Vasco da Gama emite pesada nota contra o Fluminense




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Vasco emite nota contra o Fluminense

Confira a nota vascaína na íntegra:

O Club de Regatas Vasco da Gama informa que, por meio de seu Departamento Jurídico, está tentando reverter a decisão da desembargadora de plantão Lucia Helena do Passo, que determinou a realização da final da Taça Guanabara com portões fechados.

Neste momento, tão ou mais importante do que garantir o direito dos quase 30 mil torcedores que já adquiriram ingresso para a partida de hoje é restabelecer a verdade dos fatos e atribuir a quem de direito as devidas responsabilidades – ou irresponsabilidades – pelo impasse que cerca a decisão da Taça Guanabara a poucas horas da partida.

A Cesar o que é de Cesar. Ou a Pedro o que é de Pedro.

Para que a opinião pública possa ter o pleno entendimento do caso e a perfeita compreensão do papel de cada um, é necessário reorganizar os fatos cronologicamente:

Nesta semana, antes mesmo das partidas semifinais da Taça Guanabara, a FERJ procedeu o sorteio do mando de campo da final, quando, então, ficou decidido que o vencedor da partida Vasco x Resende seria o mandante da decisão da competição.

A partir de então, o Presidente do Vasco da Gama, Alexandre Campello, manteve tratativas com os Presidentes da FERJ, Rubens Lopes, e do Consórcio Maracanã, Mauro Darzé. Nessas conversas, os Presidentes do Consórcio e da Federação foram muito claros: o Vasco, como mandante, teria o direito de escolher onde sua torcida se posicionaria na final. Reiterou ainda que o contrato do Maracanã com o Fluminense dava garantias ao clube de posicionar sua torcida no Setor Sul quando mandante, mas não obrigatoriamente na condição de visitante. Diante do exposto e dos termos acordados com a direção da FERJ e do Consórcio Maracanã, o Presidente Alexandre Campello deixou claro que só aceitaria a realização da partida se garantido o direito da torcida do Vasco ocupar o Setor Sul – repita-se direito este definido a partir do momento em que o sorteio determinou que o vencedor da partida entre Vasco e Resende seria o mandante da partida final.

Na sexta-feira (15/02), houve uma reunião na FERJ para tratar do plano de jogo, quando, então, foi informado aos representantes do Fluminense o lado que sua torcida ocuparia. E, conforme acordado, o Vasco da Gama iniciou a venda dos ingressos, que transcorreu ao longo do dia em absoluta normalidade. Ao fim do dia, fomos surpreendidos pela notícia de uma liminar exigindo que se iniciasse a venda de ingressos do Setor Sul para a torcida do Fluminense. De imediato, o Presidente Alexandre Campello manteve contato com o Consórcio Maracanã e a direção da FERJ. O Presidente da entidade, Rubens Lopes, pediu, então, uma reunião na sede da Federação, na manhã de sábado, (16/02).

Nessa reunião, logo ficou estabelecido que não seria possível fazer a troca de setores devido ao grande número de ingressos já vendidos. Diversas alternativas foram pensadas, mas, ressalte-se, em nenhum momento o Presidente Alexandre Campello abriu mão do Setor Sul, cumprindo, assim, as condições acordadas com o Maracanã e a FERJ. Representantes do BEPE – Batalhão Especializado de Policiamento em Estádios – e do Ministério Público assentiram que o melhor era manter a organização do jogo vigente até então, de modo a respeitar os torcedores que já haviam adquirido os seus bilhetes e de evitar quaisquer transtornos decorrentes de uma mudança como esta a pouco mais de 24 horas da partida.

Nessa reunião, houve, então, a decisão de suspender as vendas no Setor Sul até que a torcida do Fluminense comprasse o mesmo número de ingressos para o Setor Norte.

E foi nestas condições que a reunião se encerrou. Todos os demais presentes – as direções do Vasco, Consórcio Maracanã e FERJ, além de representantes do BEPE e do MP –, concordaram com a manutenção das condições originais da partida. O presidente Abad deixou o encontro sem se manifestar.

Logo depois, no que se configurava como uma concordância da diretoria do Fluminense com a manutenção do acordo e a realização da partida nos termos firmados na FERJ, o próprio clube anunciou a abertura da venda de ingressos na sede das Laranjeiras neste domingo, das 10h às 13h, atendendo assim à expressiva demanda de seus torcedores e associados. O Fluminense, ressalte-se, divulgou a comercialização de ingressos a seus torcedores para o Setor Norte do Maracanã, inclusive informando sobre a venda em suas próprias redes sociais. Mais tarde, os posts foram apagados. É de se lamentar caso, como tudo indica, a direção do Fluminense tenha procedido com o intuito de manipular seus próprios torcedores.

Ainda no sábado, poucas horas depois da reunião na FERJ, a realidade começaria a dar lugar à fantasia e a um torpe processo de manipulação dos fatos, como ficaria claro com o deliberado objetivo de ludibriar a opinião pública e, em última instância, o Judiciário.

Na tarde de sábado, o presidente do Fluminense Pedro Abad convocou uma entrevista coletiva para desfiar um rosário de inverdades. Disse que advogados do Fluminense foram ameaçados por funcionários do Vasco ao chegarem à sede de São Januário, no fim da tarde de sexta-feira. Não é verdade. Os referidos advogados somente chegaram ao Vasco após às 17 horas, quando o expediente no Clube já estava encerrado. Os porteiros do Clube não permitiram sua entrada, informando aos advogados do Fluminense que, naquele momento, a entrada estava restrita a sócios. Curiosamente, durante a reunião na FERJ, pouco antes, portanto, de sua declaração à imprensa na tarde de sábado, o próprio Abad disse para todos os presentes que as advogados haviam sido ameaçados por torcedores que estavam do lado de fora de São Januário e não por funcionários do Clube.

O mais grave, no entanto, ainda estaria por vir.

Na mesma entrevista coletiva, o presidente Pedro Abad trouxe à baila palavras que, até então, passavam ao largo das discussões e, não obstante os transtornos criados pelo próprio Fluminense, de modo algum exprimiam e, mesmo agora – assim queremos acreditar –, exprimem o clima em torno da partida. De modo irresponsável, o presidente Abad convocou a torcida do Fluminense para uma “guerra” e lançou insinuações despropositadas: “Se tiver confusão, se tiver briga, se tiver acidente, se tiver morte, podemos colocar a responsabilidade em cima das pessoas que produziram essa aberração”.

Poucas horas depois, toda a opinião pública tomaria conhecimento da razão por trás das declarações do presidente Pedro Abad. Naquele momento, o presidente do Fluminense construía um cenário paralelo, sem qualquer compromisso com a verdade e os fatos, pautado por objetivos vis. Erguia-se, ali, uma narrativa do medo e do terror, com o único e premeditado propósito de embasar o pedido de realização da partida com os portões fechados.

O presidente Pedro Abad abusa do direito à profecia autorrealizável.

O alegado risco, ressalte-se, foi criado pelo próprio presidente do Fluminense, primeiro ao descolorir o regulamento e um acordo previamente firmado; segundo ao pretender mudar toda a logística do jogo a menos de 48 horas do evento; e terceiro, e principalmente, ao convocar sua torcida para a “guerra”.

Ainda no sábado, o Fluminense divulgou nota oficial afirmando que, diante do descumprimento de decisões judiciais por parte do Maracanã e do Vasco da Gama, e para resguardar a segurança dos torcedores, requereu que o jogo ocorresse com portões fechados. E conclui dizendo que a Justiça acolheu seu pedido, “negando a tentativa do Vasco de se esquivar da decisão judicial que impedia o acesso da sua torcida ao setor sul do Maracanã”.

Mais uma vez, Pedro abate a verdade!

O presidente do Fluminense deturpa os fatos, tentando, ele sim, se esquivar de sua responsabilidade pelas temerárias declarações que fez. Se existe algum fator de risco para a partida, ele decorre exatamente das palavras irresponsáveis do presidente Pedro Abad. Primeiro, o presidente do Fluminense incita a violência – repita-se, trazendo para o jogo uma ambiência que não lhe pertencia; depois, de forma sorrateira, requer a realização da partida sem torcedores. O gênero da farsa, que se notabilizou na França por volta do no Século XV, cai bem nos palcos teatrais, mas não em um estádio de futebol.

É preciso esclarecer que o Vasco não é parte na ação que o Fluminense move contra o Maracanã. Desnecessário dizer que o Vasco não mantém qualquer contrato neste sentido com o Fluminense.

A relação comercial entre o Fluminense e o Consórcio Maracanã, com seus ônus e seus bônus, pertence àquele clube. Não ao Vasco. Se o Fluminense perdeu direitos e alguma primazia por descumprimento do contrato firmado ou qualquer outro motivo, este não é um problema do Vasco.

A direção do Vasco, repita-se, apenas busca defender o direito do Clube e de sua torcida de se posicionar no Setor Sul do estádio, acordado com o Consórcio Maracanã e a FERJ.

Desde as primeiras horas desta madrugada, o Departamento Jurídico do Vasco da Gama, como já foi dito, trabalha para garantir a realização da partida com a presença do público, de forma a preservar não apenas os direitos do Clube, mas, sobretudo, de todos os torcedores que já adquiriram seus ingressos. Torcedores, enfatize-se, não apenas do Rio de Janeiro, mas centenas de pessoas que se deslocaram de outros estados para assistir à partida, sejam eles vascaínos ou tricolores.

Nenhuma torcida merece ser vítima da irresponsabilidade das palavras e dos atos de um dirigente descompromissado com o futuro da própria instituição que representa. A Diretoria Administrativa do Vasco da Gama, como não poderia deixar de ser, reafirma seu respeito ao Fluminense Football Club e a seus torcedores.

A Diretoria do Vasco trabalha, neste caso específico, para que a final da Taça Guanabara, a mais importante partida do futebol brasileiro neste domingo, seja realizada com a presença daqueles que pagaram e têm o direito de estar no Maracanã nesta tarde e transcorra em um clima de paz e harmonia. Assim deve ser o futebol.

Assim agem os dirigentes responsáveis e comprometidos com a qualidade do espetáculo e o bem-estar do torcedor.

Atenciosamente,

Club de Regatas Vasco da Gama

Diretoria Administrativa

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Por Explosão Tricolor

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