“Dependente de um milagre, Fluminense poderia ter feito mais em sua jornada continental”; veja o texto na íntegra do Carlos Eduardo Mansur




Carlos Eduardo Mansur (Foto: Divulgação)



Em seu blog no portal ge, Carlos Eduardo Mansur falou sobre a a situação do Fluminense na Copa Sul-Americana, desequilíbrio do elenco, Fernando Diniz e outros temas. Confira o texto na íntegra:

Desde o começo do ano, era possível olhar de duas formas para o elenco do Fluminense. Ao mesmo tempo que estava claro que o número de opções aumentara, também era notório que havia desequilíbrios. Por exemplo, na escassez de jogadores que buscam a profundidade, ou mesmo capazes de enfrentar a marcação em velocidade. Um problema, aliás, que só vai aumentar com a saída de Luiz Henrique.

Da mesma forma, é possível olhar de duas maneiras para o iminente fim da trajetória continental do tricolor neste 2022. É fato que, mesmo com suas dificuldades, este elenco poderia ter resultados melhores. Mas teve seus próprios processos como adversários. Escolha do clube para iniciar o ano, Abel Braga não produzira, no pouco tempo que teve, uma sequência consistente, é verdade. Aliás, o time caíra nas fases preliminares da Libertadores com atuações fracas. Vivendo uma pressão que foi sua companheira em toda a temporada e só arrefecera nos dias seguintes ao título estadual, o pico de desempenho da equipe no ano, Abel pediu demissão após um conjunto de desempenhos bem frágeis do time. E a reta final da fase de grupos da Sul-Americana foi jogada com um trabalho mal iniciado.

Era mesmo difícil imaginar um Fluminense sólido. Num ano que começou com expectativas elevadas na Libertadores, o tricolor se vê agora dependente de uma improvável soma de resultados para não se despedir precocemente também da Copa Sul-Americana.

Parte destes defeitos estruturais foram vistos no 0 a 0 com o Unión Santa Fé, na Argentina. Seja por características de elenco, seja pelo pouco tempo para que Fernando Diniz consolide uma ideia, o Fluminense foi muito pouco agressivo para quem precisava vencer. Aliás, o jogo mostra como rótulos são perigosos. Diniz é frequentemente questionado sobre questões defensivas, em especial a recomposição após a perda da bola. Seja pela adaptação a jogos desafiadores para uma equipe que ele mal assumiu, seja por uma decisão de adaptar traços de seu trabalho, o fato é que este seu início de caminhada no Fluminense tem visto um time mais seguro sem bola. Nem que para isso, por vezes, precise defender bem perto do próprio gol.

Por outro lado, a formação escolhida para o jogo na Argentina deixou a equipe com pouca capacidade de agredir. Nathan partia do lado esquerdo para se juntar a Ganso num meio-campo que ainda tinha Wellington e André. Com Yago e Pineida, o tricolor também não tinha laterais de tanta ultrapassagem pelos lados. Somava mais jogadores que preferem a bola no pé do que os ataques à profundidade. Com isso, durante todo o primeiro tempo, o time acumulou passes trocados, teve 63% de posse de bola, mas finalizou só uma vez num chute de fora da área.

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Por Explosão Tricolor

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