Afinal, para que serve o VAR?




Foto: Divulgação / CBF

Afinal, para que serve o VAR? (por Lindinor Larangiera)

A tecnologia tem um papel cada vez mais preponderante nos esportes. Ligas norte-americanas, como a NBA ou a NFL são exemplos disso. Afinal, o esporte, além da eterna paixão do torcedor, nos dias de hoje, é um negócio que envolve bilhões.

No Brasil o futebol é quase uma religião. Ou muito mais do que isso. A busca pelo jogo justo, em que equívocos de arbitragem não interfiram nos resultados, ao contrário, a busca da correção no nosso esporte mais popular, talvez tenha sido o grande argumento da implantação da tecnologia do VAR, o Árbitro de Vídeo.

Mas no Brasil, como dizia aquele velho político, “até o passado é incerto”, o que se vê nos campos do país é que a tecnologia veio, como na máxima do saudoso e genial Chacrinha, “para confundir e não para explicar”.

Seria falta de qualificação ou preparo? Pressões externas? Ou má-fé? O certo é que o VAR tem trazido mais polêmicas do que os erros de arbitragem anteriores à sua implantação.

Na regra, talvez a mais complicada do futebol, a do impedimento, é inexplicável o porquê uma entidade bilionária como a CBF não adquire o equipamento mais moderno, usado na Europa. Não dá para engolir algumas marcações, com o traçado de linhas, que, muitas vezes, parece ser absolutamente aleatório.

As decisões da cabine do VAR também parecem não ter qualquer padrão. No início do Brasileirão, as polêmicas já são muitas. Em três rodadas, o Fluminense foi claramente prejudicado, com dois pênaltis não marcados em Arias e outro em Canobbio.

Contra o Santos, o gol salvador de Samuel Xavier garantiu os três pontos, minimizando a penalidade não marcada no começo da partida por Felipe Fernandes de Lima, com o VAR não chamando o árbitro para revisar o lance.

Mesmo com um segundo tempo muito ruim na partida com o Vitória, a atuação de Matheus Delgado Candançan foi determinante para o resultado do jogo. Naquele instante, se o pênalti fosse marcado, o Fluminense poderia fazer o segundo gol e liquidar a partida. No áudio, tanto o árbitro quanto a equipe do VAR alegam que “não houve intensidade”. A questão aqui é que a regra diz que puxão de camisa é infração e dentro da área é pênalti.

Candançan é aquele mesmo que prejudicou o Fluminense no ano passado, contra o Cruzeiro, quando marcou um pênalti inexistente, ao ser chamado pelo VAR para a revisão de um lance claro de bola na mão (a pelota, além de não ter a trajetória do gol, bateu na coxa de Thiago Santos e bateu no braço do zagueiro) e contra o Grêmio, em uma arbitragem tão desastrosa, que, de acordo com a súmula da partida, custou inúmeros xingamentos a ele, por parte do presidente tricolor.

Esse mesmo juiz foi o responsável por outra mega polêmica, ao não validar o gol de Yago Pikachu, na partida Sport x Fortaleza, pela sexta rodada. O árbitro mandou o jogo seguir, mas logo recebeu o chamado do VAR.

A análise demorou oito minutos e a definição de campo foi mantida. A decisão, porém, não foi unânime.

De acordo com o áudio divulgado pela CBF, o árbitro responsável pelo VAR, Rodolpho Toski Marques, disse não ter 100% de certeza que a bola entrou. Por outro lado, os auxiliares do árbitro de vídeo Herman Brumel Vani e Vinícius Gonçalves Dias Araújo consideram gol do Fortaleza.

Em minha opinião, as imagens são conclusivas, com a bola traspondo completamente a linha de gol. Isso me lembrou o jogo Atlético-GO 1 x 0 Fluminense, em que mesmo com imagens não conclusivas sobre a saída da bola pela linha de fundo no gol de Janderson, Pablo Ramon Gonçalves Pinheiro (VAR-FIFA/RN) confirmou ao árbitro Ramon Abatti Abel que a bola permaneceu sobre a linha, validando o lance como uma decisão factual, sem necessidade de revisão adicional à beira do gramado.

O mesmo Ramon Abatti Abel, em um jogo absolutamente tranquilo para o Flamengo, marcou um pênalti, no mínimo duvidoso, contra o Corinthians. A penalidade ocorreu com a recomendação da cabine do VAR, que foi comandada por Rodrigo D’Alonso Ferreira, o que demonstra que o juiz é bastante permeável às opiniões do VAR.

No clássico de sábado, no Engenhão, a atuação do Fluminense, principalmente na primeira etapa, foi constrangedora. O que não podemos deixar pra lá, como a diretoria do clube tem feito, é que, embora a vitória alvinegra tenha sido justa, mais um erro crasso de arbitragem de campo e de vídeo ocorreu. O péssimo Bruno Arleu não marcou pênalti claro em Arias, que parece ser tratado pelas arbitragens, como uma espécie de Neymar colombiano.

Tanto Arleu, como o VAR, Marco Aurelio Augusto Fazekas Ferreira, consideraram que Arias “deixa o corpo e se joga” no lance. Ou seja: simulação. E a regra diz que simulação deve sofrer punição com cartão amarelo. Ou seja, no futebol brasileiro, a regra parece ser bastante relativa.

Contraditoriamente, Bruno Arleu de Araújo não teve qualquer dúvida em marcar um pênalti, em que nem o jogador do Palmeiras, supostamente derrubado pelo zagueiro do Sport, reclamou. Penalidade inexistente, confirmada pelo VAR-FIFA, Rodrigo Nunes de Sá.

O ponto perdido pelo clube pernambucano pode pesar bastante no final do Brasileirão. O Sport fez um requerimento ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol (STJD).  A Procuradoria do tribunal fez um pedido formal de instauração de inquérito desportivo para determinar se houve erros na arbitragem na partida, caso confirmados, que sejam tomadas providências disciplinares.
Falando sério: alguém acredita que algo será feito?

Seis rodadas e, pelo menos, seis erros crassos. A continuar assim, a contagem chegará a 38 ou mais. Palmas para quem elegeu Ednaldo por unanimidade.

PS1: A inação da diretoria em relação ao equilíbrio do elenco é tremenda. Mais um lateral-direito, um primeiro-volante porradeiro, um meia criativo e um centroavante.

PS2: Pela atuação no Chile, passei a dar o benefício da dúvida a Vitor Eudes. Everaldo foi mais um erro da diretoria e Paulo Baya nem se fala. Sobre Canobbio, o valor de quase 40 milhões de reais por 60% do jogador é inexplicável. Ou será que alguém poderia explicar?

PS3: Não vamos aceitar algo menos do que a goleada hoje.

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VEJA AINDA:

– Próximos jogos do Fluminense

  • Copa do Brasil: Fluminense x Aparecidense – 29/04 (terça-feira), às 21h30 – Maracanã
  • Brasileirão: Fluminense x Sport – 03/05 (sábado), às 18h30 – Maracanã
  • Sul-Americana: GV San Jose x Fluminense — 08/05 (quinta-feira), às 21h30 — Hernando Siles
  • Brasileirão: Atlético-MG x Fluminense – 11/05 (domingo), 17h30 – Arena MRV
  • Sul-Americana: Fluminense x Unión Española — 14/05 (quarta-feira), às 19h — Maracanã
  • Brasileirão: Juventude x Fluminense – 18/05 (domingo), às 16h – Alfredo Jaconi
  • Copa do Brasil: Aparecidense x Fluminense – 21/05 (quarta-feira), às 21h30 – Serra Dourada
  • Brasileirão: Fluminense x Vasco – 24/05 (sábado), às 18h30 – Maracanã
  • Sul-Americana: Fluminense x Once Caldas — 29/05 (quinta-feira), às 21h30 — Maracanã
  • Brasileirão: Internacional x Fluminense – 01/06 (domingo), às 20h30 – Beira-Rio