Foi um R10 que passou em minha vida, e o meu Fluzão se deixou levar…




Amigos Tricolores,

Foi quem nem deveria ter vindo.

O futebol moderno não comporta mais aqueles velhos fanfarrões, que se orgulhavam de dominar a noite e resolver o jogo no fim de semana.

Antigamente corriam-se em média três quilômetros por jogo, o futebol era num outro ritmo, qualquer diferencialzinho técnico possibilitava fazer a diferença e sair de herói numa partida.

Hoje, e isso é estatístico, não se correm menos de oito quilômetros em média numa partida, o ritmo é muito mais forte, o grau de exigência física é muito maior.

O jogo ficou muito mais físico e menos técnico.

Com 35 anos de idade, então, se o sujeito não estiver muito focado, treinado e descansado, na hora que a bola rolar não vai participar minimamente das partidas. Só com o nome não se joga mais, há muito tempo! A técnica só aparece quando o físico está tinindo.

O foco tem que ser total. Não era o caso de nosso recém-contratado “craque”. Notícias de noites mal dormidas, festas em casa e chegada aos treinos sem condições eram frequentes.

Foram 9 jogos, sendo 7 pelo Brasileirão e 2 pela Copa do Brasil, zero gols, zero assistências e muito pouca participação nos jogos. Nem mesmo a bola parada ganhou qualidade no time. Foram três meses de contrato, que iria até o final de 2016!

Em 9 jogos, podemos lembrar do “lançamento” no início do lance do gol na vitória contra o Grêmio, na verdade jogou a bola para a frente para o Wellington Paulista ganhar uma dividida, este sim fazendo a assistência para o Marcos Junior fazer o gol. E a cobrança rápida para o Leo no último sábado, para que este fizesse a assistência para o Fred marcar o primeiro gol.

E mais nada!

Muito pouco para quem chegou com tanta pompa, quando muitos esperavam muito dele.

Eu não. Sempre tive o pé muito atrás, apenas tive alguma esperança em cobranças de falta. Mas, está provado: se o jogador não está em forma, nem as cobranças de falta serão bem executadas.

Em alguns jogos ele não teve a menor condição de participar das partidas, não conseguia acompanhar o ritmo do jogo. Em alguns parecia se esconder na marcação para não receber bolas, ou nem conseguia se desmarcar mesmo.

No sábado passado foi deprimente. Foram 45 minutos de omissão total no campo, pouquíssima participação na partida, chegava a dar pena vê-lo se arrastar em campo como um veterano. E pediu para sair no intervalo, sem aguentar minimamente o ritmo da partida.

Na minha coluna de pós-jogo eu escrevi o seguinte, sobre sua atuação:

“Eu não queria falar do R10, mas não tenho como fugir do assunto. Percebe-se que está fisicamente muito mal, ele se arrasta ali pelo meio do campo e parece fugir das jogadas. O futebol atual exige muito preparo físico e disposição, noites bem dormidas e foco total na profissão. Ainda mais com 35 anos.

A festa tem que ficar para comemorar vitórias, de forma comedida, e as noites sem sono têm que ser para os zagueiros adversários, nas vésperas dos jogos, de preocupação.

Do contrário, está tudo errado! Segundo o treinador, R10 cansou e pediu para sair no intervalo. E com isso foi poupado de uma terrível vaia, que certamente ocorreria se fosse substituído com bola rolando. Enquanto esteve em campo o time jogou com um a menos. A entrada de Marcos Junior deu mais movimentação e mobilidade ao time.”

Alguém já tinha ouvido falar no Querétero? (Não confundir com quer hétero!)

Querétero é um time de segunda linha mexicano, e se o sujeito estava na reserva deste time, não dá para esperar muito, certo?

Mas se houvesse dedicação de atleta, foco, treinamento sério e objetivo de apresentar resultado, com boa forma física a técnica poderia fazer a diferença.

Sem nada disso, nada feito.

Marketing? Vender camisas e encher estádios só acontece quando há também um resultado apresentado em campo. Sem isso, nada feito. Alguns sócios-torcedores chegaram a se filiar, mas só pelo nome do jogador. E foi fogo de palha.

Confesso que eu estava muito preocupado há cerca de um mês, quando o time se afundava e o Fluminense estava com um problema na mão. Rescindir contrato, partindo do clube, não seria possível. Iria gerar um pesado processo na Justiça, e a conta seria cara depois.

O clube da Gávea caiu nessa há pouco tempo, e não soube lidar com o problema. Fez menção de rescindir, mas antes disso o jogador é que caiu fora por salários atrasados e meteu o clube na Justiça, o processo está rolando até hoje e não vai acabar muito baratinho para o clube.

Felizmente parece que no Fluminense foi diferente. O jogador é que pediu para sair, a rescisão foi amigável e ambas as partes saíram falando bem uma da outra. Menos mal.

Foi uma aposta, mas que com certeza tinha tudo para dar errado, e mais uma vez o planejamento foi falho, pois era um investimento muito caro com muita chance de não compensar. Mais um erro dentre tantos cometidos na montagem deste time. Com o dinheiro empatado na contratação poderiam ter vindo dois ou três jogadores de qualidade que comporiam muito melhor o elenco.

Seeegue o jogo, o Fluminense vai seguir seu rumo e o atleta segue sua agitada vida, animada e feliz.

E quarta teremos decisão de vaga na Copa do Brasil.

Foi um R10 que passou em minha vida, e o meu Fluzão se deixou levar…

Por PAULONENSE

Ronaldinho e Peter, durante assinatura do contrato do meia, que nem completou dez jogos pelo clube.