Em coletiva, Celso Barros fala sobre o que precisa aprender, cenário político do Fluminense e muito mais!




Confira a íntegra da coletiva do Celso Barros após o anúncio oficial da sua candidatura à presidência do Fluminense:

Por qual motivo quer ser presidente do Fluminense?

O que me fez aceitar o desafio é a paixão pelo Fluminense. Os 15 anos da parceria com a Unimed-Rio foram fundamentais para que isso acontecesse. Vejo gente na rua que me pede para ser candidato. É um carinho muito grande. Isso me motivou. Tenho disponibilidade de tempo para me dedicar ao clube. Agora, não teremos a Unimed-Rio. O país vive dificuldade econômica, mas vamos trabalhar para fazer o melhor. Vendo as contratações recentes fica claro que o clube tem recursos. Vamos fazer uma ótima campanha para ser eleito presidente do clube.

Chapa está montada?

Não. A chapa hoje é Celso Barros. A partir de agora, vamos trabalhar para montar. O Washington é um grande nome, mas ainda nem é oficial. Acho que ele pode contribuir. Citei todos os vice-presidentes que tenho bom relacionamento. Só um que não. Não tem chapa. Hoje foi apenas o pontapé inicial. Tenho uma experiência grande no futebol, mas ainda tenho de aprender. Conversar com as pessoas. Falo muito com o Deco. Vamos ver a forma como ele vai contribuir. Não falo na estrutura do clube. Falo em ter profissionais ajudando. Eu sendo o presidente do Fluminense serei o presidente do Fluminense. Vou exercer a liderança.

O que precisa aprender?

Vou falar com o pessoal de Olímpicos. Não é a minCelso ha praia. Preciso aprender. Sandro aqui veio do Olímpico. Vamos conversar, vamos ter humildade para ouvir. Não sou Deus, não entendo de tudo. Sei de futebol pela experiência que vivi. Na época, com todo o investimento que fiz no clube, que até me prejudicou na empresa, conversei com todos. É o que farei.

Cinco candidatos… com quem aceita debater apoio e com quem se nega?

Cinco candidatos ao Fluminense… é muito candidato. O clube está melhorando, mas não tem unidade. A inscrição de chapa é em novembro. Até lá, não sei quem fica, quem sai. Não tenho nada contra ninguém. A maior dificuldade seria com Mário Bittencourt. Tive dificuldade com ele. A convivência teve uma série de problemas, que deixaram o clube em situação difícil. O contrato com o Fred, por exemplo, ia até 2018. É um craque, mas se machuca muito. Conheço bem ele e o Ricardo Tenório. Talvez com eles seja muito difícil. Tive um almoço hoje (segunda-feira) com o presidente Peter, com quem já tive divergências, que foi muito bom. Ele se queixou da gestão do Mario, que fez contratos longos com jogadores que não dão resposta. O Fred foi um. Um trouxe o Fred. Vivemos uma série de problemas, contornamos alguns que a mídia nem sabe. Agora, ele brigou com Levir e saiu. Temos de olhar o futuro. O passado ficou para trás. Claro que não descarto nada. Agora, não tenho mais tempo de ser um presidente de honra, como sugerido pelo Pedro Trengrouse. Isso está fora. Não serei a rainha da Inglaterra. Ou sou presidente ou não sou. E não é arrogância. É a verdade.

Sabe conviver com as críticas? Por qual motivo devem votar no senhor?

Estou preparado. A maturidade não é questão de idade. É de amadurecer. Sei conviver bem. O sócio vai votar no melhor candidato. E me considero o melhor. Tenho uma história de títulos no clube. Essa será a escolha acertada. Espero que o eleitor entenda.

Abel Braga será o treinador caso o senhor seja eleito?

É um forte candidato. Tenho uma história de conversa com ele. É campeão do mundo e da Libertadores. Campeão brasileiro, duas vezes do Carioca pelo Fluminense. É um grande amigo. Ele tem até esperado, recusado convites para a eleição.

O senhor tem, caso seja eleito, alguma possibilidade de trabalhar com um forte parceiro como foi a Unimed-Rio?

Vamos ter de trabalhar com as dificuldades do país. A crise econômica é grande. Vamos ter de trabalhar com a base. Não sei o orçamento do clube, tenho olhado os balanços. O clube fez contratações pesadas recentemente, em termos de valor. O time hoje, na minha opinião, teria de enxugar. Vamos pensar em contratações pontuais. Vamos buscar os jogadores que farão a diferença.

É verdade que o senhor tem críticas a Xerém?

Não tenho problema algum com Xerém. Isso é uma coisa criada. Xerém será valorizado ao máximo.

O senhor aceitaria alguém com a mesma ingerência que o senhor teve no futebol do Fluminense?

Isso é você que está dizendo. Respeito a sua posição. Todo mundo fala de ingerência. Pergunte aos vices de futebol. Pergunte ao Cuca. Pergunte ao Abel Braga. Pergunte ao Renato Gaúcho. Pergunte ao Muricy e esse era brabo. Isso não existe.

Qual o problema na relação com Mario Bittencourt?

Trabalhei com ele em 2009, quando quase caímos. Ele era diretor de futebol. Ele é um cara com uma vaidade muito grande. É um belo advogado. Como gestor de futebol, é complicado. Não quero denegrir ninguém. Ele não é uma pessoa muito fácil. Não quero brigar com ninguém e nem dar notícia com divulgação maior do que o fato. Não é só o contrato dele, mas vou rever tudo ao assumir a presidência. Não haverá perseguição. Mas tudo será revisto. Mario é advogado do clube, um bom advogado, mas ele defende outros clubes.

O fato de o sócio futebol votar lhe favorece?

Acho que isso pode ajudar muito. A identificação que tenho pode nos ajudar. Me preocupava até com os pedidos de votos. Tem de tirar foto com os jogadores. Eu se sentia constrangido. Não sou ídolo. Quem é ídolo é o jogador. Fico feliz com o reconhecimento. A presença das torcidas aqui foi relevante. Estavam quase todas. Vamos ter relação saudável. Vamos nos relacionar bem, inclusive com CBF e Ferj. Não vamos brigar com todo mundo, isso não constrói.

A destituição da Unimed-Rio traz uma questão: como alguém que saiu de lá pode assumir um clube de futebol?

A Unimed-Rio vai lembrar muito do Celso Barros se ela resistir à direção que lá está. Destituição… houve uma manobra política. Eles levaram apenas o grupo deles. Foram questionados na Justiça. Perderam uma vez, ganharam na outra. Não poderia haver a assembleia. Agredia a todos os princípios estatutários. Eles estão lá. Não tenho nenhuma preocupação. A minha história na Unimed-Rio é de vitória. Passamos de 200 mil clientes para 1,2 milhões. Construímos um hospital que tem o valor de 10 CTs.

O que fará para ter o apoio de Pedro Antonio?

Estive no CT, conversei com ele. O trabalho é interessante, positivo. Depois jantamos. Estou aberto a ele. Caso ele apoie outro candidato e eu seja eleito, vou respeitar o contrato dele.

Nome do CT deve ser Celso Barros?

Isso foi uma ideia do presidente Peter quem falou. Nunca pedi isso. Fiquei honrado. Mas não sei qual será o nome.

Por Explosão Tricolor / Fonte: Globoesporte / Foto: Vinicius Toledo / Explosão Tricolor