Presidente Mário Bittencourt expõe caso que influenciou em polêmica do Vasco com Flamengo e Fluminense




Mário Bittencourt



O presidente do FluminenseMário Bittencourt, é o convidado deste sábado (9) do Bola da Vez. O programa vai ao ar às 20h30 (de Brasília), com transmissão pela ESPN no Star+. Na conversa com a ESPN, o dirigente explicou detalhes da tensa situação que se montou entre a dupla Flamengo/Fluminense e o Vasco pelo uso do Maracanã.

Bittencourt contou que a relação com os rivais era amistosa até que em um almoço, Jorge Salgado, presidente cruz-maltino, deu uma declaração que ele não gostou… Segundo o dirigente tricolor, Salgado afirmou que só queria usar o estádio para mandar partidas que fossem realmente trazer lucro ao Vasco, já que, em jogos menores, preferia utilizar São Januário.

No momento, rubro-negros e tricolores são os gestores do estádio, mas o Vasco vem conseguindo liberação para usar o Maracanã através de decisões da Justiça. Fla e Flu, porém, consideram que o fato do Vasco atuar no Maracanã vem prejudicando o já combalido gramado do local.

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“Eu tive um almoço com o Salgado, com a concordância do (presidente do Flamengo, Rodolfo) Landim. Comentei com ele [Landim]: ‘Vou almoçar com o Salgado’. A gente almoçou num restaurante no Leblon, isso há uns dois anos. Eu disse para ele: ‘Salgado, não há nenhuma animosidade contra o Vasco, não há nenhum problema. Nós apenas precisamos respeitar o contrato e as condições técnicas do campo (do Maracanã)’. E ninguém aqui é louco! Se Flamengo e Fluminense estiverem eliminados do campeonato e o Vasco tiver um jogo em que estiver no topo da tabela, obviamente vamos ajeitar para vocês jogarem lá”, contou.

“Ele foi muito cordato. O Salgado é muito legal, muito educado. Ele falou: ‘Quantos jogos você acha que dá para o Vasco fazer no Maracanã?’. Eu falei que a gente podia chegar numas 10, 12 partidas, podendo variar para cima, desde que Flamengo e Fluminense não estejam (jogando). A gente podia conversar com o Botafogo para usar o Engenhão. Então, a conversa foi num sentido de que a gente poderia avançar num futuro para isso”, seguiu.

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“Até que nós tivemos um encontro na CBF em que coincidimos de estarmos eu, o Landim e o (Carlos Roberto) Osório, que é vice do Vasco. Nesse dia, colocamos duas datas para o Vasco, isso na Série B do ano passado: um jogo contra o Guarani e outro contra não lembro quem. Foi quando ele (Osório) disse: ‘Esse jogo não é ‘Maracanizável’. Aí eu falei: ‘Como assim não é ‘Maracanizável’?, e ele respondeu: ‘A gente quer jogar jogos ‘Maracanizáveis’. Jogos ‘não-Maracanizáveis’ a gente joga em São Januário'”, revelou.

“Aí eu falei: ‘Ah, entendi o conceito… A gente se arrebenta lá, na pandemia… Seguramos o estádio na pandemia, jogamos os jogos de quarta-feira à noite pelo Estadual, que são deficitários, a gente custeia o estádio… Aí você fica jogando em São Januário os jogos que acha que terá prejuízo no Maracanã, e quando tiver um jogo que você acha que vai encher o Maracanã você joga. Entendi?’. Ele falou: ‘É isso! Não vou jogar para ter prejuízo no Maracanã'”, rememorou.

“Aí se concretizou na nossa cabeça o fato de que nós somos os gestores do estádio. Passamos todas as agruras para manter o estádio de pé. Aliás, o Maracanã só está aí funcionando porque tem dois clubes que ficaram jogando no Maracanã. Porque se o Botafogo ficasse jogando no Engenhão, o Vasco em São Januário e Flamengo e Fluminense em outros estádios, o Maracanã talvez tivesse virado uma outra coisa”, argumentou.

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“Pós-Copa do Mundo, foram Flamengo e Fluminense que mantiveram o estádio de pé. É o estádio mais famoso do mundo, mas também… E isso não é uma crítica, mas uma constatação: o Vasco já optou por jogar uma Libertadores inteira em São Januário. Jogou contra Grêmio, Cruzeiro, River Plate e a final. E jogou a final (do Brasileiro de 2000) contra o São Caetano em São Januário, só foi depois para o Maracanã porque caiu o alambrado”, complementou.

Vale lembrar, aliás, que o Maracanã foi até interditado recentemente para reparação do campo.

O estádio só deve ser liberado nos dias prévios do jogo de ida da final da Copa do Brasil, entre Flamengo e São Paulo.