas que chegaram à Gustavo Scarpa e Richarlison, feitas por Palmeiras e Ajax, respectivamente. Por mais que essas atitudes sejam muito óbvias, já que os montantes oferecidos não eram tão generosos, o “não” do Flu de certa forma surpreendeu. Explica-se: A situação financeira atual é muito ruim, os cofres estão praticamente zerados e não sobra dinheiro nem para custear as obras do CT. Além do mais, acho que o nosso ex-presidente, Peter Siemsen, aceitaria as ofertas logo de cara (não custa lembrar que Peter aceitou vender Biro Biro, que até então tinha acabado de ser um dos melhores atacantes do Brasileirão pela Ponte Preta, por míseros R$ 5 milhões para o futebol chinês, sendo que o Fluminense só teve direito à metade desse valor pois o resto pertencia ao Nova Iguaçu). Se Abad continuar liderando com transparência e honestidade, tem tudo para ganhar a torcida do Fluminense por inteiro, sendo que essa já foi até mais crítica com relação a ele antes do começo da temporada.

Nota: Essa semana a decisão da FIFA de reconhecer oficialmente como mundiais apenas os torneios disputados em 2000 e a partir de 2005 gerou muita polêmica. Torcedores brasileiros gritaram aos quatro cantos que a entidade estaria menosprezando a história do futebol. Vou dar a minha opinião sobre o assunto: Concordo inteiramente com a FIFA, pois na nota oficial que publicou, fez questão de reconhecer a importância das Copas Rios de 1951 e 1952 (vencida pelo nosso Fluminense) e as competições intercontinentais posteriores. Ademais, para ser considerado um mundial, deve ser disputado por times de todos os continentes do mundo. Se os torneios do século passado só continham clubes da América do Sul e da Europa (ainda que nesses continentes estivessem os melhores), por que deveriam ser reconhecidos como tal?

Curtas:

⁃ O Fluminense precisa fazer o possível e o impossível para ter o Maracanã durante a Sul-Americana. Seria um combustível a mais para o time.

⁃ Engenhão é um estádio frio em que a torcida fica longe do campo. Por mim, seria a última opção.

⁃ Em que pese que a casa do Botafogo é o nosso grande salão de festas.

⁃ Por mais que o Henrique Dourado tenha feito bons jogos, ainda sinto que precisamos de um centroavante que pegue a bola e resolva. Fred era um desses. Barcos, se viesse, seria um desses.

⁃ Precisamos tomar uma providência urgente em relação à segurança do CT. A matéria que saiu no site português arranha a imagem do clube.

⁃ Gostei de saber que o Fluminense vai voltar a treinar nas Laranjeiras. Servirá para aumentar o engajamento e reaproximar-se com a torcida.

⁃ Como é linda a canção “Minha Raiz”, a versão tricolor da música “A Vida do Viajante”. No jogo contra o Vasco, saí rouco do Engenhão de tanto cantar.

Lucas Aquino

 

Por Explosão Tricolor / Foto: Fluminense FC

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