Vem aí o Fluminense de Madrid?

Pelo título do texto, com certeza muitos leitores imaginaram que eu iria comparar o Fluminense ao Real Madrid. No entanto, neste começo de trabalho do Levir Culpi, consigo identificar um modelo para o time de guerreiros similar ao de um time que admiro muito: o Atlético de Madrid.

O time do técnico argentino Diego Simeone, que nos últimos anos vem brigando forte pelos principais títulos da Europa, se destaca pela organização tática. O desempenho defensivo da equipe espanhola chama a atenção de todos.

Neste início de trabalho, Levir Culpi dá sinais de que irá implantar no Fluminense um estilo de jogo semelhante ao do Atlético. Já nos últimos jogos, foi possível observar uma aplicação e voluntarismo de todos o jogadores quanto a questão da marcação. Do atacante ao zagueiro, todos focados em ajudar defensivamente a equipe. Sem a bola, a equipe recua e espera o adversário. Contra o Flamengo, em muitos momentos, até o centroavante Fred recuou para o campo de defesa tricolor. Vou destacar uma fala do Henrique que exemplifica a nova forma de marcação voluntariosa do Flu:

“Acho que o time já está pegando o que o Levir deseja. O sistema defensivo não é só lá atrás, começa na frente, e o time está assimilando isso”.

No clássico diante do Flamengo, no último domingo, foi possível observar também as duas linhas de quatro na marcação. No esquema 4-1-4-1, o Atlético de Madrid joga com duas linhas de quatro agrupadas e próximas umas das outras. Com menos espaços ao adversários, o Atlético geralmente força os seus oponentes aos erros de passe. Com muita compactação, a defesa geralmente fica próxima ao ataque. A transição ofensiva em contra-ataques é feita em bloco. Essa é a grande arma do time colchonero.

Para que esse esquema funcione, o Fluminense precisa de velocidade na subida ao ataque. No segundo tempo do Fla-Flu, ao perceber que o time tricolor não estava tendo velocidade para as subidas de contra-ataque, Levir Culpi promoveu as entradas de Osvaldo e Marcos Junior. Em sua chegada ao Fluminense, Levir deixou claro que também buscaria a velocidade ofensiva:

“No Atlético-MG, está no DNA a velocidade. Nós temos que acompanhar a evolução do futebol. Com a mudança na dimensão dos campos, automaticamente o jogo fica mais rápido. O Barcelona tem posse de bola e velocidade no ataque”.

O treinador tricolor também revelou admiração pelo modelo de trabalho do técnico Tite, que utiliza no Corinthians o esquema 4-1-4-1, com compactação e subida ao ataque em bloco:

“Ele (Tite) é mesmo o melhor técnico do Brasil. Ele apresenta resultados, além de ser um cara do bem”.

Portanto, amigos, ao que tudo indica, teremos no Fluminense um modelo tático que vem fazendo sucesso no futebol mundial. O Leicester City lidera o Campeonato Inglês aplicando o mesmo estilo de jogo do Atlético de Madrid. É preciso foco, aplicação e, principalmente, organização para que esse modo de atuação funcione. Mas é muito importante saber que o Levir Culpi tenta deixar o Tricolor competitivo.

Leandro Alves / Explosão Tricolor

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