Eita teimosia!




Abel Braga (Foto: Lucas Merçon / Fluminense F.C.)



Tricolores de toda a terra, que fase em? Por hora o Fluminense é o Rei dos Clássicos. Isso é bom, mas não podemos nos afogar no mar da arrogância e da ilusão. Sendo assim, sigamos com os pés no chão.

Passando para o campo e bola, ontem conquistamos mais uma grande vitória, independente das fragilidades do nosso adversário. Vale lembrar que já nos cansamos de nos complicar em jogos como estes.

Falando do jogo, iniciamos a partida ontem no já tradicional 3-4-3, um sistema cada vez mais “azeitado” pelo nosso técnico, entretanto com alguns problemas recorrentes, não por culpa do sistema, mas sim da escalação. Quando cito à escalação, faço referência ao Samuel Xavier e ao nosso grande ídolo Fred. Está explícito que ambos destoam dentro do time na execução das funções que o sistema exige. Samuel Xavier por exemplo não da sequência a uma jogada sequer, errando praticamente todos os cruzamentos que tenta, e não aproveitando muitas vezes a liberdade que os adversários tem dado no corredor direito, e ontem o que não faltou foi campo para o nosso lateral avançar. Além disso, o jogador tem deixado muito a desejar defensivamente, errando posicionamento, perdendo no mano a mano sempre, e comprometendo todo o sistema defensivo na hora de recompor.

E o que falar de Frederico Chaves Guedes? É, “Don Fredon” tem sido efetivamente um jogador a menos meus amigos e amigas, e isso é triste, mas real. Penso que deveria partir do próprio Fred a autocrítica, isso em prol de sua história, e pelo bem do clube. No jogo de ontem por exemplo, Fred quando acionado, foi presa fácil para a defesa do Botafogo, perdendo até nas jogadas de corpo, que sempre foi sua especialidade. Além disso, errou um passe curto que quase resultou no gol do adversário. Acredito que a manutenção do Fred no time titular contra tudo e contra todos, tenha relação direta com a tal “gestão de grupo”. O problema é que isso tem sobrecarregado todo o sistema ofensivo, bem como a recomposição defensiva do time.

Quanto ao jogo, o Botafogo abriu o placar em uma das poucas vezes em que foi ao ataque, contando com a cabeçada fulminante do Kanu aos 22 minutos de jogo. O Fluminense ainda assim continuava dominando as ações, mas jogando em função do Luiz Henrique sempre.

Falando em Luiz Henrique, o jogador sempre buscava dar sequência às jogadas mas começou a ser marcado muito forte. Diante de tal cenário, Abel tentou uma mudança tática e não de peças, adiantando o Felipe Melo, passando a jogar no 4-2-3-1, sistema utilizado no segundo tempo do Fla-Flu.

Todas as chances de gols do primeiro tempo surgiram de jogadas do Luiz Henrique, mas o primeiro tempo terminou 1 x 0 Botafogo. Já na volta do segundo tempo Abel fez o que se esperava desde o início do jogo, tirou Samuel Xavier e colocou Jhon Arias, deslocando o Yago para a ala direita, além disso, tirou o Fred e colocou Germán Cano no jogo,  e retomou o time para o esquema 3-4-3. A entrada dos jogadores citados, bem como o deslocamento do Yago para a ala direita, deu um “levante” no time, uma vez que passamos não só a dominar o jogo, como nos tornamos muito mais efetivos na busca dos gols.

Vale ressaltar que Germán Cano e Luiz Henrique começaram a ter muitas chances de gols no segundo tempo mas desperdiçaram muitas destas pelo excesso de preciosismo ou por afobação. Estava claro que o gol era questão de tempo, pois o Botafogo sequer saía de seu campo de defesa.

Enfim, o gol saiu aos 54 minutos com William Bigode, em um rebote de um escanteio batido. Depois disso, o jovem time do Botafogo claramente se abateu, e o Fluminense passou a ser mais incisivo.

Aos 64 minutos, dez minutos depois do primeiro gol, Luccas Claro de cabeça vira para o Fluminense. Neste momento o jogo estava sob controle, com o Tricolor sufocando o Alvinegro, e mais próximo do gol do que o Botafogo do empate. Justamente neste momento do jogo que o Luiz Henrique sentiu e pediu para sair. Nesta hora, Abel comete o seu grande erro do jogo, colocando o volante Martinelli no lugar do Luiz Henrique, abrindo Arias na ponta. Com isso, perdemos a ligação meio campo/ataque, chamando assim o Botafogo para o nosso campo.

Em minha ótica, no momento da saída do Luiz Henrique, o correto teria sido colocar o Nathan no jogo, fazendo a função do Arias no meio, e puxado aí sim o colombiano para a ponta direita. Devido a esta escolha errada do Abel, tomamos uma pressão contra um time incapaz de criar alguma situação perigosa de gol, e até por esta deficiência citada, não levamos o gol de empate.

Vale ressaltar caros leitores e leitoras, a persistente insistência que o Abel tem em encher o time de defensores para segurar resultados mesmo estando em superioridade técnica e obtendo melhores opções para vencer, sendo propositivo. Além disso, mais uma vez precisamos do segundo tempo para conseguir nos sobrepor ao nosso adversário. Não é possível que o nosso treinador não perceba que o time do segundo tempo deveria ser o time inicial. Jogadores como Jhon Arias e Cano estão pedindo passagem, e ainda assim, não estão tendo a minutagem justa. Digo isso, sustentado no fato de que em todos os jogos que entraram, deram maior mobilidade ofensiva ao time, além de serem bem mais incisivos quando atacam.

Após o jogo, ainda no calor do resultado e com as redes sociais inflamadas, foi possível observar muitos torcedores criticando o Cano pelos gols perdidos, fazendo um paralelo com o Fred, dando a entender que este não teria perdido os gols que o argentino perdera. Todo este arsenal de retórica, com o claro objetivo finalístico de justificar a permanência em campo do nosso ídolo. O problema é que se esqueceram de uma coisa; que as chances que surgiram, também foi fruto da mobilidade do Germán Cano em campo, dos espaços que ele conseguiu ao se posicionar ou dar opção, coisa que para o Fred de hoje é muito distante devido a pouca mobilidade e participação no jogo.

Fechando a noite de teimosia do nosso treinador, em sua coletiva, Abel exaltou o fraquíssimo Samuel Xavier, e fez críticas às vaias da torcida, atribuindo inclusive muitas destas manifestações ao ano eleitoral. Sobre os dois casos, penso que o nosso treinador deveria se ater mais aos fatos de campo, e menos ao extra campo. Não precisamos de mais políticos ou escudos de políticos caro “Abelão”, precisamos de trabalho de campo, e está explícito para todos que o Samuel Xavier não reúne condições mínimas de jogar pelo Fluminense. Samuel Xavier muitas vezes funciona como uma “sabotagem” a toda a engrenagem que estamos construindo, e é preciso cortar o mal pela raiz agora.

Queria aqui também fazer menção honrosa ao André, Felipe Melo e Luiz Henrique, monstros! Se o Tite esteve no Engenhão para ver o Luiz Henrique, de sobra viu o André. Como jogaram!

Leandro Quintella

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Por Explosão Tricolor

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