Uma palavra: incompatível




Incompatível (Foto: Fluminense FC)
A inconstância do time é preocupante (Foto: Fluminense FC)

Que agonia, amigos! Esse time do Fluminense é um carrossel de emoções. Bastou enfrentar um time que marque melhor e nosso time mostrou deficiências cristalinas. O resultado contra o América-MG foi bom e o resultado do jogo contra o Santa Cruz poderia ser se não fosse o juiz, mas isso é papo para daqui a pouco. Mas os resultados escondem as atuações inconstantes do time.

Nossa torcida vai se lembrar das nossas melhores emoções dos últimos anos. O “algo a mais” na maioria das vezes era a raça que nossos jogadores demonstravam. Incompatível com os nossos atuais titulares. Raça é uma coisa que falta no Fluminense há algum tempo. Então a alternativa era ter um time muito redondo. Também não teremos.

O Fluminense jogou nos últimos jogos com o Scarpa isolado no meio e três atacantes. Jogamos com zagueiros pesados e um goleiro que não sai do gol, impossibilitando a zaga de jogar adiantada. A bola tem que percorrer o campo inteiro na transição contando apenas com Cicero, Scarpa e Jonathan para adicionar qualidade de passe. Não vai rolar assim.

Para jogar ofensivamente, como quer Levir, os zagueiros e volantes têm que ter técnica. Veja o exemplo do Guardiola: não tendo zagueiros técnicos ele coloca lateral ou volante na zaga para aprimorar o passe. Ele não abre mão disso. Mas no Fluminense, Gum, Henrique e Pierre são titulares sem acertar passes verticais. Cicero volta até a zaga e temos quatro jogadores lentos na primeira linha do time para tentar armar o jogo. Sem ultrapassagem de nenhum deles. Incompatível.

Tem que oxigenar o time. Esse quarteto no miolo defensivo não dá mais. Eu mudaria três deles, só deixando o Gum. O time jogaria adiantado, buscando a retomada da posse de bola e a troca de passes objetiva. Iria de Julio Cesar; Wellington Silva, Gum, Marlon (Renato Chaves) e Giovanni (Willian Matheus, assuma urgentemente, por favor); Edson, Douglas (Marlon Freitas), Gustavo Scarpa e Maranhão (Danielzinho); Richarlison e Fred. Jogando só no campo de ataque.

Me lembro que em 2008, a Bolívia veio jogar assim no Engenhão contra o Brasil. Eles não agrediam tanto, mas montaram um ferrolho no campo de ataque e o Brasil, em 90 minutos, nada fez. Essa adaptada no plano tático do Levir deve ser para ontem.

Ainda sobre o jogo, o primeiro tempo foi de arrancar bocejos. Fluminense e seus inúmeros passes laterais não conseguia penetrar na defesa bem postada do Santa Cruz, que pouco incomodava nossa defesa. Guardaram as forças para o segundo tempo.

Logo aos sete minutos da segunda etapa, nosso sistema defensivo parou e assistiu a jogada no nosso lado direito parar nas costas do Wellington Silva, na esquerda, para Grafite fazer 1 a 0. Depois do gol, o Fluminense teve espasmos de vontade e virou em três minutos, com um golaço de falta do Scarpa e um gol do Gum. Aí a morosidade tomou conta novamente. Tomar um gol do Santa Cruz seria merecido pela (falta de) atitude demonstrada no jogo, porém o Santa Cruz não era competente nas ações ofensivas. O jogo tinha tudo para terminar com uma vitória por 2 a 1, mas…

Aí apareceu a figura de Jailson Macedo. Um lance que um erro não é normal. Grafite dá uma furada e se joga. Geral se preparando para o tiro de meta e ele dá pênalti. Aos 37 minutos do segundo tempo. Um erro a essa altura do jogo define o placar. É uma sacanagem que tenhamos árbitros tão ruins a esse ponto. Incompatível com o tamanho do Brasileirão.

Dois pontos que se foram. 

Tabelinha:

1- Não ouço, não sigo e indico fazerem o mesmo com essa equipe que trabalhou no jogo do Fluminense. Só não deixo de assistir porque é o Fluminense. Se tivesse concorrência seria outra coisa.

2- Renovar o contrato do Pierre é zoação. Tinha que segurar as renovações por conta das eleições do fim de ano, é o que penso. Próxima gestão terá Pierre e Cicero de contratos renovados. Problema.

3- Fluminense tem que treinar finalizações a exaustão.

Ruan Veiga / Explosão Tricolor

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