Mano Menezes concedeu entrevista após a vitória do Fluminense por 1 a 0 sobre o Palmeiras
Após a vitória do Fluminense por 1 a 0 sobre o Palmeiras, na noite desta quarta-feira, no Maracanã, o técnico Mano Menezes concedeu entrevista e falou sobre a segunda vitória seguida do time tricolor, estreia de Kevin Serna, má fase de Germán Cano, atuação de Thiago Silva e outros assuntos. Vejo todas as respostas do treinador:
Segunda vitória seguida do Fluminense
“Essa colocação (da pergunta) sobre encontrar o caminho eu acho mais importante do que tudo nesse momento que a gente estava atravessando. Porque é muito difícil você querer ir a algum lugar se você não sabe como você quer ir. Esse foi o meu primeiro papo com os jogadores. Minha primeira missão como técnico era mostrar a eles um conceito para que todos entendessem. Para a gente fazer essa transição de um modelo que a equipe tinha e que precisava, dentro das nossas avaliações, passar por uma transformação. Se seria maior ou menor, isso o caminho é que vai dizer. Então acho que começa a aparecer esse caminho. Minhas equipes jogam assim.
(O time) começou a competir primeiro. Porque era necessário que se fizesse essa competição. A partir dessa competição você iguala as coisas em termos de disposição, em termos de organização, em termos de luta. Para depois os jogadores voltarem a crescer individualmente, como uma boa equipe, como uma equipe forte. Tenho certeza absoluta que todos eles vão retomar a sua produção. Fizeram isso ao longo da vida. São atletas tecnicamente espetaculares, vencedores. E a gente volta a vencer, faz a segunda vitória consecutiva. Acho que isso vai afirmar essa ideia.”
Comparações com Fernando Diniz
“Eu não vou falar para trás. Vou dizer o que a gente está fazendo. A gente joga um pouco mais posicional, ao jogar um pouco mais posicional você tem um desgaste menor. E esse desgaste faz a equipe guardar as forças para 90 minutos, que é muito necessário. Jogamos contra um adversário que exige muito da gente os 90 minutos. Um adversário que não se desespera nunca, um adversário que fica tocando a bola, que sabe que num determinado momento vai ter uma chance. Então você também tem que ter maturidade de equipe para saber enfrentar isso, a gente soube dosar bem. Acho que os jogadores que entraram também foram bem, isso é importante quando você pensa nas alterações para que elas, no mínimo, mantenham a disposição e o rendimento da equipe.”
Reforços e retornos
“A gente começa a ganhar jogadores importantes, chegaram também jogadores importantes. Hoje já foi possível você ver alguma coisa em termos de jogada ofensiva e de qualidade. Tudo vem primeiro pela equipe e depois pelos jogadores individuais.”
Atuação de Thiago Silva
“Pois é, o futebol tem pouca coincidência, né? Dois jogos sem tomar gol, né? A gente faz muita coisa, os treinadores pensam o jogo, mas a execução tem a ver com a qualidade dos jogadores que temos. E o Thiago resume quase tudo de um grande zagueiro. E quem estiver jogando ao lado dele certamente vai ser beneficiado com essa ótima companhia. A gente optou pelo Thiago (Santos) porque o Palmeiras tem um ataque muito veloz, e Thiago tem essa velocidade para fazer as coberturas, como fez duas, três vezes no um contra um, e tomou a bola do atacante e saiu jogando.
Então, é basicamente tentar equilibrar essas características, acho que o Ignacio que chegou também, é um zagueiro rápido. Antônio Carlos um pouquinho menos, mas é um jogador de posicionamento, de força. Tem momentos que vamos enfrentar jogadores de força na frente e ele vai ser escolhido exatamente pela sua característica. É bom dar uma segurança para a equipe e você tomar poucos gols. Abre a possibilidade de, com poucos gols feitos, que sempre é muito difícil fazê-los, a gente vencer partidas como fizemos nos dois últimos jogos.”
Verticalidade com Arias e Serna
“A gente é vertical contra uma equipe que dá a possibilidade de ser vertical, que aperta muito, esse ano está apertando muito a marcação muito alta. Toda a equipe pra te pressionar alta, ela te dá 50, 40 metros de campo. Então o espaço está lá e nós temos a obrigação de entender isso, não precisa mais encontrar o espaço, ele está lá. Então você tem que saber jogar para esse espaço. Acho que a primeira chance de gol nossa foi com o Marquinhos, uma jogada dessa característica. Então foi assim para esse jogo, às vezes em outros jogos não será assim, nós temos que encontrar outras soluções e aí vamos trabalhar para saber fazer isso diferente em cada grau de dificuldade.
Sobre o Arias, eu acho que eu nem preciso falar. É um jogadoraço. Hoje tivemos o Serna, que já fez um bom treino. Ele dá para a equipe uma característica de desafogo com condução boa de bola, não se livra da bola, é um jogador que tem isso. E por isso a gente insistiu bastante em trazê-lo, acho que é uma peça importante para o nosso grupo.”
Estreia de Kevin Serna
“Gostamos muito da postura do jogador. Já no primeiro momento, quando você contrata alguém, você tem uma ideia do que é o jogador, mas você vai conhecê-lo mesmo no dia a dia quando você começa a trabalhar, porque comportamentos são coisas que você só vê quando está junto. Já muito disposto desde o primeiro momento, um jogador bastante qualificado tecnicamente, e juntamente com o Nonato, que é importante também ressaltar, trouxe um nível de intensidade de jogo que a equipe está precisando. Então, para se juntar com a qualidade técnica que essa equipe tem, a gente foi buscar jogadores que pudessem estar com essa intensidade maior ao jogo. Então, são jogadores que vão acrescentar bastante, estamos muito contentes com a primeira amostragem dele. O futebol é duro, vamos pôr os pés no chão, vamos trabalhar. Ele é muito interessado naquilo que a gente passa no primeiro momento em termos de posicionamento tático, e os jogadores que são interessados e que têm qualidade e intensidade no futebol de hoje, certamente vão longe.”
Disputa entre Kauã Elias e Germán Cano
“Vamos comemorar a vitória de hoje primeiro (risos). É difícil demais vencer. Essa foi uma vitória que eu diria que pode ser bem emblemática na nossa retomada contra um adversário que exigiu bastante e depois vamos pensar. A gente quer sempre o que for melhor para a equipe, o treinador quer fazer as suas escolhas bem. Eu falo sempre que a diferença nossa para vocês é a seguinte: vocês (jornalistas) têm muita pressa para fazer as coisas, mas se der errado você não tem problema nenhum. Se der errado para mim tem problema. Aí tem que voltar, e o caminho de volta às vezes é mais complicado, então a gente vai dando passos firmes para tentar não voltar, para sempre seguir um pouquinho mais, ir afirmando e melhorar.”
Má fase de Germán Cano
“A questão do Cano também tem a ver com o que a equipe estava passando. Cano é um finalizador, é um jogador de acabamento de jogada, como a equipe estava com dificuldade para construir, naturalmente ele perdeu confiança. Os atacantes são assim, quando você está confiante você chuta de tudo que é jeito a bola entra, quando você não está confiante você nem chuta, você quer sempre dar uma ajeitadinha mais na bola e essa fração de segundo é o suficiente para defender e não deixar fazer. Mas vai voltar a fazer. Felizmente, nós estamos tendo o Kauã, que entrou em dois jogos e nos ajudou. Entrou hoje bem, com força física, ele não fez gol, mas dá uma dinâmica de jogo na frente que ajuda a equipe. Isso vai ajudar o Cano a retomar. A gente também fica muito triste. Dói mais na gente tirar do que qualquer outra coisa. Pode ter certeza disso.”
Importância dos medalhões
“Eu penso que a gente é privilegiado em ter conosco jogadores como Marcelo, como Felipe Mello, como Fábio, agora com o Thiago Silva, que estreou recentemente, que são referências, que podem mostrar caminhos, que são jogadores vencedores e que sabem o que é necessário para a gente voltar a vencer como acabamos de construir duas vitórias. E, ao mesmo tempo, você sabe que precisa de juventude porque o jogo é muito disputado. O que a gente falou um pouco sobre comportamento é que tem horas que você tem que subir o tom lá dentro do campo, porque você está disputando coisas, você não está satisfeito com o que está acontecendo, então tem que saber subir o tom.
Acho que a equipe respondeu bem, disputou bem naquele momento. E no segundo tempo eu penso que nós tivemos um pouco mais organizados como equipe, mais bem distribuídos, por isso que crescemos, não foi pelo comportamento em si. O crescimento deu mais tranquilidade para a equipe, é óbvio, né? Deu mais tranquilidade para o torcedor na arquibancada, que foi brilhante, que empurrou a equipe até o final do jogo e, certamente, teve esse comportamento porque ele (torcedor) viu lá dentro, a equipe se entregando ao máximo para buscar o seu objetivo.”
Escalação de Marcelo no meio-campo
“É a primeira vez que temos Marcelo à disposição desde que eu cheguei. Conversamos com ele, já explanamos essa ideia de utilizar ele no meio de campo, mas ainda foi uma conversa para este jogo. Então vamos aprofundar o assunto. É um jogador muito talentoso. Todo mundo sabe. E por característica e pelo fato de também ser canhoto, pode perfeitamente fazer a função, revezando com o Ganso ali, quando é impossível na intensidade, no número de jogos, a gente conseguir manter rendimento. Então é sempre muito importante você poder, quando tem que tirar um jogador, como o caso de hoje,, você ter esse talento à disposição da equipe, com passes milimétricos, com uma virada de jogo, com um índice de acerto bastante grande. Eu acho que esse vai ser o caminho, mas vamos conversar e depois vamos estender isso um pouquinho mais.”
Recuperação de Martinelli
“A questão do Martinelli é que ele vinha jogando como zagueiro, então certamente na retomada da função dele como meio campista vamos necessitar de um tempo um pouquinho maior. São mecânicas diferentes, são intensidades de jogo diferentes, mas acho que hoje ele já fez o melhor jogo comigo e disse isso a ele depois do jogo.”
Posicionamento de Jhon Arias
“A gente também pensa que ele rende mais pela direita. Já enfrentei ele jogando pela direita. Mas as conduções sempre buscam o melhor para a equipe. A gente achou que, iniciando ainda hoje, com o Marquinhos pela direita e com ele por aqui, nós poderíamos deixar para a segunda parte, novamente, o que fizemos entre o Criciúma. Eu já tive a oportunidade de fazer uma parte do treino com essa formação. Inclusive com o Nonato. Então, acho que o que a gente podia fazer no jogo, já estava mais ou menos encaminhado. E os jogadores já sabiam mais ou menos o que nós iríamos fazer. Acho que por isso que funciona bem. Quando tem o Arias pela direita, tem uma ideia bem estabelecida da equipe com Ganso, Samuel Xavier. A equipe rende bem, é tranquila, eles confiam um no outro, e a jogada sai naturalmente. E temos uma jogada de fundo pela direita com mais frequência, com o Arias por ali.
Por isso que a entrada do Serna do outro lado fez um balanço um pouquinho mais de ele entrando e saindo para meio de campo para compensar isso. As equipes, quando entraram para o jogo, entraram muito semelhantes como ideia. Eles com um jogador pela esquerda que fazia mais ou menos a mesma coisa que o Arias. Um jogador um pouco mais agudo pela direita. A diferença é que Dudu era um jogador destro e vai mais ao fundo. Marquinhos é um jogador canhoto que naturalmente traz um pouquinho para dentro a jogada. Mas a ideia em si das duas era muito parecida para o jogo.”
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