Vitória no Fla-Flu, provocação a Diego Ribas, fama de pitbull, confronto contra o Millonarios e muito mais: leia a íntegra da entrevista de Felipe Melo




Felipe Melo (Foto: Mailson Santana / Fluminense F.C.)



Volante tricolor concedeu entrevista ao portal Globo Esporte

Na tarde desta quarta-feira (09), o portal “Globo Esporte” publicou uma longa entrevista com o volante Felipe Melo, do Fluminense. O camisa 52 falou sobre o triunfo tricolor no Fla-Flu, provocação a Diego Ribas, fama de pitbull, confronto contra o Millonarios e muito mais. Confira a íntegra abaixo:

Vitória no Fla-Flu

“Para o Fluminense tem sido normal, né? Mas a soberba precede a queda. Então temos que continuar com o pezinho no chão, com muita humildade, sabendo que o Flamengo hoje é mais forte, sim, mas nós somos gigantes. E essa fome que nós temos de conquistar títulos possa ser sanada nessa temporada, sem dúvida nenhuma.”

Estava com saudades de jogar o Fla-Flu?

“Para falar a verdade, joguei Galatasaray x Fenerbahce, Besiktas x Galatasaray, Fla-Flu da outra parte (no Flamengo), Palmeiras x Corinthians, Palmeiras x São Paulo… São clássicos que dificilmente a gente pode transformar em palavras o que a gente sente quando entra em campo para defender as cores, nesse caso do Fluminense. É isso que faz com que eu continue jogando futebol. Graças a Deus eu pude jogar isso em São Paulo. Então tinha saudade em jogar um Fla-Flu? Não, eu tinha saudade de jogar um clássico. E para mim é um orgulho enorme jogar um clássico com a camisa do Fluminense. Poder honrar a camisa e automaticamente dar orgulho aos meus pais tricolores.”

Seu pai estava lá no Nilton Santos?

“Infelizmente ele não estava por um problema que tivemos, graças a Deus já solucionado. Mas estavam o meu filho, o meu tio, que praticamente foi criado comigo, é um tio-irmão; estava meu sobrinho, meus primos… Muita gente da família estava ali torcendo bastante. Descobri inclusive que torcem pelo Fluminense. Meu tio Beto, um abraço para você, para meu primo Matheusão… Família estava presente, já que por muito tempo eles estavam torcendo à distância. Agora estão tendo oportunidade de ir aos estádios torcer por mim. Isso é fantástico.”

E como foi a primeira conversa com o pai depois do Fla-Flu?

“Ele estava no carro com a minha mãe e a minha avó, supercontente. Eu cheguei em casa, fui passear com o cachorro, e meu filho falou: “Vou chamar meu avô no FaceTime”. Aí ele: “E aí, meu filho? Caramba, hein? Que coisa maravilhosa. Foi eleito o melhor em campo, você viu?” Falei: “Vi, né? Dei entrevista e tudo (risos)”. Ele ficou contente para caramba, muito orgulhoso, mas meu pai é um cara que me ajuda bastante também, assim como minha esposa e meus familiares. Ele falou assim: “Mas cara, entenda, é só um jogo. Grandes coisas estão por vir, vão acontecer, continua focado. Não deixa ninguém lá perder a linha porque foi só um jogo. No final de tudo, o que vale realmente é ser campeão.”

Você sempre passeia com o cachorro após os jogos?

“Eu confesso que depois dos jogos eu chego em casa e abro um vinho, faço um brinde com a minha esposa. Mas como (dessa vez) estávamos com um primo, que é especial, nós chegamos e pedimos uma pizza. Fizemos um brinde e fui sair com o cachorro, mas não é de praxe. De manhã, sim. Eu acordo muito cedo, leio um pouco a bíblia e saio com o cachorro para dar uma passeada. Na parte da noite não, mas dessa vez eu fui porque estava muito contente. Nome do meu cachorro é Tartufo, é um labrador que veio da Itália, e falei com ele: “Vamos passear”. Eu tinha um pitbull que ficou em São Paulo, o nome dele é Ousado, ganhou seis, sete vezes o prêmio de melhor pitbull do Brasil, e acabou ficando em São Paulo por causa de competições, mas daqui a pouco ele vem para o Rio.”



Como você vê essa hegemonia recente tricolor no Fla-Flu?

“Eu tenho que falar desse jogo. Nós sofremos, defendemos muito bem e quando tivemos oportunidade fomos lá e matamos o jogo. Mas assim como foi a final da Libertadores, e eu falei que o Flamengo quiçá era um dos dois ou três melhores times do continente, eu continuo afirmando isso. E isso faz com que essa última vitória do Fluminense seja ainda mais abrilhantada. Ganhar do time que, independentemente de não ter ganhado a última Libertadores, mas chegou, poderia ter vencido, e vai continuar lutando para manter essa hegemonia de chegar nas finais. Dificilmente vou fazer aqui com que minhas palavras de repente tirem o mérito do Flamengo, porque é um clube que já vem nessa linear alta. Mas automaticamente isso coloca mais brilhantismo nessa nossa vitória.

Eu vejo que o Fluminense não tem que se contentar apenas com uma vitória sobre o Flamengo, contra seu maior rival. Enquanto vemos clubes que não se contentam em chegar nas decisões, nós também temos que nos contentar apenas em levantar troféus, esse é o nosso objetivo. Foi um jogo importante, mas sabemos que temos que melhorar muito. Hoje, creio que o Flamengo é o time que tem mais potencial para de repente ser campeão, mas nós como Fluminense, como um gigante que somos, não temos que nos contentar em ganhar clássicos, e sim troféus. É para isso que eu vim, outros jogadores vieram, para isso que o Fluminense existe, levantar troféus. Eu cresci vendo o Fluminense ser campeão.”

Provocação a Diego Ribas

“Se tem uma coisa que eu não gosto é ficar falando de coisas que acontecem dentro de campo. Eu já vi alguns atletas dizendo: “Felipe falou isso, Felipe falou aquilo”… Eu não gosto, mas como viralizou, isso dentro de campo acontece. Em nenhum momento eu faltei com respeito nem com o Diego tampouco com a instituição Flamengo. Pelo contrário, máximo respeito ao Diego, de quem fui companheiro na Juventus, e ao Flamengo, que é o clube que me revelou, e tenho muita gratidão. Mas hoje estou no Fluminense, e vou fazer de tudo para que o Fluminense saia vencedor.

Naquele momento, infelizmente, ou felizmente, não sei, as câmeras me pegaram falando e não pegaram o que o Diego falou para mim. Mas são coisas que ficam dentro de campo. Ele briga pelas cores do Flamengo, eu continuarei brigando pelas do Fluminense, sempre com respeito ao próximo. Mas o Fluminense é maior do que tudo, por isso vamos fazer de tudo para sair sempre vencedor. Dentro de campo, o que aconteceu (discussão), faz parte.”

O Fluminense foi mais forte que o Flamengo emocionalmente?

“Já joguei vários clássicos na qual o meu próprio time emocionalmente falando não estava tão bem como o rival e venceu o jogo. Acaba que é uma maquiagem, todo mundo fala bem, ganharam o clássico… Mas eu não vejo que o Flamengo estava psicologicamente abaixo do Fluminense. Sabemos da potência que é o Flamengo, do nível técnico dos atletas. É um time que joga junto há bastante tempo, agora trocou uma peça ou outra, mas chegaram jogadores também de nível A. Mas por outro lado, foi o que falamos no vestiário, nós somos o Fluminense. E o Fluminense é gigante.

Eu fui ao Maracanã em 1995 e saí chorando na época que torcia para o Flamengo. O Ailton fez o Charles Guerreiro dar os três pulinhos, e o Renato (Gaúcho) fez gol de barriga. Então eu vim para um clube de tradição, conhecido mundialmente, vamos entrar em campo como Fluminense. E como Fluminense nós vencemos. Acontece de as pessoas falaram que de repente o Flamengo entrou na nossa pilha emocional, mas não creio que tenha entrado, porque lá tem jogadores de muita experiência e acostumados a levantar troféus importantes, como o próprio Diego.”

Como é jogar no limite? No Fla-Flu, por exemplo, você já tinha amarelo e tinha que cobrar o árbitro e não fugir das divididas. É difícil jogar sempre assim?

“Eu tenho 38 anos de idade, são 20 e poucos anos como profissional. Então é difícil de repente para quem não está acostumado com isso. É uma coisa que faz parte e já sofri muito com isso, de jogar no limite, ultrapassar essa barreira e acabar sendo expulso. Por isso já tem tanto tempo que não sou expulso. E o futebol me ensinou a jogar taticamente. Antigamente tinha que correr um pouquinho mais, agora um pouquinho menos, estar mais preparado para antever as jogadas e chegar antes.

Isso aí é sabedoria, inteligência que o futebol te dá, Deus te dá. E quem joga do meio para trás está sempre jogando no limite, não é só o Felipe. Haja visto o atleta do Flamengo que no meu ponto de vista deveria ter sido expulso por ter jogado no limite, já tinha amarelo, deu um carrinho sem bola no adversário, mas o juiz passou a mão na cabeça dele e não tomou o segundo amarelo. Então nós que jogamos do meio para trás, independentemente do nome, jogamos sempre no limite.”

Mas você costuma fazer uma leitura do árbitro para saber quais são mais tolerantes ou não?

“Eu tenho me policiado muito quanto a isso, a chegar para falar com o árbitro não de uma forma grotesca. Claro que no último jogo, imagina, você vai jogar contra o Flamengo, que é um time superforte, com 30 segundos eles têm uma oportunidade em que o nosso goleiro, que para mim foi o melhor em campo, faz uma defesaça. Poxa, depois a gente tem uma oportunidade, o jogo está meio assim, a torcida do Flamengo gritando bastante, estava em maior número, e de repente ele dá um pênalti que não foi. Não tem como, a gente ali no clima do jogo…

Por isso digo que é fácil os entendedores falarem: “Poxa vida, ele foi no juiz falar”. Quem fala isso não sabe o que é competir. E eu tenho competição na minha veia, no meu sangue. Por isso joguei nos maiores clubes do mundo, tenho 23 títulos na carreira, porque sei competir. Então, naquele momento, poxa, não pode. Porque se o Flamengo faz 1 a 0, eu entendo que dificilmente reverteríamos o resultado. Então eu vou falar com o juiz, mas com o maior respeito. Eu tinha que sair correndo, falar com ele, faz parte. Não faço leitura nenhuma (do árbitro), sempre tento ser o mais humilde possível e também escutar muito quando fala comigo. É algo que tenho me policiado e com certeza melhorado.”



O que achou da reclamação do Flamengo para a FERJ sobre a arbitragem?

“Vi que o nosso rival soltou uma nota ou mandou uma carta para a FERJ falando de mim, falando do Fred… Eu espero realmente que os árbitros do Rio de Janeiro, que são árbitros bem coerentes, independentemente se errarem a favor ou contra, pois são passíveis de erro como todos nós somos. Espero que continuem fazendo o trabalho deles sem deixarem ser influenciados por outros clubes.”

Qual a importância de jogadores mais experientes nessas horas que precisa se impor?

“Olha, o respeito é recíproco. Eu vi agora umas pessoas que são entendedores de futebol do ar-condicionado falando: “Ah, o Felipe Melo é prejudicial ao clássico”. Em nenhum momento faltei respeito com o árbitro. Claro que na hora do pênalti eu estava de frente, vi que não foi pênalti, queria que ao menos ele fosse ao VAR. Ele de repente, se tivesse certeza do pênalti, sem problema, mas vai no VAR e depois dá o pênalti. Então é claro que eu tenho que lutar pelas cores do Fluminense. Assim como existem jogadores que lutam pelo Flamengo, Vasco, São Paulo, Corinthians…

Normal, isso faz parte do futebol. Então acima de qualquer coisa é o respeito aos árbitros, às outras instituições. Demonstrando respeito, aquilo que faço em campo de lutar pelo meu time, é também demonstrar respeito ao rival. Eu vejo necessário, sim, atletas que lutam pelos seus times. Quando de repente eu parar de jogar futebol e tentar a carreira de treinador, eu prefiro ter jogadores que vão lutar por mim, pelas cores do clube, do que jogadores que querem só dinheiro, que se vendem por tão pouco. Prefiro os que vestem a camisa e fazem o necessário para sair com os três pontos.”

Expectativa para o confronto contra o Millonarios

“Desculpa, mas o maior jogo da temporada até então foi contra o Flamengo. Esse era um jogo importantíssimo para a gente, mais do que o da Libertadores, que ainda está por vir. Agora temos o Botafogo, que é clássico também. Por que esses jogos são mais importantes do que o da Libertadores? Porque nos dão confiança para esse jogo. Nós temos que entender como é jogar a Libertadores, aprender como jogar, e jogos contra Flamengo, Botafogo, aumentam o seu sarrafo, e você entende o quão forte e preparado você está para chegar em uma competição como essa.

Claro que automaticamente nosso subconsciente tem pensado, sim, nesse jogo da Libertadores, que é muito importante, mas entender que cada partida é uma preparação para esse jogo, que vai ser o mais ou tão importante da temporada.”

E esse seu posicionamento em campo, como tem funcionado? Hora está de zagueiro, hora de volante…

“Eu tenho iniciado os jogos como zagueiro. O Abel tem feito uma linha de três e me colocado ali como Maldini (risos), que era lateral mas às vezes jogava atrás também. A gente fica brincando: Maldini, Baresi… E no segundo tempo, no jogo contra o Flamengo por exemplo, nós sofremos muito no primeiro tempo porque tínhamos um homem flutuando na frente da zaga e atrás do André, que era esse primeiro homem como volante. A gente sofreu um pouco, assim como foi contra o Bangu. No segundo tempo ele avançou, eu subi uma linha, e assim aquele homem que estava flutuando passou a não flutuar mais, e tínhamos um pouco mais de facilidade, digamos assim.

Então isso é mérito da nossa equipe, do nosso treinador, que fez uma leitura de jogo e no momento certo moveu peças. Isso faz a diferença, como fez no jogo contra o Madureira e no próprio Flamengo. A gente espera que nosso treinador continue com essa leitura sábia dele, e dentro de campo a gente consiga seguir nessa sequência de vitórias. E sobretudo melhorando, porque o que temos feito não é, sem dúvida nenhuma, o que queremos para o futuro. Falta muito ainda para alcançarmos nossos objetivos, então é continuar crescendo.”

Fama de pitbull

“O que vem de fora, quando é bom, a gente mata no peito e veste a camisa. Mas assim, por que ficou muito pitbull? “Ah, é o pitbull que dá entrada, dá carrinho”… Não sei, posso estar errado, mas entre passes longos acho que estou entre os três melhores do Brasil. Sou um cara que gosta disso, e não de ficar tocando para o lado ou para trás. Tem muito jogador aí que tem 98% de passes certos nos jogos, mas um passe longo. O pitbull não incomoda, mas às vezes passa desapercebida a técnica apurada, e eu treino muito para isso, para chegar em campo e fazer uma virada de jogo, verticalizar… Então espero que as pessoas me vejam como pitbull, mas um pitbull técnico. Não só aquele cara que morde.

Até porque hoje em dia o André certeza que morde muito mais do que o Felipe, um cara que é mais jovem. Cabe a mim, jogando em uma linha atrás da dele, de repente posicioná-lo. Mas é um cão de guarda, o cara que sai para morder. No segundo tempo tenho feito isso, mas de forma mais comedida, digamos assim. Porque o futebol me ensinou a jogar melhor taticamente, então tenho encurtado o espaço. Em vez de correr 10 metros, correr dois em diagonal. Futebol tem me ensinado isso, e eu tenho ensinado para eles também. Então é legal o pitbull técnico, é legal para caramba quando vejo minhas viradas de jogo, vejo que tenho colhido os frutos de muito trabalho e muito treinamento.

Mas é bom deixar claro que se precisar dar umas porradas para defender as cores do Fluminense, o pitbull não morreu ainda, não (risos). Eu fora de campo sou mais um labrador. Eu gosto dessa raça, desse estilo de cachorro, que é muito dócil, muito família.”

Pelo seu passado ligado ao Flamengo, esperava ter uma identificação tão rápida com a torcida do Fluminense?

“Bom, as pessoas conhecem o meu caráter, meu profissionalismo. Sinceramente eu não esperava esse negócio do “ruf, ruf” que pegou no torcedor. Mas eu esperava, sim, ser abraçado pela torcida do Fluminense pelo profissional que sou, por tudo que demonstrei nos clubes de onde eu vim. Na minha primeira entrevista falei assim: “Não vou conquistar a torcida do Fluminense falando mal do Flamengo, do Vasco ou Botafogo”. Todo mundo sabe da gratidão que tenho pelo Flamengo, vai ser assim pelo resto da minha vida, estou defendendo as cores do Fluminense, e mais do que isso, tenho uma responsabilidade dentro da minha casa, tenho meus pais que são tricolores, poder fazer uma história no clube na qual meu pai é apaixonado.

Para mim é muito fácil chegar aqui e vestir a camisa do Fluminense, porque foi a primeira camisa que eu vesti, né? Mas sem dúvida para mim foi muito rápido. E eu tenho consciência e sabedoria para entender que da forma como foi rápido para o bem, também pode ser para o outro lado. Por isso sempre mantenho meus pés no chão, com muita humildade, sabedor de quem me capacita é Cristo Jesus, e entendendo que o fim é melhor do que o início. Então é baseado nisso que diz a bíblia que eu quero chegar no final levantando troféus e realizando um sonho particular que é ser campeão pelo Fluminense e dar muito orgulho para minha família.”

O “ruf, ruf” virou febre na torcida, seja nas ruas ou nos estádios. Já fizeram o “ruf, ruf” para você?

“Já fizeram, inclusive pediram para fazer vídeo e tal. Às vezes eu dou uma segurada de vídeo. É legal para caramba isso do torcedor, é muito bacana. Mas isso não entra dentro de campo. Nós vencemos o último clássico, mas e se tivéssemos perdido? De repente isso vem contra. É uma brincadeira, gosto muito dela, espero que a gente continue nesse caminho de vitórias para isso continuar acontecendo. Mas a brincadeira fica com o torcedor, aqui é muita seriedade, muito trabalho, muito sonho, muito profetizar, e estamos indo para campo a cada dia aqui para realizar.”

O seu filho Luke foi na Flucamp e te visitou no CT. Ele quer ser jogador também? Você sonha em manter esse DNA da família tricolor?

“Ele tem se dedicado bastante, apesar da pouca idade, e resolveu que quer ser atleta profissional de futebol. Já foi na Flucamp, gostou para caramba, vou ver se agora coloco ele em uma escolinha. Se não me engano, tem uma do Fluminense no Recreio, “Guerreirinhos”, né? Ele está todo empolgado, creio que vai dar certo.”



Por Explosão Tricolor / Fonte: Globo Esporte

E-mail para contato: explosao.tricolor@gmail.com