É normal




Foto: Ivan Storti/Santos FC



Ganhar Fla-Flu é normal? Sim. E ressuscitar defunto também é normal? Infelizmente, sim. Esse é o Fluminense que conheço. Após uma grande vitória no clássico contra o Flamengo, o Tricolor decepcionou. Diria que foi um balde água fria.

Diante de um esfacelado e pressionado Santos, que estava na zona de rebaixamento, a equipe comandada pelo técnico Marcão foi sufocada nos primeiros vinte minutos de jogo, inclusive, o goleiro Marcos Felipe realizou duas grandes defesas. Depois, a rapaziada até conseguiu respirar um pouco, mas através de falhas individuais do Yago e Marlon, os santistas abriram o marcador na Vila Belmiro.

A atuação tricolor na primeira etapa deixou bastante a desejar em diversos aspectos, mas o principal erro, na minha visão, foi a escalação do Caio Paulista entre os titulares. É bem verdade que o garoto se entrega bastante na marcação e recomposição. Até aí, ok. No entanto, ele deixa muito a desejar em sua principal função que é a de atacar. Tem séria dificuldade para dominar a bola e, principalmente, na execução do acabamento das jogadas.

Ainda sobre a escalação do Caio Paulista, ela vem promovendo um grande desequilíbrio ofensivo, pois o Luiz Henrique é obrigado a atuar pela esquerda e o Jhon Arias, que é conhecido por preencher bem o lado esquerdo, vem atuando centralizado no meio de campo. Vale mesmo a pena deixar de explorar os pontos fortes de outros atacantes para sustentar um outro atacante que não entrega nada em termos ofensivos?

O Fluminense voltou melhor na segunda etapa, com Luiz Henrique pela direita, mas faltou caprichar na última bola. Acuado, o Santos passou a explorar os contra-ataques, mas acabou se dando bem mesmo graças a uma péssima reposição do Marcos Felipe, que acabou originando o segundo gol do time da casa.

Derrota muito justa, pois o Santos teve mais vontade de vencer e muita garra. Já o Fluminense segue preso ao mesmo modelo fracassado do Roger Machado. A diferença é que o Marcão obteve resultados melhores, mas por conta de algumas grandes atuações individuais, incompetência dos adversários e até um pouco de sorte. Para quem discorda, basta relembrar as histórias das vitórias conquistadas sob o novo comando técnico.

Bola pra frente e vida que segue. Diante de todo o contexto do Fluminense na temporada, acredito que o time seguirá nessa gangorra até o final do Brasileirão. Na verdade, será assim com a maioria dos times, pois o campeonato está nivelado por baixo, ou seja, a regularidade é algo praticamente inexistente no futebol brasileiro. Até acredito em conquista de vaga para a Libertadores, mas o futebol tricolor precisa ser tratado de forma mais profissional.

Observações:

– A reposição que o Marcos Felipe deu no segundo gol do Santos daria um inquérito dos grandes em uma pelada raiz. Goleiro de Série A não pode errar assim.

– Durante a transmissão, o Premiere exibiu um momento em que o preparador de goleiros parecia dar instruções ao time a beira do campo. Confesso que fiquei sem entender…

– Com limitações nas laterais e sem um camisa dez, o trio de ataque precisa ser escalado de forma mais equilibrada. Eu escalaria com Luiz Henrique (direita), John Kennedy (centralizado) e Jhon Arias (esquerda). Como última esperança, tentaria o Gabriel Teixeira para fazer a função de meia só para não voltar com o esquema de três volantes.

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Forte abraço e ST

Vinicius Toledo






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