Chefe da comissão de arbitragem da CBF admite que Fluminense teve pênalti não marcado contra o Grêmio; veja transcrição dos áudios do VAR






Wilson Seneme admitiu que houve pênalti em Nino

Na noite desta terça-feira, a CBF divulgou os diálogos do VAR e a análise da comissão de arbitragem do jogo Grêmio 2 x 1 Fluminense, pela 19ª rodada do Campeonato Brasileiro. Para Wilson Seneme, chefe da comissão de arbitragem, e os árbitros Emerson Carvalho e Péricles Bassols, houve erro de interpretação pela não marcação de pênalti de Rodrigo Ely em Nino no último minuto da partida.

– Quem assume a frente da jogada? O jogador do Fluminense toma a frente do jogador, dentro de uma disputa leal, consegue ganhar a dianteira. A partir disso o cuidado passa a ter que ser do defensor. É hora do defensor diminuir a carga, senão ele vai assumir riscos de ser imprudente. Essa perna que o árbitro de vídeo analisa como natural, acidente, mas ele assume o risco porque perdeu a disputa com o corpo – disse Wilson Seneme.
– É mais ou menos, fazendo uma referência, um carro que está na frente e eu dirigindo começo a andar com meu carro atrás colado no da frente, isso é imprudência. Se ele frear forte ali, eu não tenho espaço. Por isso, na nossa visão, era sim situação de infração. Por mais que esse toque não tem intenção, isso é importante. Intenção ele não tem mesmo, ninguém está falando em intenção, mas tem imprudência – completou o chefe da comissão de arbitragem da CBF.

No VAR, o árbitro Rodrigo Guarizo Ferreira do Amaral (FIFA/SP) analisou o lance e teve o seguinte diálogo com o árbitro de campo, Rodrigo Jose Pereira de Lima (PE):

– Ele está saindo a bola, depois tem o toque do jogador defensor sim, mas ele já faz esse toque. Não impacta para falta, ele está dando a passada, faz o toque para trás. Tudo checado, não tem nada – afirmou Guarizo, com os demais na cabine concordando.

Para Péricles Bassols, houve um equívoco do VAR ao não chamar o árbitro de campo para rever o lance no monitor:

– Para esse lance a gente espera que o trabalho de cabine seja baseado no que o árbitro viu e narrou. O árbitro está focado nessa primeira disputa, inclusive os dois corpos tampam a possibilidade dele de ver isso. O VAR entra numa análise apenas disso, sem perguntar ao árbitro de campo se ele viu esse contato. Porque na ação de trás, apesar de poder haver uma interpretação de que jogou a bola e foi tocado depois, que é o que o árbitro de vídeo acaba narrando. Diante da informação do campo, depois de perguntar, o campo diz: “Estou falando referente à disputa da frente”. Opa! Então você tem que vir aqui ver porque atrás eu tenho um contato com grande potencial de ser faltoso.