Agora vamos sair do Maracanã também?






Agora vamos sair do Maracanã também?

Mais um jogo horrível e sem qualquer perspectiva de um futuro promissor para o Fluminense no Brasileirão. Se dobrar o número de pontos que temos e fizer mais um o time consegue se manter na série A do ano que vem. Na atual conjuntura já é um grande negócio.

Apenas para continuar dentro de campo, honestamente não acho que o técnico seja o principal culpado. Longe disso! Com esse elenco limitado o treinador teria que fazer mágica para colocar a equipe pelo menos na zona de classificação da Pré-Libertadores. E insisto: a culpa do time ser ruim é de quem comanda o clube, ou seja, Pedro Abad e a turma da Flusócio. Se conseguir sobreviver na primeira divisão, Marcelo Oliveira já terá cumprido o seu papel.

Mas a notícia do momento é a notificação que o Consórcio Maracanã mandou para o presidente do Fluminense e para o seu diretor de marketing cobrando uma longa dívida pela inadimplência no aluguel do estádio. Por contrato, o clube tem que pagar R$ 100 mil por cada partida que mandar no local.

De acordo com a reportagem de Hector Verlang e Vicente Seda, do Globoesporte.com, no fim de junho a dívida do Fluminense com o consórcio era de R$ 620 mil, o que certamente aumentou, considerando que de lá pra cá o time já mandou mais três partidas no local. Ou seja, incluindo os juros de mora, a dívida do clube deve ultrapassar a casa de R$ 1 milhão.

E para piorar parece que a notificação foi apenas um passo prévio antes do pedido de rescisão do contrato. Segundo os mesmos jornalistas, este ato é o cumprimento de uma formalidade anterior para um eventual pedido judicial de ruptura do vínculo. Em outras palavras: se não pagar a torcida será despejada do Maraca.

A reportagem aponta ainda o resultado operacional alcançado pelo clube nos jogos realizados no estádio. Do total de 12 partidas, apenas nos jogos contra o Botafogo pelo Campeonato Carioca, São Paulo e Palmeiras pelo Brasileirão o clube não saiu no prejuízo. Na soma, um déficit de R$ 1.599.219,87 milhão jogando dentro de casa. Um assombro!

Analisando somente a parte financeira, é um desespero toda vez que o Fluminense joga no Maracanã. Os pouco mais de 10 mil torcedores por partida não são suficientes para gerar renda ao clube e a diretoria nada faz para modificar este quadro. Não adianta fazer promoção de ingresso se o torcedor sabe que os jogadores que entram em campo não dão conta do recado. Nunca vai lotar assim!

Além disso, a apatia da diretoria tricolor é transmitida para a arquibancada. O torcedor é movido a paixão e para isso nada melhor que um Presidente que represente o desejo da massa e invista de corpo e alma no crescimento do clube. Mas na cabeça da turma da Flusócio não passa nada que não seja diminuir o Fluminense e transformá-lo em um autêntico reduto de frequentadores da sua parte social.

Como já disse em colunas anteriores, eu tinha a sensação de que a torcida tricolor era a culpada pela escassez de público no estádio. Achava que ela tinha má vontade para apoiar o time. Estava enganado! Na verdade o Fluminense não possui um líder à altura da sua torcida e de motivá-la a comparecer aos jogos.

E sem torcida meus amigos o clube vai continuar amargando prejuízo em todas as partidas; o contrato com o Maraca pode ser rompido; a televisão vai continuar pagando valores pelos direitos de transmissão dos jogos cada vez menores e mais distantes dos que paga ao Flamengo; e o processo de “americanização” vai sendo implementado. Repito, tudo por obra das desastradas gestões da Flusócio.

Há duas semanas escrevi sobre o prejuízo gerado por eles aos cofres do clube. O falso discurso de austeridade nunca passou de engodo para esconder a dificuldade em administrar um clube de massa. E essa notificação do Consórcio Maracanã cobrando dívidas de um ano inteiro prova o fracasso do atual diretoria e do modelo de gestão implantado.

E o mais incrível é que no Balancete do primeiro trimestre deste ano o clube informou um superávit de pouco mais de R$ 4 milhões. Fica a pergunta: quais foram as despesas pagas com esses valores? Será que jogar no Maracanã vale menos que o pagamento de pessoas jurídicas cujos custos ultrapassaram a casa de R$ 9 milhões apenas nos três primeiros do ano?

Esse estado de coisas deplorável tem que acabar. O Fluminense é grande demais para pensar pequeno. Não pode ter prejuízo com jogos dentro de casa. Tem que fazer a torcida comprar a ideia e, pra isso, o marketing tem que ser ágil e eficiente. Do contrário, continuaremos ladeira abaixo rumo à decadência.

Chega de Flusócio! Chega de Abad! O Fluminense está acima de todos eles. Somente a união da torcida e a contínua vigilância e cobrança serão capazes de modificar o caos que se instalou nas Laranjeiras.

Evandro Ventura

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