Apesar da diretoria, vamos em frente!




Foto: Vinicius Toledo / Explosão Tricolor

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Apesar da diretoria, vamos em frente!

Pra mim, a semana começa e termina na quarta-feira. Nunca fez tanto sentido dizer que uma partida é “o jogo do ano”. Quando achava que 2018 terminaria como começou, insosso, sem brilho e sem qualidade, eis que surge a #JuntosPelaSula pra animar o tricolor neste final de temporada.
E não tenho dúvida em dizer que o Fluminense é o time mais emblemático do país. Com uma diretoria pífia, que não paga jogador e funcionários em dia, que não agrega o torcedor e, consequentemente, perde o dinheiro dos milhares de tricolores espalhados pelo Brasil, o time em campo consegue dar uma pitada de esperança exatamente quando ninguém mais a tinha.
“Perder a fé e a esperança é o primeiro passo para a derrota”. Por um minuto pensei que isso fosse acontecer comigo em 2018. Mas o empenho dos jogadores e a vibração contagiante da torcida no aeroporto recepcionando os caras, encheu-me de esperança de ter um fim de ano com o título sul-americano e a vaga na Taça Libertadores.
É assim: ninguém quer a diretoria e sabemos que a ausência de transparência e capacidade de gestão geraram um retrocesso gigantesco ao clube e na sua relação com o torcedor. Mas este mesmo torcedor, inebriado com a entrega dos atletas em campo, abraçou a causa e está cada vez disposto a “correr” em campo com o time.
Penso que há outros exemplos Brasil afora de torcida brava com a diretoria e feliz com o time. Mas no caso do Fluminense a situação foi completamente potencializada, ou alguém aí imaginava que estaríamos na semifinal de um torneio sul-americano este ano?
Se a raça em campo é determinante pra isso, fora dele também temos exemplos de sobra pra abraçar a turma e ser o 12º jogador. Como esquecer que no último mês de setembro os caras, mesmo com dois meses de atraso na CLT e três de direito de imagem, pagaram as contas dos funcionários do clube e lhes emprestaram dinheiro? Isso é humanidade na própria concepção do termo.
Já vi vários comentários dizendo que foi a diretoria que montou o time e que é dela eventual mérito do título. Mentira! O mérito é total dos jogadores que estão jogando a vida em campo, sem medo da pressão e ainda com salários atrasados. Em resumo, por mais limitados que alguns sejam, não há dúvida de que a vontade é capaz de superar todas as diversidades que eles enfrentam.
Nada está ganho. Superar o Atlético Paranaense não é tarefa fácil porque o time do sul do país é organizado e equilibrado financeiramente, o que resulta em boas campanhas, especialmente em mata-mata. Assim como o Fluminense, eles também possuem uma final de Libertadores na bagagem. Mas a chance é real e acredito que é nessa esperança que se apega todo tricolor.
Dizer que o jogo de quarta é decisivo é “chover no molhado”. É claro que todos sabemos disso. Mas um bom resultado lá, até considerando o gol qualificado, traz uma enorme vantagem para o Rio de Janeiro, onde, tenho certeza, o estádio estará lotado, o que ainda não aconteceu na atual edição da Copa Sul-Americana.
Continuando a tratar das dificuldades na série contra o Atlético Paranaense, devemos lembrar que nas finais contra a LDU em 2008 (Taça Libertadores) e 2009 (Copa Sul-Americana) o time entrou com um certo excesso de confiança, acreditando que a vitória seria fácil. De cara o primeiro jogo fora nos fez perceber o contrário. Agora a história tem que ser diferente e a confiança tem que jogar lado a lado com a humildade.
E por falar em humildade, temos que reconhecer o trabalho de Marcelo Oliveira. Sou otimista com ele desde a sua contratação. Não é a cara do Rio de Janeiro, é tímido e introspectivo, mas parece conseguir fazer o time jogar por ele. A entrega dos jogadores em campo deixa isso muito claro e não há dúvidas em afirmar que ele também tem uma grande parcela de responsabilidade por esta campanha até aqui.
É permitido que nós, torcedores de verdade, estejamos eufóricos. Mas os atletas devem manter o foco e saber que nada está ganho. Um tropeço na semifinal e as críticas retornarão ao convívio diário deles. A relação time e torcida sempre será assim; se o primeiro vai bem, o segundo vem junto, ainda que a diretoria não tenha competência para aproveitar o momento e melhorar um pouco as combalidas finanças do clube.
Apesar da diretoria, vamos em frente.
Ser Fluminense acima de tudo!
Evandro Ventura