Complexo de Robin Hood






Buenas, tricolada! Não era Sherwood, e sim uma floresta qualquer de Santa Catarina. Não era Nottingham, mas Chapecó. Não havia João Pequeno, Frei Tuck ou arqueiros com miras infalíveis. Eram onze índios condás brigando por uma bola como um esfaimado luta por um pão dormido. Era o Fluminense alimentando o seu complexo de Robin Hood. Porra, como gostamos de tirar dos ricos para dar aos pobres!
Flu e Chape foi o típico duelo de Davi e Golias. Setenta por cento de posse de bola tricolor, mas uma improdutividade irritante e um empate de 1×1. E levamos pedradas nos córneos, tal qual o gigante bíblico! Este resultado nos soou muito mais como alívio, depois do apito final, do que ponto conquistado fora de casa. Os últimos quinze minutos da peleja revelaram algumas fragilidades defensivas. Sim, porque vimos ataque (de verde) contra defesa (de branco). E o Fluzão apavorado.
Vivemos um dilema: quando o Allan não é brilhante, o Fluminense capenga. E nesta quinta-feira, o nosso ótimo volante esteve abaixo de sua média. Aliás, o time inteiro regrediu, das últimas atuações pra cá.
Logo no começo, levamos um golzinho de peladão de domingo de manhã! Bola cruzada da esquerda, Yuri pessimamente colocado, Caio Henrique estático, Agenor com uma dificuldade imensa de “explosão”, cabeçada balão do Everaldo, e saco! Uma a zero pros malandros!
Tivemos um embate, eu, meu irmão Sérgio e meu amigo Zé Diniz (acalmem-se! Não é parente do nosso treinador!). Eles imputavam culpas somente ao goleiro barrigudinho, e eu ao sistema defensivo (sem isentar o Agenor de suas responsabilidades). Numa boa, ainda não tenho convicção sobre quem estava com a razão! Talvez todos!
O fato é que o FFC oscilou novamente no Brasileirão. Falta-nos maior equilíbrio. Regularidade. Confiança. Os nossos destaques dos últimos confrontos erraram demais. Daniel foi o menos pior, mas, como já mencionei, o Allan esteve irreconhecível, e o Caio Henrique parecia apoplético. Jotapê queria resolver sozinho, Marcos Paulo parece ter sentido a responsa, Brenner só foi notado em campo aos 20 min. de jogo, um pouquinho antes de desferirmos o nosso primeiro tiro para a meta do bom Tiepo. Aos 21 min.! Muito pouco!
PH Ganso não foi tão mal, mas a sua insistência em meter bolas no meio diante de 442 marcadores, ante uma equipe retrancada, remonta burrice. E sabemos que o nosso camisa 10 não tem nada de burro. Ao contrário.  Beabá do futebol: contra times fechados, as melhores saídas são as laterais!
A zaga esteve mal, especialmente o Yuri, que pareceu assustado. E o Agenor… Bem, o Agenor não é goleiro pro Fluminense, não canso de repetir. Fez até umas duas boas defesas, no decorrer do duelo, mas não transmite confiança. Ademais, o cabra tem uma carinha de sofrência do cacete! Lembra muito as pessoas depressivas, sem expressões ou emoções no rosto, derrotadas e entristecidas pelas mazelas que a vida impõe, com problemas químicos que interferem no seu modus vivendi. Necessita de umas sessões de terapia antes de envergar um manto histórico como o nosso.
O gol de pênalti premiou a nossa insistência desde a volta do intervalo, mas o time parou depois desse empate. Não há explicações! Após a expulsão do Allan, aí mesmo é que não passamos da meiúca.
Em suma, o Fluminense tem que encontrar uma fórmula linear para que as referidas oscilações não impeçam performances mais convincentes e ocasionem resultados positivos. Não que o trabalho deva ser interrompido, já que o Fernando Diniz redesenhou o futebol tricolor em apenas seis meses, mas confiança é tudo. Se a gente não pontuar – e vencer – com mais frequência, essa tal confiança cai por terra.
Vamos “dormir” fora do Z-4 por um mês, durante a Copa América, então, a Comissão Técnica terá tempo suficiente para corrigir as falhas recorrentes.  E a nova diretoria poderá ir ao mercado pra buscar umas três ou quatro peças pro elenco, em especial um guarda-metas. Não têm dinheiro? Beleza, utilizem a sua criatividade!
Até a próxima!
Saudações eternamente tricolores!
Rapidaça:
– Muito me preocuparam as declarações do novo Vice Geral do Tricolor, Celso Barros. Segundo ele, nas entrelinhas, se os resultados não acontecerem, o dinamismo do futebol limará o Fernando Diniz do nosso comando técnico. Creio que seja a hora de a torcida fazer barulho e formalizar um desagravo contra esta possível medida. Creio também que o Presidente Mário Bittencourt tenha que ratificar a sua condição de mandatário maior do clube, tolhendo as iniciativas de seu comparsa. Paro com o Flu em 2019 se o Diniz dançar, e, como eu, sei de inúmeras outras cabeças que abandonarão o barco (já à deriva)!

Ricardo Timon