Perigoso conformismo




Marcão (Foto; Lucas Merçon / Fluminense FC)



A postura medrosa do time do Fluminense adotada no segundo tempo e o discurso conformista do Matheus Ferraz após o apito final são duas coisas que ficarão marcadas nas memórias de muitos torcedores tricolores. Pelo menos para quem realmente sabe o tamanho exato do nosso amado Tricolor.

No primeiro tempo, o Fluminense apresentou boa organização ofensiva. Gostei mesmo do que vi. Em alguns momentos, cheguei a ficar tranquilo e até seguro de que os três pontos já estavam na sacola. O time construiu interessantes jogadas e ainda fez uma boa marcação alta. A atuação tricolor realmente foi muito decente nos quarenta e cinco minutos iniciais.

Ainda sobre o primeiro tempo, de preocupante mesmo, apenas os espaços deixados para a linha de frente vascaína trabalhar nas proximidades da área tricolor. Infelizmente, Yuri e Hudson não deram conta do recado em algumas ocasiões. Não à toa, Luccas Claro teve que combater por diversas vezes. Ainda assim, com um pouco mais de capricho, dava até para descer para o intervalo com um placar de 2 a 0. Vitória parcial merecidíssima. O problema é que ainda restavam outros quarenta e cinco minutos…

Pois é, meus amigos e minhas amigas, após o intervalo, o Fluminense voltou com uma postura vergonhosa. Acho que ninguém é leigo ou maluco de achar que o time manteria o ritmo apresentado no primeiro tempo. Em termos físicos, isso é impossível. Recuar não é pecado nenhum ainda mais quando o time possui a vantagem no placar e o adversário está com a corda no pescoço. Porém, não dá para renunciar ao jogo. E foi justamente isso que a equipe tricolor fez sob o comando do Marcão, que pedia desesperadamente para os jogadores segurarem a bola e comemorava cada recuo de bola como se fosse uma conquista de Taça Libertadores da América.

Para sorte do Fluminense, o atual Vasco da Gama é muito ruim. No entanto, os deuses do futebol também ficaram revoltados com a postura tricolor. Sendo assim, o merecido castigo veio nos minutos finais. E nem entrarei na resenha de apontar quem falhou no lance do gol do Cano. O Tricolor mereceu esse castigo. E muito.

Não sou a favor de caça às bruxas, mas essa postura covarde na segunda etapa é algo inaceitável. Conforme comentei mais acima, nada contra a estratégia de recuar desde que o time tenha uma organização para contra-atacar. No caso do Fluminense, o time recuou e a estratégia foi somente a de manter uma posse de bola totalmente improdutiva. E o que é pior: diante de um adversário com a corda no pescoço e inferior tecnicamente.

Há quem se conforme com essa mediocridade, porém, eu tô fora! Reconheço as limitações do Fluminense, sei que a campanha está acima do esperado, mas o que foi apresentado em São Januário é algo inaceitável. Quem compactua com isso necessita rever conceitos de futebol e, principalmente, sobre como enxerga o tamanho do Tricolor. Esse conformismo é perigosíssimo.

No segundo tempo, nós recuamos um pouco mesmo. A equipe deles pressionou, foi para cima, precisava do resultado. Faltou tranquilidade, nós temos qualidade para aguentar a pressão e sair como fizemos no primeiro tempo. A equipe está de parabéns, importante é sempre pontuar. Esse jogo dá bastante lição, temos que melhorar, mas temos muito para crescer e vamos lutar até o final para buscar a vaga na Libertadores” – Matheus Ferraz após o apito final.

A equipe está de parabéns, Ferraz? Parei.

Curtinhas

– Considerando que o Fluminense já tinha renunciado ao jogo, não entendi a entrada do Fred.

– Yago Felipe entrou bem e foi o único ponto de lucidez do time na etapa final.

– Gostei da atuação do Nenê. Uma pena que tenha cansado no segundo tempo.

Forte abraço e ST

Vinicius Toledo