Uma visão sobre a utilização das categorias de base




Fluminense Sub-17 (Foto: Mailson Santana / Fluminense F.C.)



Sempre que o Fluminense não vai bem dentro de campo, a torcida pede uma maior utilização da garotada. A real é que, quando pedimos isso, não queremos apenas um amontoado de moleques de Xerém em campo. Na verdade, a reivindicação é pela novidade, pelo frescor, pelo rompimento com a “política daquele carro daquela famosa marca italiana”. É disso que se trata.

No domingo (20), o time sub-20 encerrou sua participação na primeira fase do Brasileirão da categoria e agora terá as quartas de final pela frente. Ontem, segunda (21), o sub-23 avançou às semis e o sub-17 levantou o caneco debaixo de voadoras. Os destaques individuais são vários, em todas as três equipes: Samuel Granada, Gabryel Martins, Metinho, etc. Até o The Guardian está de olho nos nossos moleques! 

Os garotos não são a solução, e nem acho que precisem ser de imediato. Mas podem ser fundamentais para o time que queremos ver em campo: rápido, com vontade de fazer algo diferente e que, ao menos, tente algo — como o golaço de Kayky na ida da final do Brasileirão Sub-17. Atualmente, 90% das partidas do Tricolor são extremamente cansativas. Nós saímos de frente da televisão tão estafados quanto os jogadores, tamanha a apatia dos nossos jogos.

Os responsáveis pelo nosso futebol, com certeza, devem ter a mesma sensação. Não imagino a  comissão técnica chegando no CT, em uma manhã de segunda-feira, empolgada com a missão de desbravar as partidas anteriores da equipe. Na verdade, soa até como uma punição.

Todo ano temos provas concretas de que mais vale apostar nos garotos de habilidade do que nos nomes batidos que não acrescentam muita coisa; exemplos: Calegari, André, Martinelli etc. Esses três surgiram neste ano e já nos passam mais confiança do que Igor Julião, Yuri e Hudson.

Claro que alguns podem não render, haja visto Pablo Dyego, Matheus Alessandro e o próprio Julião. Faz parte do processo; a esmagadora maioria fica pelo caminho infelizmente. Ou deveria ficar, porque às vezes insistimos demais com nomes que já deram provas e mais provas de que não renderão. Esses, assim como os medalhões enferrujados, também ocupam o espaço que deveria ser reservados para as novas gerações mais promissoras.

Seja qual for a nossa luta na próxima temporada, acho que devemos, sim, já começar a pensar em uma reformulação do elenco na medida do possível. E, como toda boa reformulação, devemos partir de dentro para fora, da base para o profissional; não do banco de reserva de outras equipes para o nosso 11 inicial.

Curtinhas

– O sub-17 deu uma alegria danada ontem! Que o verde da esperança se torne brilhante!

– Gabryel Martins fez um belo gol pelo sub-20 contra o Ceará no domingo.

– Eu gosto do projeto sub-23, contudo, o time tem que servir como transição, não como último respiro para alguns jogadores.

– Na sexta-feira (18), um garoto de 16 anos e 28 dias fez um gol pelo Borussia Dortmund. Como o  futebol brasileiro é de altíssimo nível, o André, aos 19, ainda está sendo preparado…

– Ah! Só para não passar batido: paciência com as nossas promessas, pois elas merecem nosso voto de confiança.

Saudações Tricolores, galera!

Carlos Vinícius Magalhães