Aumento do número de lesões, carências no elenco, não utilização de Lucca e muito mais: leia a entrevista coletiva de Odair Hellmann




Foto: Lucas Merçon / Fluminense F.C.



Odair Hellmann concedeu entrevista coletiva no Maracanã

Após o empate do Fluminense em 2 a 2 com o Ceará, na noite deste sábado (17), o técnico Odair Hellmann concedeu entrevista coletiva no Maracanã. O comandante tricolor falou sobre a atuação de sua equipe, aumento do número de lesões, não utilização de Lucca, carências no elenco e muito mais. Leia a íntegra abaixo:

Empate com o Ceará 

Não é o que a gente queria. Queríamos buscar a vitória dentro de casa, esses três pontos, mas veio o empate em uma superação física e tática dos jogadores. A partir dos 35 a gente conseguiu ficar um pouco mais com esse controle para tentar buscar o empate, que saiu no fim. Mas hoje a gente não conseguiu fazer um bom jogo tecnicamente. Não conseguimos manter a situação da posse e isso acaba gerando uma situação melhor para o adversário e dificuldades para nós.

Nessa semana fizemos três jogos em seis dias e isso pesou. Mas é importante a gente avaliar toda a sequência de seis jogos sem perder dentro de casa, não perdemos ainda. Mas no Campeonato Brasileiro não é suficiente, você tem que buscar pontos fora de casa, tem que ganhar fora e em casa e quanto mais fizer isso regularmente, mais fica na parte de cima da tabela, como nós estamos e nos mantivemos no G-6. Claro que a gente sai chateado por não conseguir os três pontos, mas vamos recuperar todos, treinar forte para que a gente retome as vitórias dentro de casa.

Aumento do número de lesões

As lesões sempre acontecem no futebol, mas quando você tem uma exigência como a que está acontecendo agora, os jogadores estão muito mais propícios a lesionar. Não significa que não possam acontecer lesões quando você tem um espaço de tempo, porque os atletas vão ao limite físico. Mas quando tem essa situação de não poder fazer a melhor recuperação, todos os times e jogadores têm um risco maior. Nós tivemos um jogos de alta intensidade na quarta-feira à noite, chegamos de madrugada, treinamos um dia, 48 horas depois já estávamos dentro de campo e sofremos as consequências no jogo de hoje.

O Yago já estava bem adaptado aos movimentos com e sem a bola. Era um movimento já natural que vinha acontecendo e que fortalecia o meio de campo. Com a perda dele, o André entrou bem, muito bem. Mas claro que se o Yago continuasse no jogo, a gente talvez não tivesse perdido esse controle de posse de bola a partir dos 20 minutos e talvez a gente mantivesse maior essa posse, apesar da boa entrada do André, que tem característica diferente. Infelizmente aconteceu a lesão, como aconteceu também no Atlético-MG. Isso gerou dificuldade, mas o André está de parabéns pela partida que fez também. É mais um grande jogador que o Fluminense revela para o futebol brasileiro.

Não utilização de Lucca

“É readaptação ao futebol, outro tipo de treinamento, outro nível de treinamento. O Lucca vai ter a oportunidade dele, como todos os jogadores. Nós temos muitos jogadores na função e não consigo colocar todos ao mesmo tempo no mesmo jogo. Em algum momento vai entrar algum jogador com alguma característica, em outro momento vai entrar outro jogador com outra característica. O Lucca vai ter oportunidade também ao longo do Campeonato.”

Diferenças na escalação

“Não tenho elogiado a equipe de quarta-feira, tenho elogiado a equipe nos últimos seis jogos. Independente da escalação, tenho elogiado o grupo pela performance. Nenê e Fred eram titulares e voltaram a jogar. Não foi especificamente quarta-feira. Eu elogiei também a equipe que jogou com Nenê e Fred e ganhamos do Bahia. Não tem essa diferenciação por mim.”

Metas e objetivos para a semana

“Aproveitar para recuperar os jogadores, fazer uma semana de treinamento forte para que a gente entre forte a cada jogo. Cada jogo ser tratado como uma final, que a gente tenha imposição em todas as fases do jogo e consiga as vitórias e boas performances e bons resultados para que a gente continue essa boa caminhada que até agora é excelente.”

Projeto do time sub-23

“Esse é um ótimo projeto. Jogador jovem que está fazendo a transição de base para o profissional, os que já passaram pela idade de juniores, os que não passaram ainda… Porque às vezes alguns jogadores superam etapas e fazem um movimento mais rápido. Mas o clube tem contrato com muitos jogadores que têm idade superiores ao do Sub-20 e você precisa usar esses jogadores, maturar, e quanto mais a possibilidade desse trabalho integrado, mais a gente vislumbra em fazer mais jogadores e fazer com que esses jogadores se estabeleçam dentro do Fluminense e dentro do grupo profissional.

E jogador precisa jogar, principalmente jogador de base. Jogador de base que tem idade de categoria de base ou que está nessa transição ainda que não teve uma afirmação no profissional, ele precisa jogar. É importante ele jogar e o desenvolvimento só se dá com horas e momentos de jogo. Então, é fundamental que jogadores que não estão sendo aproveitados mais diretamente no profissional possam fazer esse trabalho de integração e participar do jogo para que erre, acerte, evolua, para que seja corrigido, para que tenha timing, e que mostre sua capacidade e ganhe mais espaço. Para quando receber a oportunidade no profissional esteja muito mais pronto e preparado para essa ação.”

Carências no elenco

“Eu tenho característica de não fazer nenhum tipo de comentário a respeito de contratação, o que necessita e o que não necessita, qual é a possibilidade ou não porque são situações que interfere em mercado, pode interferir em qualquer outra situação. Eu trabalho e confio no grupo que tenho, trabalho incessantemente para que o grupo que nós temos à disposição possa render o seu melhor individualmente. Trabalho para que a gente forme uma equipe coletivamente muito forte para que o individual apareça e sobressaia.

A gente está sempre atento a essas conversas, avaliações e reavaliações, sabendo, e frisando mais uma vez, que o Fluminense tem uma situação financeira dificílima. Não é fácil, porque você também precisa ter uma manutenção de estrutura no dia a dia e financeira no mês a mês. Isso tudo traz dificuldade para a direção e nós temos esse entendimento e essa visão. Estamos trabalhando dentro dessas circunstâncias e estamos conseguindo trabalhar bem com toda essa dificuldade que o clube estruturalmente tem.

A direção está tentando trabalhar de todas as formas para que, cada vez mais, coloque a situação financeira e estrutural do Fluminense em outro nível. Ela está fazendo um grande trabalho com toda essa dificuldade, que não é fácil. Porque futebol sem dinheiro é difícil. Se com dinheiro você já tem dificuldade, imagina sem dinheiro.”



Por Explosão Tricolor

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