Como é bom ver o Fluzão jogando com vontade novamente. Mesmo com um time tecnicamente limitado, não faltou raça à trupe de Levir. Ainda que o futebol praticado não tenha sido um primor, fato é que os jogadores estão começando a entender a cobrança da torcida. Queremos o sangue em campo, a doação característica de quem atua pelo time de guerreiros. No mais, é com a natureza. E ela não foi benevolente com alguns atletas. Que o diga o Henrique Dourado. Credo! É ruim hein!

Porém, um assunto que circula há alguns dias e que talvez tenha passado despercebido pela massa tricolor é o acordo feito por Peter Siemsen com a Globo/FERJ para a transmissão dos jogos do Carioca de 2017. Como todos sabemos, Peter, até assinar este “de acordo”, era um ferrenho opositor à política do futebol carioca, em especial aos desmandos do Presidente da Federação, Rubens Lopes.
No entanto, como num passe de mágica, de repente Peter resolve ceder à pressão e assina o contrato com a FERJ e a Globo, assim como já havia sido feito por Vasco e Botafogo, eternos aliados da Federação contra o próprio futebol carioca. E a pergunta que fica é: por que Peter fez isso?
Antes de buscar entender o questionamento feito, é bom lembrar que o Flamengo não assinou o “de acordo” para a dupla Globo/FERJ. O presidente rubro-negro exige algumas garantias para firmar o contrato. Segundo a repórter Gabriela Moreira, da ESPN, as exigências seriam:
1) que os clubes recebessem o valor diretamente da televisão sem que passasse pela Federação;
2) que o contrato esteja vinculado às regras da transparência, dentre eles a informação clara acerca de eventuais empréstimos feitos pela FERJ aos clubes cariocas;
3) que a FERJ diminua de 10% para 5% a taxa dos jogos;
4) que a entidade seja impedida de interferir no preço dos ingressos;
5) que o decidido nos arbitrais não possa mudar os contratos firmados;
6) que os clubes possam explorar a publicidade dos estádios; e
7) que o valor pago aos clubes seja maior que o pago à federação.
Honestamente, deixando a rivalidade de lado, a diretoria “deles” está coberta de razão. Todas as exigências que fizeram são absolutamente pertinentes. Não há dúvidas de que, por exemplo, a FERJ ganha mais com os contratos de transmissão que os clubes. Basta observar que foi oferecido o valor de R$ 120 milhões pela Globo para fechar o contrato até 2024, sendo que cada um dos top four vai receber, caso aceite, 15 milhões de reais, ficando a FERJ com 12 milhões. Mas ela tem o direito à publicidade nos estádios, o que aumenta consideravelmente a sua renda. E, com tanto dinheiro, é fácil manter os clubes pequenos nas mãos de Rubens Lopes, o que garante a sua permanência no poder.

Outra questão absurda é a possibilidade de alteração dos contratos firmados pelos clubes por meio de decisões tomadas em arbitrais. Ora, a segurança dos contratos exige que eles tenham a certeza do cumprimento. A prevalecer a tese de que o arbitral pode ser superior a eles, simplesmente os clubes não terão mais autonomia para se manter e garantir uma tranquilidade à outra parte do contrato. Isso é péssimo para todos e atinge diretamente as quatro linhas, já que significa menos dinheiro para os clubes e, consequentemente, menos craque em campo.
Mas, a pergunta que não quer calar: por que Peter, que antes era favorável a todas as exigências acima, cedeu à pressão?
Confesso que não tenho resposta direta, mas várias suposições podem ser levantadas. Falta de dinheiro, vontade de agradar a emissora com quem já havia fechado contrato para o Brasileirão a partir de 2019, dentre outras questões. Mas isso tudo seria facilmente respondido, e a torcida seria respeitada, se houvesse transparência na gestão do clube. Sequer o Presidente respondeu os motivos pelos quais “traiu” os seus torcedores para ficar do lado da FERJ.
Não, isso não é uma crítica somente ao Fluminense. Todos os clubes do país passam por essa crise de transparência, o que afeta a própria legitimidade deles como representantes do interesse popular. Afinal, o futebol é uma paixão nacional. Mas, no nosso caso, diante da justa briga travada no início do ano com relação à Primeira Liga, ficamos absolutamente órfãos com essa atitude da diretoria.
Queremos que a diretoria venha a público e diga o porquê abriu mão da luta pela justiça no futebol carioca. Rubens Lopes, com a postura tricolor, ficou tão agradecido que desistiu de diversas ações indenizatórias que tinha contra o clube das Laranjeiras. Há notícia de que a recíproca é verdadeira.
Transparência! Essa é a nossa luta!
Ser Fluminense acima de tudo!
Toco y me voy:
- Gustavo Scarpa, aos poucos, vai novamente centrando no Flu e mostrando o futebol que o fez ídolo da torcida. O moleque é craque!
- A defesa, apesar de tão criticada, é a terceira menos vazada do campeonato. Tá na hora de valorizar.
- Wellington, aos poucos, vai se tornando um grande sucesso no clube. Vida longa ao garoto!
- Como já havia dito, nosso time é de meio de tabela. Nem descer e nem disputar vagas em competições sulamericanas. Mas quero muito queimar a língua neste último aspecto.
5. Douglas está falhando, mas tem muito potencial. Continuaria sendo o meu titular. Mas precisa de um puxão de orelha. Força meu camarada! O Fluzão precisa de seu futebol!
Evandro Ventura / Explosão Tricolor
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