E não tem outro assunto galera. A final do próximo fim de semana mexe com o imaginário de todo torcedor. Onde estiverem dois ou mais tricolores conversando, o assunto é um só: o Fla x Flu decisivo. Assim vai ser até às 18 horas de domingo. Adrenalina total!
A turma de Abel Braga, porém, não pode se deixar contagiar por este entusiasmo. Isso é coisa de torcida. O foco deles tem que ser outro: jogar com inteligência e buscar os espaços que o Flamengo dá para conseguir a vitória. Certamente que o nosso treinador sabe disso e vai buscar o equilíbrio necessário para a vitória. Eu acredito nela!
Mas, e aí, como jogar diferente?
O Flamengo dominou o jogo no primeiro tempo. Vendo a partida cheguei a comentar que ele não aguentaria dois tempos correndo daquela forma. Marcação sob pressão no campo do adversário e o Fluminense flertando com o erro de passe na própria zaga. Podia ter sido um sacode só na primeira parte do jogo. De três pra lá. Mas, quis o destino que isso não ocorresse.
E se o time rubro-negro jogar da mesma forma domingo que vem? Como fazer para sair desse sufoco?
Abel Braga já deve ter trabalhado esse aspecto com a moçada nos treinos dessa semana. E ainda trabalhará muito mais, tenho certeza disso. Mas, sem dúvida, como todo torcedor também é um pouco de técnico de futebol, vai aqui um pitaco para entender o esquema traçado por Zé Ricardo.
A marcação no campo de ataque tem seu início mais conhecido com o Ajax do início dos anos 70, comandado por Johann Cruyff e que depois inspirou o famoso carrossel holandês de 1974. E esse tipo de jogo depende, basicamente, de uma formação muito bem arquitetada em que todas as peças cumpram bem o seu papel. E esse não é o caso do Flamengo.
A marcação no setor ofensivo depende, basicamente, de alguns fatores. O primeiro deles é a compactação da equipe, em que a linha defensiva se posicione na risca central do gramado, fazendo existir uma aglomeração de jogadores em apenas metade do campo. O segundo é que os jogadores de defesa necessariamente devem ser velozes, a fim de evitar que uma bola precisa lançada em profundidade acabe em gol do adversário. Depois, é importante que, quando ataque, o time mantenha sempre um jogador na sobra em sua zaga, evitando riscos maiores. A participação do goleiro como se fosse um zagueiro em eventuais contra-ataques também é uma importante arma para evitar a fuga do atacante contrário.
Mas nada disso serve se o abafa não for feito da maneira correta. E, com os jogadores que tem, o Flamengo só conseguiu isso porque o Tricolor não esperava essa postura do adversário. Enfim, tomamos o chamado “nó tático”.
O ataque deles é capaz de fazer o abafa com qualidade. Sem dúvida que Éverton e Berrío são atacantes rápidos e com a intensidade necessária para marcar os zagueiros do Fluminense. Mas os demais não conseguem fazer isso. E aí o tricolor carioca pode aproveitar.
O meio de campo do Flamengo, composto por Márcio Araújo, Mancuello e Willian Arão não são capazes de manter a mesma qualidade na pressão que os seus companheiros do ataque. Se Sornoza e Wendel jogarem entre o pouco espaço dessas duas linhas, terão mais tranquilidade para efetuar o passe em profundidade, o que pode ser decisivo pra gente. Orejuela também é outra peça chave: tem a obrigação de fazer essa bola chegar redonda nos pés de ambos para que eles alimentem os moleques do ataque.
Além deles, outro jogador que pode ser decisivo é Lucas. Rápido e eficiente no ataque, ele pode fazer a diferença como homem surpresa, o que é detestado por times que marcam lá na frente.
E por falar em lançamentos precisos, não tenho dúvidas de que Wellington Silva e Richarlison possuem qualidade suficiente para superarem Réver e Rafael Vaz, que são bem lentos. Se a bola chegar com qualidade neles, será uma ótima opção para o Fluminense ganhar o jogo.
O Flamengo não tem equipe boa o suficiente para desempenhar a marcação no ataque. Vai depender do ajuste correto do Fluminense. Se Sornoza e Wendel estiverem bem, acredito em uma grande vitória do Tricolor.
Ser Fluminense acima de tudo!
Toco y me voy:
- E por falar em Sornoza, ele não jogou nada na primeira partida decisiva. Mas creio que ele não vai repetir isso domingo que vem. Pra cima deles Papá!
- Falei de Wendel, mas Douglas também tem essa qualidade no passe. Se for a opção de Abel Braga, que assuma a responsabilidade de municiar o ataque tricolor.
- Não vou crucificar Renato Chaves. Falhou, mas tem feito boas partidas ao longo do campeonato. Merece mais uma chance.
- Diego Cavalieri está em excelente forma física. Belas defesas na semifinal contra o Vasco e no domingo contra o Flamengo.
- Mais uma vez: lugar de tricolor domingo é no Maraca. Sem desculpas!
Evandro Ventura
Foto: Fluminense FC
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