Para onde foi o futebol?




Prezados amigos. Hoje, pela primeira vez, deixarei o futebol de lado para falar de comportamento humano, impunidade, segurança pública e futuro das novas gerações.

É triste que num espaço destinado ao futebol, matérias sobre violência ganhem destaque.

Mas hoje, uma semana após a estupidez ocorrida no Estádio Nilton Santos entre as torcidas de Botafogo x Flamengo, tivemos mais uma briga, desta vez no meio da torcida do Vasco, em São Januário.

O futebol está banalizado. Além de perdermos nossos (poucos) bons jogadores para o exterior por conta de uma economia fraca, rodeada de corrupção, problemas sociais, falta de investimento em educação, saúde e segurança, agora estamos sendo privados de nosso lazer.

Trabalhamos duro de segunda à sexta, para termos apenas 2 dias (para muitas pessoas, apenas 1 dia) de folga, onde temos que nos virar para darmos atenção às nossas famílias, amigos, cuidarmos de nossas casas e ainda encontrarmos tempo para nos divertir, ainda que para isso tenhamos que arriscar nossas vidas.

Ir a um cinema atualmente é perigoso. Os filmes de ação e terror começam quando saímos de casa, fugimos de assaltos, acidentes de trânsito, xingamentos, etc. O mesmo ocorre quando tentamos ir à praia: Passamos pelas mesmas aventuras citadas acima, além de sermos obrigados a assistir ao vivo aos inúmeros arrastões que ocorrem nas areias. É o resultado da incompetência política que assola o Brasil desde que a ditadura acabou (e vejam que infeliz coincidência).

Mas para nós, amantes do futebol, daquele clima gostoso dos estádios, de uma época onde entrávamos juntos com nossos adversários no Maracanã ou em qualquer outra cancha, onde as provocações se limitavam a brincadeiras ou músicas que relembravam grandes vitórias ou conquistas, os lamentáveis confrontos que vêm ocorrendo nos últimos anos, e especialmente nos últimos dias, representa o fim iminente do que move a nossa paixão: o futebol.

Mas como citei acima, neste texto o futebol não será citado. O futebol está literalmente em segundo plano. O problema é social, e é de todos.

Está claro para mim, que as brigas não são “apenas” por rivalidade (o que já seria um absurdo).

Começo a me questionar se estes grupos de bandalheiros estão, gradativamente, usando grandes eventos para resolverem e disputarem seus interesses em meio a população comum, que deseja apenas se divertir e voltar para casa em paz. Estou levantando a bola para que as pessoas comecem a pensar a respeito. Não é normal! Não é briga de “um contra um”. São “cem contra cem”, e em muitas ocasiões, fortemente armados.

Me chama a atenção a facilidade que estas pessoas têm para combinarem conflitos.

Precisamos que o serviço de inteligência seja mais ativo, mais eficiente, para mitigar os riscos e danos às pessoas de bem. Entendo que o sucesso fica mais difícil quando temos uma polícia que além de não estar preparada adequadamente, também está fragmentada por salários e premiações atrasadas, falta de suprimentos em suas residências, contas atrasadas, falta de equipamentos de segurança, armas sucateadas, falta de combustível para seus carros, falta de tudo!

Enquanto todos esses reflexos de muitos anos de governos corruptos e falta de investimento estiverem à tona, estaremos proibidos de sair de casa.

A decisão da justiça não é correta. Estão penalizando os torcedores. Os bandidos continuarão se matando. Eles não querem entrar no estádio. Portanto, por mais que se proíba torcida dupla, as facções continuarão marcando pela internet os locais de confronto.

Só quem perde é o futebol e nós, que nascemos no que um dia foi o país do futebol. Uma pena que as novas gerações não tenham vivido essa época. Talvez os jovens não acreditem em nós, quando contamos à eles que esse é o país do futebol.

Mas quê futebol?????????

Conclusão: Eu não consigo entender: As pessoas se unem, fazem um abraço simbólico no Maracanã após a tragédia da Chapecoense, cada um com a camisa de seu clube do coração, lado a lado, e menos de 3 meses depois, estão se matando nos arredores dos estádios.

Certamente as pessoas que estão trazendo o caos ao nosso esporte não são as mesmas que se abraçaram. Portanto, deveríamos todos, em forma de protesto contra a violência e protesto contra a decisão da justiça, mostrarmos que estas ações violentas são originadas por uma minoria. E deveríamos, cada um com a sua camisa, abraçarmos mais uma vez o Maracanã, para mostrar ao mundo que o brasileiro também sabe respeitar o coirmão, e que não apenas podemos, mas também queremos, estar juntos nós estádios do Brasil. E abraçar o Maracanã também seria um protesto contra o abandono do estádio, outra vergonha de nossos governantes.

É revoltante.

É incrível como estamos atrasados.

Daniel Coelho

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