A torcida tem soberania!




Ufa, estamos livres do rebaixamento! Um peso de várias toneladas foi tirado das costas do torcedor e, por que não dizer, da diretoria, da equipe técnica e dos jogadores. Um rebaixamento seria catastrófico para todo mundo e o verdadeiro tricolor jamais desejaria isso, por mais críticas que o presidente e sua equipe mereçam.

Como tudo em 2017, o jogo de ontem teve contornos de drama no primeiro tempo e de alívio com o gol de Douglas na segunda metade da partida. A partir dali, o Fluminense não teve qualquer risco de perder o jogo e de se livrar de vez do rebaixamento.

Apesar de já ter criticado a nossa torcida em muitas oportunidades, até pelo seu distanciamento do time e das coisas do clube, dessa vez ela foi digna de ser aplaudida de pé. Compareceu em bom número e cobrou empenho da equipe até o último momento. Foi fundamental para o resultado positivo, já que não deixou a peteca cair e empurrou a equipe à vitória.

As vaias, tantas vezes criticadas, foram absolutamente justas, já que o time não conseguia se organizar mesmo com o adversário jogando com um a menos. Mais que isso, elas foram direcionadas também a Pedro Abad e ao seu grupo de apoio, a Flusócio. O torcedor não é trouxa e sabe que a política de austeridade implementada no clube, por completa incompetência, tem rendido campanhas bisonhas e salários atrasados. Fracasso total!

Interessante notar que a atitude da torcida no intervalo, quando as vaias se intensificaram, mexeu com os brios dos jogadores. Os caras voltaram comendo grama do vestiário. Melhor assim, já que a vitória teve início justamente em um gol marcado por Douglas após uma jogada coletiva de arrojo e raça, digna de um time que não está organizado como deveria, mas que, naquele momento, mostrou vontade e gana de marcar.

E sabem de uma coisa torcida tricolor: este deve ser o nosso comportamento sempre. Se a equipe está bem, temos que apoiar e aplaudir. Se a equipe está mal, deve ser vaiada e cobrada. Isso é time grande e essa é a atitude que se espera da nossa arquibancada. Sempre deve ser assim e sempre será assim.

Até Abel Braga se mostrou incomodado com a pressão da torcida no intervalo. Mas foi de uma felicidade sem igual ao dizer que o torcedor tem “soberania” no momento em que está torcendo. E ele está totalmente certo, já que todo dinheiro que entra nos cofres do clube vem do amor da torcida.

Se a equipe tem patrocínio da camisa, é porque a marca quer ser vista pelos torcedores e conseguir lucro com isso.

Se a televisão mostra os jogos da equipe e paga por eles é porque acredita que terá retorno com a audiência da torcida.

Se o clube é conhecido nacional ou internacionalmente é por causa do número de torcedores que possui.

Se o time vende muita camisa ou outros souvenirs, é porque tem torcida.

Então, nesta estou com nosso treinador. A torcida tem soberania e o time só existe por causa dela. Sem o apaixonado pelas coisas do clube, o Fluminense seria apenas um amontoado de piscinas e quadras de tênis na Rua Álvaro Chaves. Nada de glória e nem tradição. Só mais um clube recreativo como tantos outros.

Gil Carneiro de Mendonça, presidente do Fluminense de triste memória que optou por privilegiar a parte social do clube em vez do futebol, parece que deixou um legado de divisão interna entre clube de recreio e futebol. O ex-presidente, que comandou o clube no triênio 96/98 (dois rebaixamentos em campo) certamente se esqueceu que não existiria Fluminense sem bola em campo e que, desde Oscar Cox, tudo no Tricolor gira em torno dela. E aqueles que não pensam assim esquecem da grandeza que somos e da paixão que o clube movimenta. E a nossa atual diretoria está repleta desse tipo de pensamento.

Enquanto torcida, quero ver jogo no Maracanã, no Giulite Coutinho, no Engenhão ou qualquer outro estádio. E é sempre sobre isso que vou debater porque, como Abel Braga disse, a torcida tem “soberania”.

O nosso time tem Football Club no nome. E por ele vamos lutar até o fim!

Ser Fluminense acima de tudo!

Toco y me voy:

1 – Esta temporada acabou para o Fluminense. Coletivamente falando não há nada mais a almejar. Mas confesso que torço muito para o Henrique Dourado ser o artilheiro isolado do campeonato. Pelo que lutou e fez neste ano, ele merece muito.

2 – Abel Braga deu um ultimato para a diretoria. Traduzindo suas palavras, ele pediu um projeto vencedor para 2018. Do contrário, é possível que peça pra sair. E com razão. Não dá pra aguentar uma parceria em que a diretoria não lhe dá nada em troca enquanto ele tem que responder até sobre os salários atrasados.

3 – Não me canso de ver Richarlison jogando o campeonato inglês. Parece que foi feito para disputar aquele tipo de jogo. Muito sucesso para o garoto!

4 – O Grêmio inova na espionagem no futebol. Molecagem das grossas! O pior é ver o departamento jurídico do clube dizer que não era o momento da reportagem, referindo-se à disputa da final da Libertadores. Ora, conteste o conteúdo da reportagem da ESPN e diga que é mentira se for capaz. Do contrário, assuma com grandeza o ato que praticou e admita que não teve peito pra ganhar sem trapaça. Postura lamentável da equipe gaúcha em todos os sentidos. Parabéns à competente Gabriela Moreira pelo trabalho!

Evandro Ventura



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