Os caminhos tortuosos de Gustavo Scarpa




Amigos Tricolores, lembram daquele nosso jogador, o Gustavo Scarpa?

Pois é, nos aproximamos do meio de ano e ele continua sua saga, perseguindo o caminho que escolheu.

Preferiu peitar o clube por um atraso de salário. Recebeu boa parte dos atrasados depois, mas manteve a convicção e pagou para ver.

Foram poucos jogos de banquinho do Palmeiras, clube por sinal que também se prestou ao papel de acobertar tal atitude. Chegou a ser vaiado, criticado.

Perdeu sua liminarzinha, agora está sem lugar para treinar, com um vínculo com o Fluminense, mas sem querer treinar no clube. Também os torcedores, pelo que conheço, jamais vão o querer de volta.

Lembro aqui do lateral Zeca, do Santos, que tomou a mesma atitude e ficou 192 dias sem jogar, e só há pouco acertou com o Internacional, após acordo entre os clubes.

No passado tivemos o Dalton, zagueiro que tinha grande potencial pelo Fluminense, mas por causa de um pequeno atraso em depósito de FGTS preferiu ir para a Justiça e deixou o clube no início de 2010, ele que terminou a temporada 2009 como titular daquele time que arrancou bonito no fim do Campeonato Brasileiro, escapando do rebaixamento, e quase ganhou a Sul-Americana.

Preferiu ir para o Inter, onde teve pouquíssimas chances, depois foi para o Atlético-PR, e nunca mais foi titular em clubes do Brasil. Saracoteou pelo futebol americano, jogou no Peru, e acabou contratado pelo Bangu, onde mal jogou o último campeonato, por contusão.

Pelo Flu seria Campeão Brasileiro de 2010 e daria um impulso bonito na carreira, talvez depois saindo para um exterior de muito mais potencial. E pela porta da frente…

Gustavo Scarpa também preferiu o banquinho do Palmeiras, e nem isso conseguiu manter, uma vez que sua saída foi bastante desastrada.

Amparado apenas por uma liminar fez um acerto de cinco anos com o Palmeiras, mas com a cassação ele aguarda a sentença, que deve estar próxima, na 70ª Vara do Trabalho. Qualquer que seja a decisão caberá recurso, e a tendência é ainda se arrastar por algum tempo a pendenga.

Fica mais uma vez o exemplo para os jogadores que procuram esse caminho, ou que aceitam orientações de seus gananciosos empresários e procuradores.

Deveria o Scarpa, ao parar para relaxar e dedilhar seu violão, refletir melhor sobre seus caminhos e não tomar atitudes que, mesmo que acabando a princípio bem-sucedidas, certamente irão marcar sua carreira para o resto de sua vida.

Ele será sempre lembrado pela punhalada que deu no clube que o formou, que o criou, que o hospedou durante tantos anos em Xerém, que o deu oportunidades e o projetou…

No Flu ele era o DEZ, o destaque, titular absoluto. Muitas vezes o capitão. Lógico que jogou mal algumas partidas, faz parte de uma temporada tão cansativa. Chegou a ser vaiado em alguns jogos, teve aquele episódio contra o Bahia…

Mas qual jogador profissional pode achar que não está sujeito a isso na carreira?

Ano passado ficou quase quatro meses fora por contusão, e neste ano ele mesmo que foi arrumar este problema.

Também não posso deixar de destacar a lambança (mais uma!) da atual diretoria, que deu margem para o atleta pleitear atrasados na Justiça. No mínimo o Scarpa é um patrimônio, uma moeda de troca, e correr o risco de perdê-lo por nada foi apenas mais um erro grave da gestão Pedro Abad.

Embora não pareça haver grande preocupação com isso, pois a mesma diretoria detonou patrimônios como Diego Cavalieri e Henrique, cometendo a sandice de colocá-los em barcas com contratos em vigor, dispensando-os sem tentar ao menos alguma negociação por empréstimo ou venda. O Corinthians levou o Henrique 0800 e agradece. Com Cavalieri o Fluminense teve que fazer depois um pesado acordo…

É isso, Gustavo Scarpa… Você que tanto mostrou sua habilidade e era o nosso homem forte das bolas paradas… tome cuidado: sua bola parou, e sua carreira deu uma parada… Às vezes é difícil retomar…

Daltons, Scarpas e tantos outros irão passar… talvez perdendo a grande oportunidade de suas vidas…

O Fluminense tem a vocação para a Eternidade… Como dizia Nelson Rodrigues, o Profeta Tricolor.

Por PAULONENSE / Explosão Tricolor