Diego Cavalieri




Venho há dias pensando em escrever sobre o nosso goleiro. Logo quando surge a oportunidade, ele tem uma tarde não muito boa. Ouvi falar por aí em dois gols em que teria havido falha dele. Na minha opinião, até o primeiro foi esquisito! Claro, estou falando do “padrão Diego Cavalieri de atuações”. Não estou falando de qualquer um. Ele já está conosco desde 2011. O conheço tanto, e ele tem tanto crédito comigo, que vou fazer uma homenagem a este grande goleiro assim mesmo.

Desde Paulo Victor, que foi o maior goleiro que já vi jogar ao vivo, não tenho como ídolo um goleiro tricolor. Esta lacuna foi preenchida só depois da chegada dele. Diego Cavalieri foi formado em uma das maiores escolas de goleiros do mundo. Fica até difícil fazer comentários sobre um cara que treinou com o grande Valdir de Moraes. É gaiatice eu ficar aqui tentando dar conselhos a um cara tão dedicado e profissional. Portanto, Cava, tentarei apenas descrever você, dizer como vejo suas características pessoais, e até fazer um pedido.

Bom, vamos lá. Acho que você tem um físico privilegiado para a posição. Tem muita força e velocidade de reação. Sua técnica é excelente também. Creio que seu ponto alto seja aquelas saídas para encurtar a distância para o atacante adversário, quando ele chuta à queima roupa. Você cresce na frente dele de maneira impressionante. Um dos melhores do mundo neste tipo de lance. Embaixo dos paus, um paredão. Nota 10! Dizer que você precisa sair jogando com os pés melhor, eu não creio que seja o certo. Essa destreza, a essa altura do campeonato, talvez não seja possível. O que acho é que você deve, sim, aprimorar de maneira radical, as rebatidas. Se você fizer isso (melhorar as rebatidas, treinar até a perna direita para as emergências), será ótimo. Nas faltas contra (as diretas), acho que você coloca bem a barreira. Às vezes, acho que você, no intuito de ver a bola, fica muito pro lado não coberto por ela. Seria bom ensaiar com sua barreira para abrir-se uma pequena brecha, e não muito fora do meio do gol. Um gol que você tomou bem ilustrativo foi no Independência, em 2013, do Ronaldinho Gaúcho (o segundo). Falei lá em casa: “Se o R43 colocar por cima da barreira será gol, o Cavalieri está quase na outra trave! Nem precisará de muita força”. É um tipo de lance que uma boa colocação da barreira e sua também, Cava, são vitais!

Agora falarei das saídas do gol em cruzamentos. E neste quesito, para poder explicar aos tricolores como vejo e interpreto tudo, acabarei falando um pouco da personalidade dele. Muitos torcedores do Fluminense falam que o Cavalieri é excelente embaixo dos paus, mas não sabe sair do gol. Penso que não é bem assim. Vou dividir as saídas do gol em duas partes. Naquela que achamos que ele poderia ter saído e ele fica, e nas que ele sai e rebate, não ficando com ela dominada. Percebo na personalidade dele a explicação para duas situações acima. Nas entrevistas, já ouvimos o Cavalieri dizer uma palavra pelo menos uma vez. A palavra é “regularidade”. Talvez seja o lema de vida dele, o objetivo principal. Ele procura sempre, em todos os momentos, ser simples. Não assume um estilo arriscado de atuar. Faz as coisas sempre da mesma maneira. Seus movimentos são ultra conservadores. Só faz o que está treinado. Aqueles socos que ele dá nos cruzamentos não foram decididos ali, na hora. Aquela bola em que ele não saiu, não foi decidida ali. É uma dessas pessoas que entram em campo “brifadas”, tudo na ponta da língua, tudo na cabeça! Naqueles vídeos “bastidores da vitória”, já dá para ver que ele rebaterá todos os cruzamentos. Aquelas ataduras do cotovelo até o punho, até a palma da mão, são uma preparação para fazer o que ele faz. As luvas que ele usa (UHLSPORT), para mim, são as melhores do mundo. E ele sabe muito bem disso! Mas as ataduras limitam muito o movimento dos punhos, a “munheca”, dificultando esse ajuste das mãos para fazer a pegada nesses cruzamentos. Ou seja, a decisão de socar a bola, a decisão de não sair ou de sair em certos lances, já foi tomada dias antes. Pode-se falar tudo do Cavalieri, mas dificilmente o vemos indeciso. Ele sai ou ele não sai. Ele soca ou ele soca! É assim que ele vê a vida, é assim que ele vê sua profissão!

Por último, quero fazer um pedido ao nosso Paredão: diferentemente da outra passagem do Abel Braga, em que esta maneira de atuar (ficar mais no gol, por exemplo) se encaixava perfeitamente com o esquema tático do time, com os zagueiros bem próximos do gol, este ano a forma de jogar da defesa mudou. Ao invés de todo o time vir aos zagueiros para compactarmos, os zagueiros e os volantes se adiantaram um pouco. Está partindo deles a iniciativa de compactar. Meu pedido é para você jogar um pouco mais à frente, e também para você ficar bem atento com as largadinhas que os meias adversários farão nas costas dos nossos zagueiros. Já que você gosta de prever tudo nos treinamentos, para só então executar, trabalhe muito esses aspectos táticos. Outra coisa: Nossa área não estará tão congestionada quanto em 2012. Sei que você opta por não sair, muitas vezes, para não ficar encaixotado. Não está sendo assim em 2017. Pense nisso, converse com o Abel e, além dos treinos técnicos, cuide bem desta parte tática. Não me deixe queimar minha língua. Mostre que você sabe muito bem sair do gol com desenvoltura, e que é uma opção sua jogar da forma que joga. Vamos voltar pra seleção, Paredão?

André Luiz

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Por Explosão Tricolor

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