O maior reforço do Fluminense para 2017




Depois de uma inédita pré-temporada em nosso CT, ocasião na qual Abelão pode trabalhar em período integral, vai começar a temporada de competições. E nesse ano de 2017 serão cinco! Começaremos buscando o bicampeonato da Primeira Liga, torneio que de amistoso não tem nada e que beliscamos ano passado com muita honra. Nesta terça o adversário do Fluminense será o Criciúma em jogo programado para às 20 horas em Juiz de Fora, palco da final do ano passado. Lamentavelmente, devido ao despreparo da policia local, nossa torcida não poderá levar instrumentos musicais, vai ter que ser no gogó e nas palmas.

Domingo, começaremos a jornada no Campeonato Carioca, logo de cara enfrentando o Vasco, que tem sido desagradável pedra no sapato ao longo das ultimas duas décadas. Este jogo esta marcado para o Engenhão no domingo as 17 horas. Desde 2012 não vencemos o Carioca e nossa hegemonia ficou para trás, com o Flamengo abrindo uma pequena vantagem, em que pese contabilizarem dois títulos no mesmo ano (1979), fato ratificado e enaltecido pela midia, como sempre fazem nas coisas de lá.

Face a reestruturação do departamento de futebol e especificamente da quantidade absurda de jogadores com vinculo (64), o Fluminense somente contratou o lateral direito Lucas, que pertence ao Palmeiras e na ultima temporada jogou no Cruzeiro por empréstimo. Sornoza e Orejuela já estavam contratados desde o ano passado porem somente agora se apresentaram. Nada menos que 30 jogadores deixaram o clube, o que, segundo o Presidente, representa uma economia de 15 % da folha. Abel Braga conta no momento com 34 jogadores, sendo certo que o desequilíbrio do elenco é flagrante, o que se necessita a saída de mais alguns atletas e a chegada de outros.

Nesse período de reestruturação, nada de nomes de peso. Na verdade, praticamente nome nenhum. Por isso mesmo o maior reforço do Fluminense esse ano será o apoio do nosso torcedor. Quem viveu os anos negros da historia do clube sabe que a torcida tricolor foi a responsável por manter sua grandeza. Nossa torcida é diferenciada. Porém sempre entendi que foi subaproveitada. Jamais souberam explorar de modo eficaz o potencial da massa. Não se pode desconsiderar uma torcida que poe 4 mil torcedores na Bombonera, em um mero jogo da fase de grupos da Libertadores; que tem media de 30 mil pagantes em uma série C; que põe 50/60 mil em jogos do Campeonato Brasileiro com o time estando o campeonato inteiro na zona de rebaixamento e com 98% de chances disso se concretizar… somos nós quem faremos do nosso time mediano uma maquina de vitorias, ainda que seja por 1×0…

Comecei a acompanhar o futebol no inicio da década de 80. Futebol romântico. O Campeonato Carioca era um acontecimento. Hoje se discute ate que ponto o Estadual é importante, já que não leva a lugar nenhum e o histórico recente indica times campeões estaduais com campanhas pífias no Nacional, casos bem visíveis no Vasco de 2015 e 2016, que foi bicampeão carioca mas caiu num ano e teve campanha ruim na Serie B no ano seguinte, e do Internacional, que em 2016 foi Hexacampeão Gaúcho, mas caiu da Serie A para a Serie B.

O Campeonato Carioca é muito importante. Paga ao clube grande R$ 1.000.000,00 por jogo, só de TV!, fora bilheteria, a visibilidade, e a manutenção da chama da rivalidade, o que é muito bom. Precisamos recuperar nossa hegemonia!. Já a Primeira Liga, além de pagar a mesma cota por jogo, praticamente, é um torneio Regional que serve de bom treinamento para a Serie A. E a honra de vencer um torneio com clubes do nível da dupla Gre-Nal, de Atlético e Cruzeiro…

A torcida está desconfiada do time do Fluminense. Isso porque não teve contratações. Mas uma analise do elenco atual mostra que não tem espaço na folha para contratações de impacto. Já temos jogadores com nome e salários altos no grupo. Eles precisariam sair para outros chegarem. Precisamos é apoiar esses caras para que eles se motivem e mostrem em campo o futebol que um dia mostraram em outros clubes que fizeram com que viessem para o Flu com esse salário e esse status. Jogadores como Osvaldo que jogou muito no Ceará e no São Paulo, sendo convocado para a seleção e chamado de “Cristiano Osvaldo”. Ou do Henrique Dourado, que em 2014 foi vice artilheiro do Brasileirão. O futebol é dinâmico e a verdade de hoje pode ser a mentira de ontem. Se eles já fizeram boas jornadas antes em outros clubes, podem fazer aqui também.

Em 12 de fevereiro de 1995, Romário (então melhor jogador do mundo) estreava num FlaxFlu. A semana do clássico foi muito quente dos dois lados, e a expectativa era enorme. Na quarta-feira a noite o Fluminense venceu o Volta Redonda por 1×0 nas Laranjeiras. Na quinta pela manhã fui comprar meu ingresso. Depois de enfrentar longa fila na bilheteria, entrei para ver o treino. Na verdade o treino era dos reservas contra os juniores. Chamou a atenção ver o Rogerinho jogando de cabeça de área no time dos reservas. Quem era o Rogerinho?… Rogerinho era um meia canhoto que fazia o quarto homem do meio de campo, tipo Zinho, na Copa de 1994. Foi contratado pelo Botafogo em 1993 após se destacar no Campo Grande. Seu treinador lá foi o saudoso Capita, Carlos Alberto Torres. Em 1994, o Fluminense resolveu investir no futebol, trouxe, Branco, Mario Tilico, tinha Luiz Henrique, Ezio, e ate repatriou o Jandir que jogou no time tricampeão (83/84/85). Mas o grande destaque foi a contratação do Rogerinho. Isso porque o técnico contratado foi justamente Carlos Alberto Torres, que fez tanta questão da contratação do Rogerinho, que ressuscitou a sua famosa frase de 1983, quando chegou no Flamengo: “Meu time é Bigu e mais 10!”, o que ensejou na época espanto e escárnio, já que Bigu não tinha feito nada no futebol que justificasse isso, sobretudo naquele time multicampeão deles. Pois agora seria “Rogerinho e mais 10”.

Investimento feito, Rogerinho não jogou nada em 1994. Torres saiu e ele ficou relegado a segundo plano e motivo de piada na nossa torcida. Na verdade, naquele treino de 1995 ele sequer era piada. Não era nada. Um fantasma. Eis que, de repente, uma série de lesões e suspensões ocorreu. E Joel Santana teve que escalar o Rogerinho. O fantasma ressuscitou. Encaixou naquele time. E foi fundamental na conquista do titulo e na boa campanha no Brasileiro. Inesquecível sua atuação num FlaxFlu fodástico: o 4×3, quando ele fez o 3 e o 4 gols e ganhamos de virada.

Então porque esses renegados que hoje estão em Laranjeiras sob contrato e que não querem sair, mas que tem alguma qualidade não podem ressuscitar também? Existem muitos candidatos a “Rogerinho 2017”, e cabe a eles se esforçarem, não desaminar; ao treinador a melhor forma de encaixa-los e motiva-los; e a nos torcedores apoiarmos. A temporada de caça aos titulos vai começar. Temos que fazer a diferença. E ai, vai ficar fora dessa? Todos ao Mario Helenio; Todos ao Engenhão!

Fluminense eterno amor!

Luciano Trancoso

 

Por Explosão Tricolor / Foto: Vinicius Toledo / Explosão Tricolor

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