Carlos Alberto Parreira exalta ligação com o Fluminense, relembra com carinho de 1999 e evita comparações com Abel Braga




Carlos Alberto Parreira (Divulgação)



Os quase 120 anos do Fluminense são recheados de grandes nomes, mas é quase impossível falar do Tricolor e não pensar em Carlos Alberto Parreira. Considerado por muitos o maior treinador da história do clube, ele foi campeão brasileiro em 1984 – título que completa 38 anos na próxima semana, carioca em 1975 e um dos responsáveis pelo resgate na Série C em 1999. São 148 jogos, 67 vitórias, 33 empates e 48 derrotas (53% de aproveitamento).

– Minha carreira de técnico eu devo ao Fluminense. Foi ali que comecei como treinador. Fomos campeões brasileiros em 1984, o primeiro título nacional do clube em termos de competição. Comecei minha carreira praticamente ali, como preparador físico antes. Minha carreira está ligada ao Fluminense. “Sou tricolor de coração…” – cantou o ex-treinador em entrevista exclusiva ao LANCE!.

Parreira não esconde a relação de respeito e amor que tem com o Fluminense. Formado em Educação Física, o ex-treinador chegou às Laranjeiras em 1970 como preparador físico. Esteve na campanha da conquista da Taça de Prata e nos anos seguintes acabou sendo auxiliar de grandes nomes como Zagallo, Travaglini, Duque e Paulo Amaral. Em 1975, acabou efetivado após a saída de Paulo Emílio e já levou a equipe ao título do Estadual.

Após comandar o Kuwait na Copa do Mundo de 1982, Parreira retornou ao Flu para ser campeão brasileiro em 1984. Foram 12 jogos de invencibilidade até o título. Apesar do peso de uma taça, o momento mais marcante dessa relação é a Série C de 1999. Tetracampeão com a Seleção Brasileira cinco anos antes, o treinador aceitou o desafio de tirar o time do coração da pior crise da história.

– Lembro de 1999 com muito carinho, foi maravilhoso. Doutor Horta (Francisco Horta, ex-presidente do Fluminense) chegou na minha casa e disse que só eu poderia salvar o Fluminense. Eu estava quase com contrato assinado com a África do Sul. Me motivou de uma maneira que nós aceitamos. Levei uma comissão técnica de Seleção Brasileira. O melhor de tudo é que resgatamos o Fluminense, fomos campeões. Talvez tenha sido uma das boas passagens da minha história – relembrou.

A última passagem foi em 2009, quando acabou demitido em julho por conta dos maus resultados, mas nada que apague o sucesso anterior. Outro grande nome é Abel Braga, que acaba de deixar o comando do Tricolor após a quarta passagem e afirmou que não vai mais dirigir times no Brasil. Parreira prefere exaltar as histórias a fazer comparações.

– Não consigo mensurar talentos. Qual é o maior pintor da história? É o Monet ou o van Gogh? Qual é o maior músico? Mozart ou Beethoven? É complicado. Os resultados ajudam muito a definir quem teve a melhor passagem ou trabalho. O Fluminense foi muito importante na minha carreira e eu hoje sou técnico de futebol graças ao trabalho pelo Fluminense – afirmou.

– Isso nunca me motivou para nada. Sempre fui fazer o meu trabalho. Isso é coisa de torcedor, da imprensa. Acho que fui um bom treinador no Fluminense. Conseguimos um título importante, primeira conquista nacional em 1984. O trabalho foi legal. Quando lembro da conquista não é só do título, é do trabalho. Foram 12 partidas e não perdemos nenhuma. O time jogava com uma autoridade impressionante. Lembro com carinho daquele time e dos momentos que vivemos. Eu não me considero o maior técnico da história do Fluminense, teve muita gente boa. Abel, Telê Santana… – completou.

Para se ter dimensão da importância para o clube, Parreira participou em 2017 de uma reunião metodológica em Xerém para atualizar os programas de treinos unificados feitos naquele ano. O Fluminense implantou o que chama de DNA tricolor para aplicar a mesma filosofia em toda formação de atletas.

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Por Explosão Tricolor / Fonte: Lance!

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