Em coletiva, Mano Menezes fala sobre dificuldades contra o Bangu, exame de Ganso e equipe titular ideal




Foto: Lucas Merçon / Fluminense F.C.
Entrevista coletiva completa do técnico Mano Menezes após a vitória do Fluminense sobre o Bangu

Confira todas as perguntas e respostas da entrevista coletiva do técnico Mano Menezes após a vitória do Fluminense por 3 a 2 sobre o Bangu, na noite deste domingo, no Maracanã, pela última rodada da Taça Guanabara:

Dificuldades contra o Bangu

“Não entramos com a concentração que parece necessária no primeiro tempo. Estivemos lentos de raciocínio, estivemos lentos de comportamento. Isso transmite uma apatia que irrita o torcedor e vai irritando às vezes a gente. Tanto irrita o time, que você começa a tomar decisões erradas, aí piora. Começando a ter bola longa, perdendo controle de alguns minutos do jogo, sempre é o pior caminho.

Marcamos três, mas poderíamos ter feito cinco, seis, mesmo com todas essas dificuldades que tu (repórter) mencionou. E foram exatamente esses três gols marcados que nos deram a terceira colocação.

O nosso problema no jogo não foi a criação, mas a maneira que nos comportamos quando tivemos dificuldade para criar. Você não pode ceder dois gols nas circunstâncias que cedemos. Já havíamos sofrido duas chegadas na esquerda. Na terceira, fizemos gol contra. Quando uma equipe tem dificuldade para criar quando a outra está com linha baixa, você tem que ter calma, girar a bola, tem que marcar para não dar contra-ataque. Achei a equipe nervosa, tensa para atingir o objetivo da classificação. Isso que precisamos melhorar.”

Desempenho defensivo 

“A gente não pode pegar um jogo que a gente não fez bem para querer classificar a equipe com problemas que ela não tem. Ela tem seus problemas, como todos têm no campeonato. Hoje não fez um jogo tão bom, mas atingiu seu objetivo. Tenho certeza que depois de atingir o objetivo, as circunstâncias favorecerão que os jogos sejam melhores.”

Mais sobre a atuação do Fluminense

“A gente errou bastante quando teve essa dificuldade. Depois errou de novo quando conseguiu o 3 a 1. O jogo sempre esteve pela beirada. Melhoramos bastante com o Serna. Ficamos bem agudos com ele Arias e Samuel. Mudamos o posicionamento dos laterais para ter mais força pelo lado direito. Quando essa força apareceu, fizemos 3 a 1. E cometemos erro de novo de tentar forçar a jogada por dentro. A jogada do pênalti começa com uma jogada por dentro em que perdemos a bola, quando o lado estava livre. Isso tem que saber equilibrar. Saber usar o lugar certo. A gente errou um pouco talvez por característica. A gente perdeu um jogador mais cerebral, que dá time. Ao trazer o Arias para dentro a gente tem um jogador mais condutor, que parte para a área e às vezes não é hora. Tem que ter calma. Diferentemente do jogo do Nova Iguaçu, hoje não conseguimos um jogo tão bom. Talvez por enfrentar um adversário que não brigava por nada.”

Erros coletivos e individuais

“Houve adversários que exigiram muito mais defensivamente de nós. A gente não cometeu os mesmos erros que cometemos hoje. Hoje cometemos. Por isso que terminou 3 a 2.”

Equipe titular ideal

“Difícil ter um ideal hoje, não é? No futebol que se joga de três em três dias. Então, você tem que ter uma ideia. E a partir dessa ideia, você trabalhar para que todos, entendendo a ideia, possam se comportar e executar aquilo que você pensa. O Fluminense não pode só reagir em cima de adversário. Se você pega um adversário como o Bangu, você tem que propor, não é? Então, você tem que ter soluções de time que propõe também.

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A diferença um pouco, e para que o torcedor entenda e vocês também, quando vai se buscar características um pouco diferentes, é porque às vezes temos um volume de jogo pelo lado, como tivemos hoje, e temos que ter presença de área. Temos que ter alguém que tenha características de disputa, de vencer disputa, de ser um bom cabeceador, por exemplo. Então, isso vai fazendo com que a equipe encontre soluções.

Então vamos trabalhando com os jogadores que acabaram de chegar, nós apresentamos dois jogadores na segunda-feira. Eu entendo essa ansiedade, mas o treinador não é um sujeito milagroso. Ele precisa trabalhar agora com os jogadores que chegarem, conhecê-los individualmente, porque você tem uma ideia quando eles estão trabalhando em outro lugar, vê como eles se comportam, como eles entendem aquilo que é pedido. E é isso que nós vamos fazer com os jogadores que chegarem. Acho que o Otávio, por exemplo, tem característica de primeira função, uma coisa que às vezes sofremos um pouco a falta. Sofremos porque escolhemos dois segundos homens, porque não temos tanta armação por dentro, temos um pouco de dificuldade, então achamos que colocando dois segundos dos homens você minimiza um pouco isso, mas aí perdemos um pouquinho às vezes no combate, na disputa.

Porque hoje, por exemplo, quando iniciou a segunda jogada, do pênalti, nós disputamos a bola três vezes. Às três vezes ela esteve para nós, e deixamos escapar. Isso, às vezes, é da característica do jogador. Tem jogador que sabe se comportar melhor nessa hora, e é isso que eu quero, que a equipe vá ganhando com os jogadores que chegaram, para que ela seja mais completa, para que ela seja mais madura em todos os momentos do jogo.”

Jogo contra o Águia de Marabá pela Copa do Brasil

“Culturalmente o jogo do Nordeste não é um jogo tão defensivo, por exemplo, como o jogo do sul do país. Mesmo que a equipe não tenha a mesma capacidade de investimento, o jogo é jogado um pouquinho diferente. Então, não podemos escolher como o adversário joga. Temos que encontrar soluções para cada maneira que eles se comportem. É isso que nós vamos tentar fazer na quarta-feira.”

Última semana cheia de treinamento

“Quando se faz um treinamento de semana inteira você tenta ganhar combustível para enfrentar essa maratona que tem pela frente e também ganhar jogadores que estejam tão preparados quanto os outros que iniciaram a partida. Porque será necessário sem dúvida nenhuma ter mais do que 11, 12 jogadores para você jogar três jogos numa sequência como nós vamos jogar. Jogamos hoje, jogamos na quarta, ainda não sabemos se vai ser sábado ou domingo porque ainda não está marcado o jogo com o Volta Redonda. Então você tem que ter essa capacidade de entender isso e depois se passar na Copa do Brasil é bem provável que na quarta-feira de cinza teremos outro enfrentamento de Copa do Brasil. Então nessa hora a gente tinha que tentar encher o tanque para poder suportar e render bem os jogos que demos pela frente.”

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Por Explosão Tricolor

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