
O jogo estava duríssimo, o adversário era perigoso e nós tínhamos a obrigação de vencer.
Alguns torcedores começaram a vaiar o Wellington Silva ainda no primeiro tempo.
Tudo bem, o nosso lateral estava errando muito na primeira etapa, mas será que não dava para aliviá-lo?
Sim, ele dá uns vacilos na marcação, mas de uma coisa, ninguém pode reclamar: ele não se omite do jogo e luta o tempo inteiro.
Quis o destino, que o Wellington Silva marcasse o primeiro gol da vitória. No impulso, algum corneteiro gritará: “Porra, até minha avó faria!”
Sim, corneteiro, até sua avó faria, mas te pergunto o seguinte:
“Corneteiro, sua avó arrancaria do campo do time dela, passaria pelos adversários, abriria o jogo lá na esquerda e ainda se infiltraria na área para receber a bola de volta ou esperar um rebote?” Acho que não, hein!
Reconhecer méritos não faz mal a ninguém e é de graça. Vale a reflexão…
O jogo continuou difícil e a arquibancada sentiu que era necessário fazer a diferença.
Faltando dez minutos para o apito final, a rapaziada da Bravo 52 começou puxar: “Neeeense… Neeeense… Neeeense…”
O canto pegou bonito e boa parte da torcida entrou na onda do “Neeeense… Neeeense… Neeeense…”
Parecia algo místico, de outro mundo, de outro universo…
Só sei que era algo diferente e que arrepiou todos que estavam presentes no estádio.
A Ponte não se dava por vencida, mas o novo canto da massa pó de arroz não deixava a Macaca fazer graça.
O “Neeeense” só parou quando o meu xará marcou um golaço que acabou decretando nossa vitória.
É… Esse “Neeeense” fez a diferença e foi um verdadeiro ato de fé de cada tricolor presente no Maracanã.
Fechamos a belíssima noite com chave de ouro e, principalmente, com o resgate da essência da arquibancada tricolor.
Que venham outros muitos “Neeeenses” pela frente… E com a benção do João de Deus!
Neeeense… Neeeense… Neeeense…
Um grande abraço aos meus amigos Luis Cesar, Maria Luzia, Caio, Sávio e Bianca. Sofremos, torcemos e cantamos Neeeeense até o final!

Saudações Tricolores!
Vinicius Toledo
