Difícil passar impune




Paulo Henrique Ganso (FOTO DE MAILSON SANTANA/FLUMINENSE FC)



No meu vídeo pré-jogo, detalhei o que o Fluminense teria pela frente em Bragança Paulista. Resumindo, falei que era uma equipe muito agressiva no aspecto ofensivo, que tinha boa troca de passes, mas que também dava espaços para o adversário jogar.

Pois é, logo com cinquenta e poucos segundos de jogo, o Red Bull Bragantino abriu o marcador. O Muriel falhou, mas é bom ressaltar que a chegada do Matheus Jesus para finalizar de fora da área foi justamente o primeiro ponto que citei no pré-jogo. Ainda alertei sobre a necessidade de não dar espaço para esse tipo de jogada. E olha que nunca dei treinos na vida, hein…

Felizmente, o Fluminense não levou nem um minuto para empatar. Inclusive, o gol do Nenê foi muito bonito. Por falar no veterano, a atuação dele foi muito boa. Finalmente, o camisa 77 atuou como um meia de verdade. Fez gol, construiu boas jogadas em todas as faixas de campo, ajudou na recomposição e até cavou faltas para tentar esfriar o jogo em alguns momentos. Infelizmente, a idade pesa, e, consequentemente, fica inviável manter esse ritmo durante os noventa minutos.

O Red Bull Bragantino teve um ligeiro domínio na primeira etapa, mas não criou tantas chances claras de gols. Ameaçou através de finalizações de fora da área. Porém, o que chamou atenção é que a equipe paulista adotou um rodízio de faltas para frear a maioria das ações ofensivas do Fluminense.

Uma coisa que não funcionou no Tricolor na primeira etapa foi o lado esquerdo. Egídio errou bastante e o Marcos Paulo escancarou uma enorme falta de interesse de estar em campo.

No início do segundo tempo, vi um Fluminense melhor. A entrada do Luiz Henrique na vaga de Marcos Paulo deu outra vida ao lado esquerdo. Por ali, o garoto se entendeu bem com o Nenê. Michel Araújo, que já vinha bem, cresceu ainda mais. Por muito pouco não deixou o dele e apanhou muito da marcação adversária.

Com a saída do Nenê, o meio de campo perdeu a sua principal cabeça pensante. Para piorar, Paulo Henrique Ganso não fez rigorosamente nada. Ou melhor, fez. Só que foi algo patético. Tentou cavar um pênalti de forma bizarra. Cena constrangedora. Até quando, Ganso?

Quando tudo caminhava para um empate, Dodi e Egídio reeditaram os “Trapalhões”. Falha inaceitável da dupla. Essa foi terrível. O Fluminense até tentou buscar o empate, mas o desespero acabou impactando no acabamento das jogadas.

Diante das circunstâncias do jogo, o resultado foi péssimo. Dava para ter saído com o empate ou até a vitória. Porém, é difícil um time passar impune quando não possui laterais e ainda acredita que o Paulo Henrique Ganso seja solução para mudar uma partida de futebol profissional.

Curtinhas

– Qual o mistério sobre o não aproveitamento do Miguel?

– Um lateral-direito para ontem.

– Um lateral-esquerdo para ontem.

– Sigo achando válido testar o André na cabeça de área.

– Meu time para sábado, contra o Athletico-PR seria: Muriel; Calegari, Nino, Luccas Claro e Egídio; André, Dodi, Michel Araújo e Nenê; Luiz Henrique e Evanilson. Deixaria Miguel, Fernando Pacheco, Marcos Paulo e Wellington Silva como opções imediatas no banco.