Em carta, Ademar Arrais lamenta desunião da oposição e revela que chegou a abrir mão de encabeçar uma chapa única




Ademar Arrais (Foto: Reprodução / Instagram)



Ademar Arrais anunciou a retirada de sua pré-candidatura

A eleição do Fluminense, marcada para o próximo dia 26, tem um nome a menos para tentar concorrer: o advogado Ademar Arrais, de 51 anos, retirou a sua pré-candidatura nesta sexta-feira. Ele havia sido o primeiro a se lançar como pré-candidato à presidência do clube, mas culpou a falta de união da oposição.

Em carta aberta enviada à imprensa, Ademar Arrias lamentou a desunião da oposição e revelou que chegou a abrir mão de ser cabeça de uma chapa única para Rafael Rolim. Na proposta, Marcelo Souto indicaria o vice-presidente, enquanto ele ficaria com a presidência do Conselho Deliberativo. Mas nem assim houve consenso, e por isso o advogado decidiu abrir mão do pleito, mas dizendo ainda ter esperança de uma união entre Rolim e Souto.

Leia abaixo a íntegra da carta divulgada por Ademar Arrais:

“Amiga e amigo tricolor, boa tarde. Há mais de um ano lancei minha candidatura à Presidência do Fluminense e agora, faltando 15 dias para as eleições, considero importante fazermos uma retrospectiva do processo político.

Até o início do último mês de setembro, somente minha candidatura estava posta na mesa. No dia 12 daquele mês, Marcelo Souto lançou oficialmente seu nome.

Antes disso e durante todo o ano convivemos com uma forte especulação sobre eventual lançamento do nome de Pedro Antônio, em grande parte estimulada por ele mesmo. Repetindo o comportamento adotado em eleições anteriores, ele no dia 19 de setembro comunicou publicamente que não disputaria as eleições.

Em mais de 20 anos de atuação demonstrei, em diversas oportunidades, meu compromisso com a defesa incondicional dos interesses do Fluminense. E no processo eleitoral deste ano não tem sido diferente.

Minha candidatura sempre esteve a serviço de um propósito: lutar para impedir que o atual modelo de gestão, amador e irresponsável, continuasse, sob pena de comprometer ainda mais o futuro do Clube.



Por isso, sempre defendi que o único caminho possível seria a construção de uma chapa única de oposição. Nas últimas semanas aconteceram diversas tratativas entre as três candidaturas, sendo que no domingo, 6 de novembro, o amigo Cláudio Bruno promoveu uma reunião para tentar ajudar na construção do acordo. Além do anfitrião e de Nelson Roberto Vaz Moreira, estiveram presentes as três chapas representadas, respectivamente, por mim e Marcos Furtado, Rafael Rolim acompanhado de Pedro Antônio, e Marcelo Souto acompanhado de Rogério Miccuci.

Por ter identificado que havia espaço para construirmos uma aliança, na segunda-feira pela manhã procurei Rafael Rolim e apresentei a seguinte proposta:

1) Rafael Rolim ser o candidato de unidade das oposições à Presidência;
2) Ademar será o Presidente do Conselho Deliberativo no próximo triênio;
3) Na composição da chapa a ser inscrita, o nosso grupo indicar 110 (cento e dez) nomes ao Conselho Deliberativo ocupando as primeiras 15 (quinze) vagas;
4) Na composição da chapa a ser inscrita, o grupo político do candidato Marcelo Souto estaria, de antemão, convidado a indicar um nome para ocupar a vaga de Vice-Presidente Geral.

Que eu assumisse a Vice-presidência geral, acumulando com a Vice- presidência de governança (a ser criada) e indicasse o nome para a Vice-presidência Social. Além disso, eu indicaria um nome para a Vice-presidência do Conselho Deliberativo, além de 60 das 200 vagas e 7 das primeiras 15 vagas.

Como tenho feito em todo o processo, submeti a contraproposta à coordenação da minha campanha. Por unanimidade, ela foi rejeitada.

Nossa compreensão é que uma aliança precisa ser construída tendo como princípio básico que as partes estejam representadas de forma equilibrada. Caso contrário, estaríamos diante de uma mera adesão.



Em nossa visão a presidência representa o poder executivo e o Conselho Deliberativo (CD) é o poder legislativo no Clube.

Por isso, quando propusemos abrir mão da cabeça de chapa, nossa compreensão é que para manter o equilíbrio entre os dois grupos seria fundamental que tivéssemos nossa participação valorizada no CD. Precisamos recuperar o papel do CD que na atual gestão passou a ser um mero órgão auxiliar da presidência do Clube.

Observem que a sugestão apresentada por Rolim e Pedro Antônio de indicar, simultaneamente, o presidente da diretoria, a maioria dos integrantes do CD e sua presidência, acaba por manter esse vício de origem.

Infelizmente, até agora não conseguimos construir uma chapa única de oposição. Reafirmo que, para mim, os interesses do Fluminense estão acima dos interesses pessoais.

Por isso, pensando novamente no Fluminense em primeiro lugar, comunico oficialmente que abro mão da minha candidatura com tempo hábil para que as outras duas candidaturas de oposição consigam se unir em um movimento indispensável para termos alguma chance de derrotar a gestão arcaica, amadora e irresponsável representada pelo candidato da situação.

Nesse sentido, reitero que a implantação de um novo modelo (por exemplo, a SAF) precisa ser precedido da realização de uma profunda auditoria por meio de uma das empresas do grupo das “big four”, além dos demais estudos societários necessários, com a devida e imprescindível aprovação pelo Conselho Deliberativo e Assembleia Geral.



Meu agradecimento especial a quem emprestou seu nome, assinando ficha para inscrição da chapa. A partir de agora se sintam à vontade para decidir qual caminho seguir.

Também registro meu repúdio às mentiras proferidas por algumas pessoas com intuito de minar minha candidatura e me atingir pessoalmente. Quem me conhece sabe que minha história no Clube e fora dele é marcada pela retidão no cumprimento de princípios e valores éticos.

Continuaremos na luta pelo Fluminense que todos nós queremos e sonhamos.

Fluminense precisa de quem não precisa do Fluminense.



Por Explosão Tricolor

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