Portal analisa momento de Nathan no Fluminense; comentaristas apontam soluções






Nathan chegou ao Fluminense no início de janeiro para ser o grande jogador do meio-campo tricolor. A contratação por empréstimo do Atlético-MG empolgou a torcida que, um mês depois, vê o camisa 13 com dificuldades para poder achar o seu espaço no time comandado por Abel Braga.

O jogador, com a camisa do Fluminense, atuou em um total de 262 minutos, sendo 213 (três jogos) como titular e 49 (um jogo) saindo do banco – ainda sem marcar gol. Nathan tem menos tempo em campo do que Willian Bigode (502 minutos em oito partidas) e Jhon Arias (410 minutos em oito jogos), jogadores que disputam posição com o “Pescador”.

Em nove partidas disputadas em 2022, o Fluminense de Abel Braga já demonstra uma cara própria, com vitórias importantes em clássicos contra Flamengo e Botafogo no Campeonato Carioca e na ida da Libertadores contra o Millonarios, da Colômbia. As funções solicitadas aos jogadores, porém, não beneficiam Nathan, que encontra dificuldades em assumir a titularidade na equipe.

Desde a primeira partida da temporada, Abel Braga já mostrou que irá escalar o Fluminense com três zagueiros e dois alas abertos, explorando e abusando das laterais, com o meio de campo sendo uma alternativa para os lados.

Cris Silva assumiu a titularidade na esquerda, e o treinador busca Caio Paulista quando necessita de um ala para atacar mais. Na direita, Samuel Xavier e Calegari brigam pela vaga, mas Yago Felipe apresentou-se como uma opção na ala para Abel.

Disputa pela titularidade

Em todas as partidas do Fluminense no Carioca, os lados do campo foram os mais explorados pela equipe. Nathan, quando entrou, não atuou pelo meio, mas sim como alguém para auxiliar Cris Silva na ala esquerda. Abel, entretanto, optou por Willian e Jhon Arias na maioria das partidas.

Willian atuou em sete dos oito jogos Fluminense no Carioca, e marcou na vitória contra o Botafogo. Arias marcou duas vezes, contra Madureira e Flamengo, mas esteve de fora da estreia, contra o Bangu. Abel optou por Bigode no time titular em cinco ocasiões, enquanto o colombiano iniciou em três confrontos.

Para o comentarista da Globo, Alexandre Lozetti, a situação do “Pescador” no Flu é de uma disputa com Willian Bigode para fazer parte do trio de ataque do Tricolor junto de Luiz Henrique e Germán Cano, este último como titular após a lesão de Fred contra o Millonarios na Libertadores.

– O 3-4-3 de Abel Braga no Fluminense não tem, neste princípio de trabalho, um meia ofensivo, como é Nathan, no time titular. São três zagueiros, dois laterais como alas, dois volantes e três atacantes. É possível criar mesmo assim porque os volantes são técnicos e construtores, e Willian, do trio da frente, também pode participar dessa etapa do jogo. Nathan pode disputar posição justamente com ele, mas a essência é diferente. O Bigode é mais agudo, invade a área como atacante sempre que Luiz Henrique, do outro lado, está com a bola. Nathan preenche mais o meio, gosta de infiltrar nos espaços abertos pelo centroavante – analisou Lozetti.

Encontro de uma função em campo

Abel Braga, mesmo sem encaixar Nathan na função de um camisa 10, como era o esperado desde a chegada do jogador, procura outras atribuições para o reforço. Na apresentação pelo Fluminense, o meia garantiu que pode atuar em diferentes partes do campo.

Eu quero jogar, independentemente da posição que me colocarem. Vou dar o meu melhor, seja como volante, meia e até mesmo atacante. Vou sempre dar o meu melhor e tentar ajudar a equipe da melhor maneira — Nathan no vídeo de apresentação pelo Fluminense.

Contra a Portuguesa, Nathan começou em campo em uma função característica de um meia ofensivo, mas enfrentou variações durante o jogo. Com o alto uso dos alas, o camisa 13 apareceu mais no primeiro tempo, onde esteve para auxiliar as subidas de Cris Silva. Muito acionado pelo lado esquerdo, participou de boas jogadas na etapa inicial, mas pouco fez no tempo final.

Com seis volantes no elenco, é improvável que Abel Braga utilize Nathan em tal função. André e Yago Felipe foram destaques em 2021, e jogadores como Martinelli e Nonato fizeram boas atuações neste Campeonato Carioca. Ainda assim, a versatilidade de Nathan pode ser útil no banco em diferentes ocasiões, como diz Lozetti:

– Outra possibilidade é escalar Nathan como um dos volantes centrais, no lugar de Yago Felipe, ganhando capacidade criativa no setor. Para Abel, é ótimo ter um meia versátil como ele no grupo, ainda que seja no banco de reservas.

De acordo com o repórter Guilherme Frossard, da TV Globo em Minas Gerais, a chegada de Nathan ao Atlético-MG, em 2018, revelou um “jogador polivalente, que foi útil em várias funções”. Pelo Galo, o camisa 13 do Flu atuou como um meia por dentro, ponta, volante e até falso nove.

– A passagem de Jorge Sampaoli por Belo Horizonte, em 2020, foi essencial para Nathan explorar ainda mais a versatilidade. O treinador argentino chegou a usar o “Pescador” como primeiro homem de meio-campo, aproveitando o bom passe e a facilidade pra construir o jogo de trás. Nathan precisou se adaptar, mas agradeceu ao treinador, que potencializava seu jogo com as orientações sobre posições nada comuns em sua carreira. Se o bom passe habilita Nathan a jogar vindo de trás, a boa finalização e facilidade para encontrar espaços no ataque indica que ele deve jogar mais próximo ao gol. Foi assim na fase mais artilheira com a camisa do Atlético, justamente em 2020, com Jorge Sampaoli – analisou Frossard.

A função ideal para Nathan, apontada por Frossard, seria como um jogador decisivo para o meio-campo do Fluminense. O jogador poderia, como diz o jornalista, “jogar como um 10 de ofício, mas também ser um segundo homem de meio-campo, ajudando na construção e aparecendo como um elemento surpresa no ataque”.

Na partida contra o Volta Redonda, pela oitava rodada do Campeonato Carioca, Nathan, junto de um time do Fluminense considerado como reserva, recebeu mais uma chance de atuar desde o início, mas em uma função diferente.

A vitória por 3 a 0 contra o Volta Redonda serviu para muitos jogadores considerados “reservas” do Flu mostrarem serviço. Ganso e Calegari, que fizeram um bom jogo, e posteriormente entraram em campo na partida mais importante da temporada até então: a vitória por 2 a 1 contra o Millonarios, da Colômbia.

Nathan foi acionado pelo lado direito, mas com total liberdade para jogar na esquerda e fazer tabelas com Ganso pelo meio. Apesar de não ter tido muito destaque na partida do Estadual, o camisa 13 conseguiu boas finalizações, mas nada que tenha impressionado o treinador tricolor.

Neste sábado, contra o Vasco, Nathan pode receber mais uma chance de mostrar que chegou ao Fluminense para fazer a diferença na Libertadores. O Tricolor enfrenta o Millonarios em São Januário na próxima terça-feira, às 21h30.

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Por Explosão Tricolor / Fonte: GE

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