Coletiva completa do técnico Renato Gaúcho após a derrota para o Bahia
Renato Gaúcho concedeu entrevista coletiva após a derrota do Fluminense para o Bahia
Confira todas as perguntas e respostas da entrevista coletiva do técnico Renato Gaúcho após a derrota do Fluminense por 1 a 0 para o Bahia, na noite desta quinta-feira (28/08), na Arena Fonte Nova, pela ida das quartas de final da Copa do Brasil 2025:
Derrota para o Bahia
“Meu time foi melhor do que o Bahia hoje. Mereceu a vitória. Enfrentamos uma equipe que está entre as quatro melhores do Brasileiro, que está invicta aqui há muito tempo. Muito bem treinada. SAF, contrata jogadores. E meu time jogou aqui e foi melhor. Temos uma partida de 180 minutos, em que jogamos os 90 minutos na casa do adversário e fomos melhores. O que vale é bola na rede. Concordo, o que vale é o resultado. Sendo isso, temos mais 90 minutos para jogar no Maracanã e reverter o placar. Lá, teremos mais 90 minutos para fazer o dever de casa.”
Desatenção e falta de foco dos jogadores tricolores
“No futebol, eu falo pra eles, eu conto duas, três histórias, para eles, uma delas é o seguinte: ninguém pega o filho de dois anos, um ano e meio, vai ao shopping, sai andando e dá as costas. No futebol é a mesma coisa. Você tem que estar ligado, tem que estar focado. Eles (jogadores) têm tudo. Em uma hora e meia, eles têm que dar o máximo, tem que ter o foco. Vacilamos em um lance, tomamos o gol.
Bom, eu sempre assumo minhas responsabilidades, porque eu sou comandante, estou no dia a dia para corrigir o máximo de jogadores, porque aqui esses erros não acontecem. Eu tenho conversado com eles, tenho mostrado no vídeo, dificilmente o adversário tem méritos, não são todos, lógico, mas tem méritos para fazer gols na gente. Realmente em determinados momentos está faltando esse foco para que a gente não tome esses gols.
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No futebol, outro dia eu vi o Fernando Prass, que era goleiro, hoje ele é comentarista, falar. A gente aprende também todo dia. Há um tempo atrás ele falou uma coisa que eu guardei e eu concordo plenamente. O treinador, ele trabalha o time dele a semana toda, sempre que possível, no dia a dia. Ele treina, ele corrige, ele fala, ele. Ele mostra o melhor caminho, lapida o jogador, enfim, faz todo o trabalho dele.
Aí deixa eu falar uma coisa na tua pergunta: 30%, 25%, 35%, 20% que seja são os jogadores dentro do campo. O treinador, e ninguém está tirando ninguém aqui da reta, o treinador faz o trabalho dele, os jogadores têm a responsabilidade deles também, dentro do campo. Porque se não for assim, bom, aí como que o jogador não vai ter a sua responsabilidade também? Então a gente vem cometendo isso, eu venho corrigindo isso, sempre mostrando para eles a melhor forma, assim. Então a gente tem tomado alguns gols que não poderíamos ter tomado numa desatenção de um, de dois, de três. E o adversário não tem perdoado a gente. Nosso trabalho é corrigir.
Erro em gol do Bahia
” Você não pode falar que o time tem se desconcentrado. Hoje o time não se desconcentrou. Hoje não foi o time. Foram dois jogadores no máximo. Então o time estava fazendo uma belíssima partida, como eu falei. Só que aqui, quando ganha, ganha todo mundo. Quando perde, perde todo mundo. Então quem entende futebol, quem vê futebol, conhece futebol, vê onde está a falha. Nós somos profissionais porque eu sei onde foi a falha. Entendeu? Mas isso tem que cobrar deles dentro de quatro paredes. Ninguém está botando a culpa nos jogadores. Os jogadores também têm que ter a responsabilidade deles. Tanto é que eu estou te falando, meu time foi melhor, tivemos as melhores oportunidades, mas falhamos num lance. E o adversário não perdoa.
Vacilamos num lance, praticamente o último lance do jogo. Mas nem por isso, vamos falar que está tudo errado. Foi uma derrota para uma equipe que está no G-4, como falei, os primeiros 90 minutos foram jogados e agora são 90 minutos no Maracanã. Se o Fluminense estivesse brigando no momento contra o rebaixamento e tivesse tomado de três hoje aqui no Bahia, tudo bem, alguma coisa poderia estar errada, não é o caso. O Fluminense está muito bem na Sul-Americana, está andando bem no Campeonato Brasileiro e está muito bem na Copa do Brasil. O jogo de hoje do Fluminense faz parte do futebol. Tivemos oportunidades, não fizemos, eles tiveram menos oportunidades, e fizeram. Vacilamos, não tem que vacilar, tem que ter o foco. Enquanto ele não apitar, tem que estar focado, você não pode desfocar, é aquele segundinho e a coisa vai acontecer, e aconteceu.
Lesão de Samuel Xavier
“Eu sempre falo para vocês que vocês não têm as informações que eu tenho. Poupei o Samuel no último jogo pela sequência de jogos e hoje ele teve uma lesão grave. Vocês, com todo respeito ao trabalho de vocês, não podem nem de longe querer discutir com um profissional do futebol. Nós temos todas as informações, conversamos com jogadores, fisiologia, departamento médico. O Fluminense é o único que não tem o tanque cheio nesse campeonato desde o Mundial, entra em campo a cada três dias e está bem nas três competições.
Mesmo mexendo no time. Não tem um time. Tem clubes que estão disputando duas competições, até uma, e o treinador muda quatro, cinco jogadores. Eu sou obrigado a mexer porque vou perder jogadores para o departamento médico. Só que, quando estou mexendo, é porque confio no meu grupo. O que fazer para aproveitar melhor as oportunidades? A gente treina. Dentro do possível. Temos pouquíssimos treinos.
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O jogador que joga no dia seguinte tem que fazer o recovery. Dois dias depois, tem de treinar 15, 20 minutos para recuperar 48 horas antes do jogo. Depois um treino rápido para ir ao jogo. Vocês exigem demais do jogador de futebol. Eu ouço treinadores que não aguentam o Brasil porque são muitos jogos. E nós que somos daqui temos que ficar aturando jogo a cada três dias, andando nas três competições. Não sei mais o que vocês querem do Fluminense. Posso dizer por mim que o Fluminense está muito bem, andando nas três competições.
Faz parte perder o jogo. Sei que precisamos melhorar em alguns aspectos. Nas finalizações, aproveitar melhor as oportunidades, não dar tanto mole ao adversário. Mas é pouco tempo para treinar. E, mesmo assim, enfrentamos o Bahia, que é uma grande equipe, finalista da Copa do Nordeste, no G4, enfrentamos de igual para igual e fomos melhores. O que está errado? Corrigir algumas coisas? Sim, mas não vamos achar que está tudo errado. Temos mais 90 minutos para tentar reverter em casa e lá é outra história. Temos todas as condições, com o grupo que temos, de reverter no Maracanã.
Oportunidades desperdiçadas no ataque
“Não aproveitamos as oportunidades que tivemos, principalmente com o Canobbio no primeiro tempo cara a cara com o goleiro. O gol anulado do Serna, detalhezinho. As duas oportunidades, principalmente logo no início do segundo tempo. Não aproveitamos as oportunidades que nós mesmos criamos, e, infelizmente. faltou a concentração necessária no gol que nós tomamos. Foram as duas coisas. No futebol, eu sempre falo isso, o juiz apitou a coisa vai acontecer, a favor ou contra. Enquanto o juiz não apitar a partida, a coisa vai acontecer também, a favor e contra.
Então essa é a atenção que eu cobro muito do jogador, vocês não tem noção do que eu cobro. Essa falta de foco tem feito com que a gente tenha tomado gols que a gente não pode tomar. No momento que o time estava concentrado, não estava dando oportunidades para a equipe do Bahia, a gente estava dominando a partida, o jogo estava legal, são duas grandes equipes. Vacilamos, tomamos o gol. Então você não pode vacilar no futebol. Vacilou, o adversário não vai te perdoar. Infelizmente nós tomamos esse gol no final, mas é como eu falei, foram os primeiros 90 minutos e nós temos mais 90 minutos lá no Maracanã.”
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