Coletiva completa do técnico Renato Gaúcho após a vitória sobre o Unión Española




Foto: Fluminense F.C.

Coletiva completa do técnico Renato Gaúcho após a vitória sobre o Unión Española

Confira todas as perguntas e respostas da entrevista coletiva do técnico Renato Gaúcho após a vitória do Fluminense por 2 a 0 sobre o Unión Española, na noite desta quarta-feira, no Maracanã, pela quinta rodada da Sul-Americana 2025:

Vitória sobre o Unión Española

“A gente controlou o jogo desde o início. Não fizemos um grande primeiro tempo. Mas nós conversamos bastante no intervalo, acima de tudo passei muita tranquilidade para eles. Voltaram com outra altitude. Conseguimos fazer o primeiro gol, depois o segundo. Nós estávamos criando algumas situações, mas eu acho que o que deu de errado, que não nos favoreceu no primeiro tempo, foi que a gente se precipitou demais. A gente queria decidir o jogo, decidir a jogada, decidir o passe, decidir o cruzamento, o chute, tudo muito rápido. Então no segundo tempo a gente teve um pouquinho mais de paciência, trabalhamos um pouquinho mais a bola e aí os gols aconteceram naturalmente.”

Cobrança da torcida tricolor 

“O meu grupo é bom. Não é só aqui no Fluminense que se perde gol, que se toma decisões precipitadas. Qual o time que não tem problemas? Atrás, no meio, na frente. Queria falar o seguinte: nós estamos disputando três competições. Precisamos passar para a próxima fase da Sul-Americana, depende de si próprio, com próximo jogo aqui no Maracanã. Então, nós estamos a 90 minutos de uma vitória para passar para a próxima fase. O Fluminense está a um empate para avançar de fase da Copa do Brasil também. O Fluminense é o quinto colocado no Brasileiro. Aí eu pergunto, no geral: o que vocês querem? Problemas, todos clubes têm. Precisamos melhorar? Sim, precisamos melhorar. O Palmeiras, que é o primeiro, se você perguntar para o Abel, ele vai falar que sim, precisamos melhorar. Outros clubes também, se você perguntar para eles, também precisam melhorar.

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Não é fácil. Será que está tão ruim assim? Na minha opinião, não. Estou perdendo jogadores por problemas médicos, como todos perdem, mas eu gosto muito do meu grupo. Agora temos outra janela no mês que vem. Então, pronto, a gente tem que continuar conseguindo essas duas fases, da Copa do Brasil e da Sul-Americana, e se manter entre os primeiros no Brasileiro. Esse é o nosso objetivo. Eu entendo o torcedor, ele vem ao Maracanã, tenho visto, prestem bem atenção, tenho visto todos os jogos dos brasileiros na Sul-Americana.

Ah, e outra coisa, o melhor time brasileiro colocado na Sul-Americana é o Fluminense. Então o que que está ruim? Problema é que o torcedor já sai de casa achando que “ah, vamos lá no Maracanã que é goleada, que é show”. É só assistirem aos outros jogos, de todas as competições, principalmente de clubes brasileiros. Lógico que a minha preocupação é com o Fluminense, mas eu olho todos. Nessas horas têm que ter muita calma, porque cada jogo tem que ter um time, cada 30 dias um treinador e assim vai.”

Pênalti perdido por Everaldo

“Eu tenho três, quatro batedores, eles treinam todos os dias. Então na hora da preleção, não adianta falar “só fulano que bate”. Porque às vezes o jogador não está naquele dia, ele não está com aquela confiança necessária. Como tenho três ou quatro batedores, eu falo pra eles: “você sai de lado, conversem entre vocês e vocês vão dentro do campo e tomem a decisão”. Não adianta muitas vezes eu falar para fulano bater o pênalti e como eu falei, daqui a pouco, ele não está naquele dia, não está com aquela confiança necessária pra bater.

Mas como ele é o batedor, ele vai lá, pode bater e fazer, como ele pode errar. Então no momento que o jogador se sente seguro, com confiança lá dentro do campo, entre esses três, quatro, eles tomam a decisão entre eles. O cara vai lá e bate. Eles treinam todos os dias. Não foi o primeiro jogador que errou o pênalti. Não vai ser o último. Acontece, ele não errou de propósito. Ele tentou fazer, infelizmente o goleiro foi mais feliz do que ele.”

O que faltou no início da partida?

“A gente acelerava e no momento que nós tínhamos que pensar um pouquinho mais nas nossas decisões lá na frente a gente se precipitava e aí as coisas aconteciam. E tivemos o pênalti também, que infelizmente a gente não converteu, se tivesse feito era outro jogo. Mas o adversário deu um chute a gol do Fábio logo no início do jogo, depois o Fábio não fez mais uma defesa. O que faltou é que eu falei, um pouquinho mais de tranquilidade, principalmente no primeiro tempo. Nós tivemos a tranquilidade, aceleramos e tivemos a tranquilidade para decidirmos melhor, tomar melhor as decisões no segundo tempo. Foi isso que faltou isso primeiro tempo.”

Renato Augusto como centroavante?

“Por isso que muitas vezes, um jogador na posição não está tão bem no jogo, mas eu prefiro deixá-lo, porque ele é da posição. Senão eu preciso improvisar. Eu tenho treinado, desde que eu cheguei, o Renato Augusto, de atacante, numa emergência. Porque o Cano machucou, então eu tenho treinado ele. Tem treinado bem. Hoje ele se sentiu mal. Vocês (jornalistas) não são culpados, vocês não têm as informações, eu tenho.

Ele sentiu muito mal no aquecimento ainda, antes de começar a partida, tomou remédio, foi pro banco, estava com uma ânsia de vômito muito grande. Passando mal, o tempo todo. Então era um jogador que eu poderia colocar ali, porque ele vem treinando e treinando bem. Eu poderia colocar o Serna por ali, mas aí eu resolvi colocá-lo aberto, coloquei o Arias por dentro, para gente ter velocidade dos dois lados. Então o treinador pensa em tudo.”

Vaias a jogadores como Freytes e Everaldo

“Não tem um jogador no mundo, de qualquer time, que não viva uma fase tão boa. Procuro passar confiança para esse tipo de jogador. Ele tem que saber que tem a confiança do técnico e procurar sempre corrigir ele nos defeitos para que ele possa melhorar cada partida. Então você citou o Freytes e o Everaldo. O problema é que começa o jogo com cinco, seis minutos e tem torcedores que vêm descarregar aqui no Maracanã a raiva ou algum problema particular em cima do jogador. Com cinco minutos de jogo tem alguns torcedores vaiando.

Eu entendo que é muito perigoso você trabalhar num clube em ano de eleição. É muito perigoso, muito perigoso. Mesmo ganhando você não vai agradar todo mundo. A gente vai continuar trabalhando. Eu tenho que continuar corrigindo meus jogadores, como eu tenho feito, tenho que passar confiança para eles, mesmo os que estão bem.

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No intervalo do jogo eu falei: “olha, nós não estamos fazendo um grande jogo, nós poderíamos estar vencendo, mas estamos nos precipitando na hora de tomar as decisões, próximo da área e dentro da área do adversário. Então eu peço para vocês calma, tranquilidade, essa confiança eu estou passando para vocês. Para vocês terem um pouquinho mais de calma na hora de tomar as decisões, pois as jogadas vão sair naturalmente e os gols vão aparecer naturalmente”. Foi o que aconteceu no segundo tempo, então esse é o meu papel.

Agora muitas vezes para o torcedor, o jogador não está bem, para mim não é que ele não esteja bem, ele pode não estar rendendo tanto quanto esperado. Mas eu confio totalmente nesse grupo. Eles têm toda a minha confiança. Nós estamos a um passo da Copa do Brasil, da Sul-Americana e em quinto lugar no Brasileiro. Nós somos os melhores brasileiros na Sul-Americana. Se esse pacote, se esse combo não está bom, aí vai ficar difícil.”

Disputa entre Keno e Canobbio

“Jogadores importantes com características diferentes. O Canobbio é mais estático. O Keno é o único jogador que eu tenho no plantel de um para um. O cara que quebra as linhas, por isso que ele entrou hoje. Ele já tinha sido utilizado um jogo aqui que ele fez um gol, aí ele machucou. Ele está voltando agora. Por isso que eu digo, muitas vezes a gente poupa um ou outro jogador, que eu tenho informações, tem que segurar porque senão vai estourar. Ele está voltando agora. Não serve só para os dois, serve para todo mundo, ninguém tem cadeira cativa. Até porque é um jogo atrás do outro, o desgaste é muito grande, eu preciso que todos estejam preparados.

Qualquer um pode começar o jogo. Se não começar, vai entrar no intervalo do jogo, logo no início do jogo, logo no início do segundo. Eu tenho um grupo, eu não tenho um time. No bom sentido, eles que briguem pela posição. Mas muitas vezes, mesmo o cara bem, não pode jogar, porque está muito desgastado. Mesmo ele querendo jogar, que foi o caso do Thiago Silva. Ele queria jogar hoje. Falei que “não”. Veio depois de uma parada longa, está voltando agora, jogou muito bem lá contra o Atlético-MG numa grama sintética. Eu falei: “Thiago, você não é mais criança. Segura, para te ter inteiro domingo. Daqui a pouco vai ter outra lesão”.

Ganso chateado com substituição?

“Eu tenho um grupo, eu não tenho assim tantas opções. Quando cheguei aqui encontrei um grupo, eu confio em todos eles, eles brigam na boa pela posição. Dependendo do que a gente precisa no jogo, é fulano que joga ou ciclano que joga. Então, às vezes um jogador está mal, é substituído. Ninguém gosta de sair, mas do Ganso eu não notei isso. Eu tenho que cuidar do que está acontecendo no jogo, mas se por um acaso, repito, se por um acaso, ele saiu zangado, não é o primeiro e nem o último.

O jogador não gosta de sair, ninguém gosta de sair do jogo. Mas para alguém entrar, alguém tem que sair. Mas não acredito que foi isso não, até porque o jogo estava 1 a 0, o jogo estava pegado, tinha que mudar, tinha que fazer alguma coisa. Vou falar com ele sim, mas não acredito que tenha sido isso. Daqui a pouco ele não está rendendo o que pode, ele está brabo com ele mesmo. Faz parte.”

Canobbio perseguido?

“Eu tenho que procurar sempre corrigir os jogadores e passar confiança pra eles todos. Se cada vez, no futebol em geral, que um jogador é perseguido pela torcida, eu tirar esse jogador e colocar um outro, o treinador vai precisar de 500 jogadores. Eu não posso toda vez que um jogador é perseguido pela torcida, vaiado, mudar, trocar. Aí é que entra o treinador, a experiência do treinador. Tem que passar confiança para o cara voltar a jogar, para ele continuar nos ajudando.

Às vezes o torcedor pega no pé de um, no outro jogo pega no pé de outro. Se eu sair tirando, aí vai ficar difícil. O próprio Everaldo, no jogo contra o Sport, ele estava sendo vaiado, foi lá e fez o gol da vitória. Lá atrás, eu lembro, foi o Martinelli, estava sendo vaiado, ele foi lá e fez o gol da vitória. Então eu, como treinador, entendo o torcedor, mas eu que tomo as decisões. Eu tenho que contar até 10. Um treinador que, às vezes, não se garante, o torcedor vaia, ele tira o jogador. Mas ali na frente ele vai pagar conta, porque ele vai perder aquele jogador. E o que entrar, se não der conta do recado, vai tirar também? O treinador vai precisar de 500 jogadores.”

– Próximos jogos do Fluminense

  • Sul-Americana: Fluminense x Unión Española — 14/05 (quarta-feira), às 19h — Maracanã
  • Brasileirão: Juventude x Fluminense – 18/05 (domingo), às 16h – Alfredo Jaconi
  • Copa do Brasil: Aparecidense x Fluminense – 21/05 (quarta-feira), às 21h30 – Mané Garrincha
  • Brasileirão: Fluminense x Vasco – 24/05 (sábado), às 18h30 – Maracanã
  • Sul-Americana: Fluminense x Once Caldas – 29/05 (quinta-feira), às 21h30 – Maracanã
  • Brasileirão: Internacional x Fluminense – 01/06 (domingo), às 20h30 – Beira-Rio
  • Mundial: Fluminense x Borussia Dortmund – 17/06 – 13h – MetLife Stadium
  • Mundial: Fluminense x Ulsan HD – 21/06 – 19h – MetLife Stadium
  • Mundial: Mamelodi Sundowns x Fluminense – 25/06 – 16h — Hard Rock Stadium

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Por Explosão Tricolor

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