Questionado sobre o planejamento, Veiga transfere a culpa para a gestão anterior e elevado número de lesões




Apesar de ter feito parte da gestão do ex-presidente Peter Siemsen, o atual vice-presidente de Futebol do Fluminense, Fernando Veiga, que pertence ao grupo político da Flusócio, transferiu a responsabilidade do insucesso do futebol tricolor na temporada justamente para a antiga gestão. Segundo Veiga, a nova diretoria assumiu o clube com um déficit projetado na casa dos R$ 85 milhões, sem fluxo de caixa e entupido de jogadores. Além da questão financeira, o dirigente também mencionou o elevado número de lesões ao longo da temporada.  

– É aquela coisa…. é fácil falar agora. O nosso planejamento previa a dificuldade. A capacidade de investimento é zero, desde o começo do ano. A gente montou o time que dava para montar. Dentro da nossa realidade. É um time jovem, com peças que vieram do ano passado. Com o esqueleto de Cavalieri e o Henrique para dar suporte aos garotos. É obvio que a gente não conseguiu, pelas próprias limitações, montar um elenco robusto. O nosso é enxuto. É enxuto pois a realidade se mostrou assim. Quando assumimos o futebol, os números assustaram. Perdemos vários jogadores ao longo do ano. Da maneira como perdemos, o número de lesões foi anormal. E não foi simples. Tivemos fraturas, rompimento de ligamentos. Situação que demora a voltar. Lógico que isso impactou no time. 

É muito complicado reinventar um time em uma competição dura como o Campeonato Brasileiro. A gente recebe críticas da torcida, acho elas justas. O torcedor quer o time campeão. Você acha que eu não queria um time e um elenco forte? Disputando o título com o Corinthians? Claro que sim. Também sou torcedor. Só que a gente recebeu, e não gosto da palavra herança, um clube com orçamento projetado de déficit de R$ 85 milhões, sem fluxo de caixa, entupido de jogadores. Com atletas sem condições de atuar aqui.

Como que se resolve? Ainda bem que temos uma base bem estruturada. E demonstramos isso. No começo do ano, o time era o que tinha mais gols marcados. Jogava futebol bonito, tido pela imprensa.

É um somatório de coisas que deixa o Fluminense assim. Tivemos jogadores que quase saíram, caso do Wendel. Isso mexe com a cabeça. Mas enfim. Sornoza está voltando, o Douglas passou por algo grave, com risco de até abandonar a carreira. Aconteceu de tudo neste ano.

Mas tem mais gente voltando. Gum, Pierre. Não digo que vão resolver. Mas eles são cascudos e podem ajudar – disse Fernando Veiga.