A força da camisa superou a covardia




Martinelli e André (FOTO: LUCAS MERÇON / FLUMINENSE F.C.)



Conforme texto publicado antes do jogo, eu estava levando fé na vitória do Fluminense sobre o Flamengo, inclusive, mencionei os motivos que levavam a acreditar na conquista dos três pontos.

Quem me acompanha há anos, sabe muito bem que não sou de fazer isso, mas acordei no domingo com um bom pressentimento. Sendo assim, fiz questão de registrar antes aqui no espaço antes de a bola rolar na Neo Química Arena, em São Paulo.

Pois é, a bola rolou na capital paulista, mas apenas um time jogou nos primeiros quarenta e cinco minutos. Mesmo desfalcado, o Flamengo sobrou. Porém, o que incomodou é que os rubro-negros nem precisaram fazer algo de extraordinário, pois o Fluminense estava desorganizado taticamente e os setores não estavam próximos.

Para piorar, a covardia tomou conta de grande parte do time. Do meio pra frente, Caio Paulista foi o único que encarou o outro lado. Com força e explosão, o camisa 70 foi pra dentro mesmo, mas uma andorinha só não faz verão. 

Descer para o intervalo com um empate sem gols foi lucro dos grandes para o Fluminense. Marcos Felipe fez a diferença e até a “Leiteria” do “São Castilho” parece ter entrado em ação junto com o bravo Gravatinha no lance em que a bola explodiu no travessão tricolor.

Nos primeiros vinte minutos da etapa final, nada mudou. Confesso que a minha revolta já era imensa, porém, tudo mudou após os vinte minutos…

No texto pré-jogo, um parágrafo foi exclusivamente sobre o Nenê. Comentei que, na minha visão, o Nenê pode ser muito mais útil entrando na metade da segunda etapa, pois estaria descansado para encarar a marcação adversária mais desgastada. Nenê e Lucca entraram justamente na metade da etapa final. E aí, meus amigos e minhas amigas, tudo mudou para melhor. Finalmente, o Fluminense mostrou a força da sua camisa e, consequentemente, entrou no jogo.

Logo de cara, Nenê encontrou a faixa de campo para poder ficar bem à vontade. E o vovô deitou e rolou na distribuição de passes e lançamentos. Para incendiar ainda mais o Fla-Flu, Luiz Henrique também entrou voando. Ao contrário dos jogos anteriores, as substituições surtiram um efeito muito positivo e, principalmente, decisivo.

Do meu sofá, a revolta inicial já tinha virado um misto de esperança e fé. Se tem algo que aprendi desde pequeno é que esse clássico tem uma mística diferenciada onde os sinais são dados ao longo da partida. Tudo conspirou contra o Fluminense, mas ao mesmo tempo, a sorte esteve do nosso lado, em especial, no primeiro tempo.

Pois é, a fé verde, branca e grená balançou a rede rubro-negra no apagar das luzes. Kayky acreditou, Nenê mitou, Luiz Henrique se infiltrou com inteligência e André pisou na área para “FLUzilar” o Diego Alves para delírio da massa pó-de-arroz espalhada pelos quatro cantos do mundo!

Justiça no futebol é bola na rede. Então, a vitória foi justíssima ainda mais considerando que o verdadeiro Fluminense entrou em campo apenas na metade final da segunda etapa quando lembrou da força de sua camisa.

Grande vitória sob o ponto de vista moral, porém, ela não pode mascarar alguns problemas, em especial, a parte tática, mas isso é papo para outro dia…

Chora, Urubu!

Observações:

– A zaga foi gigantesca, em especial, o Luccas Claro, que precisava de uma atuação desse tamanho para resgatar a confiança.

– Martinelli se agigantou na segunda etapa. Jogou muito!

– Samuel Xavier é um lateral extremamente técnico, que trabalha muito bem a construção de jogadas.

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Forte abraço e ST!

Vinicius Toledo